Gente, eu entendo muito bem essa coisa de se apaixonar pelo colega. Isso é mais comum que imaginamos. Passamos tantas horas ao lado dessa pessoa, dividindo trabalho, experiências e frustrações, que não dá outra, acontece...
Porém, no entanto, contudo, todavia, trabalhar com o namorado, que é meu colega de trabalho e ter que ver os olhares de uma terceira pessoa sobre o cidadão, é uma prova de fogo.
Além dela nos comparar com seus ex colegas, os Estados, as cidades, os empregos, falou pouco sobre sua vida sentimental e eu presumi que ela fosse comprometida.
Mesmo com toda a confiança no Wolf, o ciúme é inevitável, pica feito aquele mosquito chato que fica enchendo a paciência quando apagamos a luz do quarto.
Eu me acho muito discreto (ressalto: em algumas coisas), mesmo assim pergunto se ela é casada, pergunto na cara mesmo e na frente do Antônio que se pensar em se engraçar, tá morto.
— Não gosto de algema. Sou divorciada e pra eu cair na bobeira outra vez, só se estiver muito louca.
— ... — calou minha boca (ela tem pinta de noiva e não me convenceu)
— Como eu dizia, casei e não deu certo, agora quero só aproveitar antes de me amarrar outra vez. E você Antônio?
Não surta Vander, calma. É só uma pergunta.
Mas porque foi direcionada a ele que nem estava na conversa?
E porque eu, que sou muito gay, não fui questionado? Não posso ter um namorado?
— Sou quase casado — Ele responde sem olhar pra nós dois e ignora o restante da conversa nas várias vezes em que Giovana tenta incluí-lo.
Ele disse: quase casado *.* momento fofura pra me derreter.
Porque ela não pergunta pra mim se eu sou comprometido? Olha que eu sou de remoer, isso não vai ficar assim.
— Toni, tu é moço pra casar que fofo! Ouviu isso Vander? — ela demonstra surpresa e comenta comigo, como se eu não soubesse. Só que o TONI e o FOFO ecoam na minha cabeça.
— Toni? — eu pergunto com a maior cara de nojo do "apelidinho". — Que apelido ridículo.
Podem comentar, eu estou fazendo cena sim. Respondido, né.
— Acho sexy... Toni combina com nosso colega né? — Ela pergunta e eu vejo meu velho Antônio de volta.
— Naaa... só me sinto um tiozão bigodudo, com pança avantajada de tanto tomar cerveja e comer pão com salame. Prefiro Antônio mesmo ou Wolf.
— Wolf?
— Meu sobrenome. O Vander chama assim quando tá meio furioso comigo.
Vixi, ficou sem graça, coitada. Queria muito encher a boca pra falar que o chamo de lobinho, mas se ela fizer o mesmo, nós vamos sair no tapa.
— Eita, sinceridade. — ela replica — Tá bem, senhor Antônio. Como que é o nome da noiva?
— Valdemar. — ele brinca e dá uma risada — O nome dela é Valdemar.
(essa expressão é pra lá de anos 80, kkk)
A sinceridade tão dele. Ah! Porque ele não se fingiu de surdo pelo menos dessa vez?
— Que? Tu é? — ela saca na brincadeira dele que "a namorada" é um cara. — Então por isso que vocês dois se dão tão bem, já entendi tudo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Virginiano
RomanceFinalizado! Vander é de Virgem, perfeccionista e impaciente. Vander conhece Antônio que é exatamente o seu oposto: bagunceiro e zen, desligado mesmo, pra traduzir ao pé da letra. Ambos precisam ceder. Será que isso vai acontecer? Venha se estressar...