Dirty

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Acordo com tremendas dores em meu pescoço e costas, me sento no sofá desgraçado que havia me causado essas dores e então estalo todo meu corpo, me dando uma sensação de relaxamento logo depois. Me levanto e me espreguiço, procuro por meu celular, olhando o horário na tela bloqueada. 22:00. Keith (meu pai) ainda não havia chegado. Uma preocupação toma conta de meu corpo e me lembro que Norman faria de tudo para encontrar aqueles 2 milhões. Sentia um pânico ficar preso em minha garganta juntamente com minha respiração, a angústia crescia dentro do meu peito, fazendo meus olhos almejarem. Disco o número dele rapidamente, coloco o celular em meu ouvido, rezando para ele atender. Logo o número começa a chamar, me sento no sofá, batendo o pé impacientemente no chão. Sinto minha barriga embrulhar de pavor, cruzo um de meus braços sobre ela. Escuto atentamente a cada apito.

" 4 toques, 5 toques, 6 toques, 7 toques e nada.", penso. A chamada cai na caixa postal e me bate o desespero. Termino a ligação e jogo o celular para longe no sofá. Cubro meu rosto com minhas mãos e deixo todas as lágrimas se esvaírem, incluindo os soluços que estavam presos em minha garganta.

Passa-se uns cinco minutos, até que de repente o barulho repetitivo de meu celular tocando preenche meus ouvidos, me arrasto rapidamente e alcanço o aparelho, atendendo a chamada sem ao menos ver o número. Uma esperança havia se criado dentro de mim.

- Alô? Pai?

- Heather? - Escuto a voz e percebo ser Cameron. Podia até ouvir o barulho de toda minha esperança e se quebrando em milhares de cacos dentro de meu ser. Começo a soluçar novamente.

- Heather? Ta tudo bem?? - Ele pergunta preocupado. Apenas desligo a chamada e me deito no sofá, chorando e soluçando em desespero.

Meia hora depois, as lágrimas cessaram, só as vezes o ataque de um soluço ou outro surgia. Sinto meus olhos pesarem, quase me entregando ao sono, quando a campainha toca. Abro os olhos em susto e pulo por cima do sofá, correndo até a porta e a abrindo sem paciência de perguntar quem seria. Cameron.

- Porra. - Cochicho baixo. Cameron se aproxima e escora seu corpo no vão da porta, uma expressão preocupada surgiu em seu rosto. Ele passa sua mão por meu rosto.

- O que aconteceu? - Ele cochicha, me viro, sentindo meus olhos inchados querendo chorar mais. Ando até a sala e me sento no sofá, cubro meu rosto. Escuto o barulho da porta sendo fechada e de passos se aproximando. Sinto mãos segurando meus braços com delicadeza, mostrando preocupação, levanto meu rosto de minhas mãos. Vejo Cameron sentado na mesinha de centro em minha frente. Seguro todas as minhas lágrimas e respiro fundo algumas vezes, tendo certeza de que elas não iriam descer por meu rosto.

- É o meu pai. Ele disse que ia voltar hoje, mas são quase onze horas e ele ainda não chegou, acho que Norman pode ter feito algo com ele.

- Você já ligou pra ele? - Cameron pergunta acariciando meu braço em um carinho reconfortante. Balanço minha cabeça positivamente.

- Ele não atende.

- Ei, se acalme. Nada aconteceu, ele deve estar no caminho e não pôde atender o celular. Não pense no pior, Heather. - Balanço minha cabeça novamente. Cameron se aproxima e beija minha testa. - Nada aconteceu. - Ele diz agora acariciando minha coxa. Enfim, meu celular toca, viro meu rosto rapidamente e o pego rápido, olhando o número, um sorriso surge em meu rosto.

- Filha? - Ele pergunta assim que atendo. - Está tudo bem?

- Sim.

- Por que você me ligou antes? - Keith pergunta preocupado.

- Só queria saber por que você está demorando tanto. - Falo aliviada.

- Filha, não precisa se preocupar, daqui a pouco estou indo para casa, tudo bem?

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora