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Já estava cansada, procuro por algum relógio e vejo um pendurado encima do bar com luzes néon envolta. Duas da manhã e o lugar parecia ter lotado mais ainda. Estava sentada em um dos bancos altos do bar, tomando uma bebida que não lembro o nome então sinto um braço envolver minha cintura.

- E aí gata. Ouvi dizer que seu trabalho é muito bom. - Alguém cochicha no meu ouvido. Começo a rir. Tento empurrar ele mas ele segura meu braço com força - Ah qual é, que tal a gente ir pra um lugar mais calmo... - Ele diz descendo a mão por minhas costas. Fico parada como uma estátua.

- Não acho uma boa idéia. - Falo tentando me soltar. Ele apenas prende meu braço com mais força ainda. Alguns instantes depois o cara solta meu braço, sendo empurrado. Olho assustada para sua direção. O homem cambaleava e então me levanto da banqueta.

- Melhor você ficar longe dela entendeu? - Diz uma outra voz.

- Ou o que? - Fala o cara.

- Ou eu te sou uma surra bem dada. - Me viro e me deparo com Cameron. Tento não rir da situação, mas era praticamente impossível.

- Pode ficar com ela, aposto que nem é uma das melhores putas, não vou ficar perdendo tempo. - O cara diz se virando. Caminho até Cameron, ficando na sua frente, ele fechava sua mão em punho e travava o maxilar. Pego sua mão, fazendo círculos com meu dedão.

- Não da importância pra ele tudo bem? - Cochicho em seu ouvido.

- Desculpa, mas eu já dei importância. - Ele diz soltando minha mão e passando por mim. Me viro sabendo que isso daria problemas. Ele praticamente se joga encima do cara, fazendo ambos cair no chão. Cameron fica por cima do desconhecido e começa a surrar sua cara, com força. Logo o homem da um soco certeiro no nariz de Cameron e outro no seu olho esquerdo, mas logo ele toma controle da situação, enforcando o cara, vou até ele e tento puxa-lo para trás, abraço Cameron, cochichando em seu ouvido dizendo que isso não valeria a pena.

Então um segurança chega e separa a briga. Cameron é puxado com força, como se flutuasse e o cara se levanta, com o nariz sangrando. Ele se limpa como se nada tivesse acontecido. O cara caminha até minha direção e vejo pelo canto do olho Cameron tentar se soltar do segurança, mas sem sucesso.

- Escuta aqui garota, você e esse seu namoradinho, seja quem for, estão barrados da minha boate. - Ele cochicha a centímetros de distância, o dono da boate se vira e caminha para outro lugar. O segurança segura Cameron por sua gola da camisa e então corro até o bar, pedindo um copo com gelo. O garçom me entrega sem questionar e saio da boate atrás de Cameron. Quando chego na porta da saída vejo que uma chuva caia. Coloco o copo no chão e olho para os lados, procurando por Cameron, enfim tomo coragem e corro para o lado esquerdo, rezando para estar certa. Algum tempo depois encontro uma sombra mais à frente, indo em direção a um carro igual ao de Cameron, corro e então paro na sua frente, à centímetros de distância, sentindo sua respiração.

- O que foi aquilo Cameron Dallas?

- Foi um cara imbecil levando uma surra que merecia. - Ele diz e então sorrio, Cameron olhava para um ponto fixo no chão.

- E isso ta vindo do cara que me usou e que quando vazou a filmagem falsa nem sequer desmentiu? - Pergunto irônica.

- Olha, você quer saber a verdade? Tudo bem, eu não suporto ver um cara como aqueles chegando em você como se você fosse um puta, dizendo uma coisa daquelas, coisa que você não merecia, você não merecia nada disso Heather, eu sim, eu que devia levar a culpa por você. Você é especial pra mim, diferente de qualquer outra garota e eu fui um idiota em ter feito isso com você, um idiota em não ter percebido antes que eu te amo... - Ele acaba de falar e então sinto minhas bochechas queimarem, sorte que estava difícil para enxergar. Não sabia o certo como responder.

Meu coração acelerou e eu podia ouvir claramente seus batimentos mesmo com aquela chuva forte, meu corpo agora parecia bem mais aquecido e eu não sentia o frio da chuva, enfim os olhos de Cameron encontram os meus e observo ele, seu nariz sangrava, gotas de água pingavam de seu rosto e o cabelo caído em sua testa, agora eu não via ele como o Cameron frio que pouco mais de um mês atrás havia matado alguém, mas como o Cameron que eu gostava, simpático, carinhoso. Passo minha mão por seu nariz, limpando o sangue, não podia deixar de sorrir e então Cameron ri, ele tira meu braço de seu nariz e segura ele. Cameron se aproxima lentamente, até que seu lábio gelado graças à chuva encosta no meu, coloco meu braço livre em sua nuca e seu outro braço segurava minha cintura. Não consigo deixar de sorrir entre os beijos e então ele começa a rir.

- Acho melhor a gente sair dessa chuva. - Ele diz e então me pega no colo, segurando minhas pernas, prendo meus braços em seu pescoço enquanto ele me leva para seu carro. Ele enfim abre a porta e me coloca no banco do passageiro, Cameron corre até o outro lado e abre a porta, deixando o som da chuva entrar, ele se senta e fecha a porta, isolando todo o som à nossa volta. Cameron me encara sorridente, se aproxima e me beija intensamente, serpenteando suas mãos nas minhas costas, alguns minutos depois nós paramos para ele poder dirigir em destino à algum lugar.

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora