Festa indesejável

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Me lembro de não ir em nenhum dia de aula até sexta. Estou deitada no sofá até que uma batida na porta chama minha atenção. Caminho até a porta e a abro. Kendall, que estava toda arrumada, entra em casa e então me encara.

- Onde você andou? Você faltou quase toda a semana.

- Eu sei... Por que você ta vestida assim? Vai pra uma festa?

- Não, NÓS vamos para uma festa. - Ela corrige.

- O que? Não, não vou em nenhuma festa.

- Vai sim! Você me prometeu semana passada que ia comigo. - Ela diz segurando meu braço. Demoro um longo tempo para responder.

- Tudo bem. Eu vou. - Reviro os olhos.

Subo, tomo banho, seco meu cabelo, coloco minha saia preta com brilhantes e uma blusa de regata floral, pego meu salto preto, faço a maquiagem, quando acabo, desço as escadas e logo me deparo com Kendall, mando uma mensagem para meu pai, que provavelmente estava no trabalho, e saio de casa, trancando a porta. Caminhamos até o carro de Kendall e então entramos. Ela dirige por um bom tempo, passamos por uma pequena floresta, até chegarmos em um tipo de casa de lago, que estava cheia. Saímos do carro e então caminhamos até a entrada da casa, aperto a campainha. Nash abre a porta sorridente.

- Olá gatinhas, sejam bem-vindas. - Ele diz dando passagem, cumprimentamos ele então Kendall solta um berro, ela corre até Alyson e as outras garotas, acompanho ela. Cumprimento todas e então ficamos lá, conversando.

A campainha toca e então Nash grita:

- Ei! Heather, você podia abrir a porta? - Ele pergunta colocando as caixas de cerveja em cima da bancada.

- Claro. - Falo indo até a porta, abro ela e então um bando de garotos, alguns assobiam, o que faz eu revirar os olhos e então eles entram, vejo que o ultimo a entrar é Cameron, ele olha para mim e sorri. Apenas fecho a porta e ando até as garotas.

Depois de algum tempo percebo que muitas delas estavam bêbadas.

- Ei! Heather! - Alyson grita - Vem participar do nosso jogo.

- Que jogo? - Pergunto indo em direção a mesa redonda.

- 5 minutos. A gente vai girar a garrafa, as pessoas que caírem vão ter que ir até até essa dispensa aqui - Ela diz apontando para a dispensa logo atrás dela - e fazer algo por 5 minutos.

- Tudo bem. - Falo me sentando. Algumas pessoas chegam e então a garrafa gira. Depois de mais umas três vezes, ela para em minha direção olho para a outra ponta da garrafa e vejo Cameron com um sorriso malicioso. Algumas garotas cochicham algumas coisas. Me levanto e então vou com Cameron até a dispensa, ele fecha a porta.

Percebo o quão desconfortável estava meu corpo colado no de Cameron. Nos encaramos por algum tempo. Ele apoia suas mãos ao lado de minha cabeça, na parede atrás de mim e então se aproxima para cochichar algo em meu ouvido.

- Por que você ta assim? - Ele cochicha, então se afasta o suficiente para poder ver meu rosto.

- Foi sua culpa. - Cochicho em seu ouvido extremamente baixo. - O acidente de minha mãe, se o seu pai tivesse pagado o que devia, ela ainda estaria aqui. - Falo, então sinto suas pernas enroscarem nas minhas.

- Não foi minha culpa, tu acha que eu não tentei fazer ele pagar? Claro que sim!

Passa-se alguns segundos e então sinto lágrimas escorrerem de meu rosto. Cameron me olha, e então passa sua mão por minha bochecha.

- Ei. Não fica assim tudo bem? - Ele diz se aproximando. Concordo com minha cabeça, tentando não chorar, ele então se aproxima mais ainda e seus braços envolvem minha cintura, apoio minha cabeça em seu ombro e ele passa suas mãos por minha costas, acariciando-a. Coloco minhas mãos em sua nuca, Cameron gruda em mim, me fazendo ficar contra a parede, sinto seu peito se movimentando de acordo com sua respiração.

Me desfaço do abraço, mesmo sendo um espaço pequeno.

- Você já sabe das mensagens? - Cochicho no seu ouvido.

- Não. Mas, tenho quase certeza de ser alguém da família de Samantha pedindo a dívida que meu pai devia.

Lembro-me de Cameron ter matado a garota inocente. Um calafrio percorre minha espinha, me fazendo recuar. Cameron lentamente tira suas mãos de minha cintura.

- Você sempre fica assim quando eu toco no assunto sobre ela? - Ele cochicha tão baixo em meu ouvido que pensei ter lido sua mente. Só fico em silêncio - Olha, coisas muito ruins aconteceriam se eu não tivesse feito isso...

- Mas não era certo matar... - Falo baixo.

- Na época parecia. Eu só não tava preparado pra ter uma vida sozinho. Ela mesma havia me ameaçado, Samantha tinha implantado provas para incriminar meu pai de qualquer coisa, eu fiquei tão... Tão estressado que fiz isso, mas pelo jeito não mudou em nada, eles deram jeito de prender meu pai mesmo assim.

Um silêncio se seguiu. Penso se a morte de uma garota valia a incriminação de alguém inocente.

- Escuta, Samantha, sinceramente, não era uma pessoa boa. Ela era com você, mas por certas razões. - Ele murmura.

De repente a porta se abre e milhões de pessoas com celulares aparecem, viro meu rosto para o lado oposto e Cameron faz o mesmo. Quando eles se afastam o suficiente saio de lá e ele também. Sentamos de volta na mesa e então a garrafa gira de novo, ela cai em Cameron, olho e vejo que Alyson era a outra pessoa. Ela encarava Cameron com um olhar malicioso, pessoas berram e então ambos se levantam e vão até a dispensa. A porta se fecha e então várias pessoas assobiam. Curiosidade era a única palavra que me definia naquele instante. Me levanto onde estão os outros, perto da porta, e espero. Depois de cinco minutos a porta se abre e via-se Cameron apertando a bunda de Alyson, eles se beijavam de um modo selvagem e ela passava a mão por suas costas. Eles interrompem o beijo e então sorriem, Alyson esconde seu rosto no pescoço de Cameron. Me viro estressada e caminho até uma varanda, bem em frente ao lago, por fora da casa não se via muitas pessoas. Vejo um recipiente com várias cervejas, pego uma e tomo, observando o céu estrelado e a lua refletida na água.

- Heather? Pra que ficar assim? Você não sente nada por ele mesmo... Certo? E mesmo que sentisse seria algo difícil de acontecer... Seu pai tem um ódio dele e da família do Cameron... E também tenho que parar de falar sozinha em terceira pessoa.

Quando acabo com minha terceira latinha, vou a procura de um banheiro, cambaleio até o lavabo, que estava ocupado, e então subo a escada da casa aos tropeços, vejo a primeira porta ao subir e a abro. Percebo ser um quarto, parecia ser o de Nash, pelos pôsteres de bandas e mulheres semi-nuas, vejo uma cama de casal, nela estava um garoto e uma garota, que estava à mostra seus peitos, ela gemia e ele também, por sorte o resto do corpo deles estavam cobertos por um lençol.

- Alyson? - Foi a única coisa que consegui dizer antes de vomitar.

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Comentemmm por favor, significa bastante. Obrigadaaa

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora