Cut

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Norman e Cameron continuavam brigando. Comecei a me mexer até que acho uma ponta afiada no tronco, tento corta-lo, a cada instante sentia minhas costas serem arranhadas cada vez mais. Enfim a corda foi cedendo, até que havia espaço o suficiente para eu passar. Me abaixo e saio do nó de cordas, corro até Cameron que estava por cima do garoto. Puxo ele com força, pedindo para ele parar, ele enfim desiste e se levanta. Vejo Norman, seu rosto sangrando, ele mal se movia na grama. Me viro para Cameron assustada. Cameron estava com a respiração totalmente descontrolada, ele estava suando na testa e o punho direito sangrando. Começo a tremer. E se ele havia acabado de matar Norman? Começo a recuar e soluçar assustada. Bato com as costas no tronco de uma árvore e fico ali por um tempo, respirando fundo. Enfim Cameron vem em minha direção.

- Ele não está morto Heather. - Ele diz. Evito seus olhos, então ele pega meu rosto e o segura, me fazendo encarar seus olhos castanhos - acredite em mim, não seria louco o suficiente de matar ele. - Balanço minha cabeça em positivo, já que o medo impedia minhas palavras de saírem.

- Agora, vamos embora daqui a não ser que você queira ser seqüestrada de novo. - Cameron diz. Nos viramos em direção ao campo, mas antes que algo pudesse acontecer, Cameron grunhe de dor. Viro para ele e só então vejo o canivete cortando suas costas com força. Norman o segurava com um sorriso, empurro ele com força para o chão. Tiro o canivete de suas mãos e guardo no bolso de Cameron. Ele enfim cai no chão, sento, segurando seu braço. Começo a chorar, pensando se ele iria morrer, mas então ele se vira e diz extremamente baixo.

- Preciso ir para casa... - Ele diz fechando os olhos.

- Não! Eu vou te levar para um hospital!

- Você não pode. Heather, se você me levar lá eles vão me perguntar o que aconteceu e pode acabar envolvendo a polícia nisso... Você... Você só precisa me levar para casa... - Cameron fala. Balanço minha cabeça. Ajudo ele a se levantar, não sei como mas ainda não havia parado de chorar, caminhamos e ele se apoiava em mim, com dificuldade para andar. Chegamos em seu carro, coloco-o no banco do passageiro e então assumo o volante, dirigindo em direção a minha casa, sabendo que meu pai não estaria por que estava em viajem para ver o hotel que cuidava em uma outra cidade.

Chegando lá, ajudo Cameron a sair do carro e a entrar em casa. Passo a passo chegamos em meu quarto, tiro seu paletó e o restos de sua camisa social, enfim deito ele de bruços. Me lembro de como eles cuidavam de um paciente com um corte profundo em filmes e séries. Desço correndo a escada, indo até a cozinha e pegando uma garrafa de vodka, uma linha de costura e uma agulha, subo até meu quarto e só escuto ele grunhir de dor, aquilo me fazia ficar mais assustada, pensando se a vida dele estava nas minhas mãos.

- Isso vai arder. - Falo.

- Você já fez isso antes? - Ele pergunta virando seu rosto para mim. Balanço minha cabeça negativamente.

- Mas é que eles sempre falam assim nos filmes. - Falo rindo seco e Cameron ri. Pego a garrafa de vodka e destampo-a, despejando devagar pela extensão do corte. Cameron segurava com força minha coxa e gemia de dor. Enfim paro e coloco a linha na agulha depois de algumas tentativas. Respiro fundo algumas vezes antes de começar a costurar o corte profundo em suas costas. Ele muitas vezes gritava de dor. Quando acabo, observo, não estava lá aquelas coisas, mas estava bom o suficiente para estancar.

- Acho que vou seguir a carreira de medicina. - Falo cortando o fio e largado a agulha. Cameron ri, parecia mais aliviado agora. Ele pega minha mão e me puxa, me fazendo deitar ao seu lado. Cameron me segurava com força.

- Está melhor agora? - Pergunto me virando para ele.

- Muito melhor. - Cameron diz acariciando meu queixo - acho melhor dormirmos agora, falamos sobre isso amanhã.

- Ok. - Respondo. Enfim apago a luz no interruptor acima da cabeceira da cama e rapidamente pego no sono.

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora