Pizza só perde pra chocolate e sorvete né?
Para não perder o clima casalzinho, juntos nós raspamos o pote do sorvete, tá certo que tinha mais de meio pote e estávamos com um pé no inverno, mas foi ao som da chuva, clarão dos relâmpagos e risadas dos foras do Antônio, então tá justificado.
— Tu não sente mais nada por aquele cara?
— Não. E você pela Milena?
— Nada. Eu tô afim de um cara.
— Hum... deve ser um gatinho.
— É. Ele tá sentado no meu sofá-cama. Ei, quer se enrolar na coberta pra assistir uns bagulho no notebook?
— Bagulho? — Isso foi o Antônio tendo recaída. Jesus.
Com certeza eu queria ficar naquele enlace, nos seus braços e enrolado na coberta. Ele sentou e afastou suas pernas para eu me acomodar entre elas, então nos enrolamos na manta. Logo pude sentir no meu ouvido a sua respiração enquanto víamos alguns vídeos no Youtube. Começou com coisas engraçadas tipo vídeos de gatos, crianças dando risada, trailer de filmes, Cauê Moura e "antes e depois" de celebridades. Digamos que quase tudo foi cultura inútil pra eu, que preferia mil vezes ver um documentário sobre a vida marinha e os peixes abissais.
— Tá quentinho?
— Tô sim. Quero só ver quando eu tiver que ir embora... não quero ir não.
— Fica morando aqui.
— Não quero ter pressa pra isso, sabe. Morar junto deve ser bem legal, mas o namoro com certeza fica mais gostoso assim como a gente tá fazendo. Toda vez que a gente disser tchau, vai ficar aquela vontade que a semana passe bem rápido pra se ver de novo. A pessoa já se despede com saudade e se mora junto, principalmente com uma pessoa bagunceira, começam as discussões.
— Mas onde que tem bagunça aqui?
— Óh! Ele reconheceu que é bagunceiro. — pra ele não ter chance de se defender eu pergunto — a gatinha não vai comer a ração?
— O Leopoldo?
— Que Leopoldo? A felina aparece, arruma um ninho pra criar e tu batiza com nome de macho. Wolf, vai ali dar uma olhada se não criou.
— Naaa, o Leopoldo não é fêmea.
— Cara, tu é teimoso! Meu Deus.
— Ei, não briga comigo, sou tão querido...
Ele é querido, é fofo, gato, meio desastrado e muito desorganizado.
Vander, você precisa relaxar e curtir o colo de um homem carinhoso, beijar aquela cara barbada e cafungar a camiseta dele.
Queria muito era tomar um banho, porque não consigo namorar direito depois de um dia inteiro trabalhando. No final do dia eu preciso urgentemente passar uns longos minutos sob a ducha. A coisa não estava morna, eu sabia que o beijo não ia terminar cedo e o negócio ia esquentar.
Enquanto chovia forte, faltou energia elétrica, a net dele caiu e logo a bateria do note acabou. Meu coração deu aquele salto, sua mão apertou minha cintura para que eu mudasse de posição e quando o fiz, fiquei um pouco virado pra ele. Estava muito escuro e demorou uns minutos para acostumarmos nossa visão. Antônio brincava com uma molinha do meu cabelo, eu o imitei acariciando seus fios lisos, quando ele sorriu deu pra ver a linha do sorriso.
— Você tem um cheiro tão bom, tão suave, ficar pertinho assim dá pra sentir isso... — ele me diz e aspira. A energia retorna e nós dois começamos a rir. — tua pele é perfeita...
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Amor Virginiano
RomanceFinalizado! Vander é de Virgem, perfeccionista e impaciente. Vander conhece Antônio que é exatamente o seu oposto: bagunceiro e zen, desligado mesmo, pra traduzir ao pé da letra. Ambos precisam ceder. Será que isso vai acontecer? Venha se estressar...