Those types of plans...

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O carro de Cameron vai embora e então me viro para casa, fico parada um certo tempo, processando o que aconteceu, será errado isso? Ainda vejo Cameron como apenas um garoto, o que matou Samantha, seria tão difícil tirar essa imagem dele de minha cabeça? Mesmo com isso, devo admitir que me sinto atraída por ele, as vezes tanto que até esqueço do que aconteceu um mês atrás naquela noite. Ando lentamente até minha casa, com minhas pernas extremamente cansadas. Antes de colocar a chave na porta, tiro o salto, me sentindo totalmente aliviada. Abro a porta lentamente e espero, ouvindo atentamente à algum barulho. Entro e fecho a porta atrás de mim com o máximo cuidado, subo as escadas de fininho e vou até meu quarto, entro e fecho a porta. Corro até o banheiro, fecho, tranco a porta e enfim me olho no espelho. Puta merda, eu tava assim durante toda a manhã e Cameron ainda diz que EU que tava provocando? O tapa de Alyson ta vermelho demais, meu cabelo um ninho de passarinho e minha roupa parecendo de mendigo. Tiro o cabelo de meu pescoço e olho as marcas vermelhas.

- Ele ainda vai me pagar por isso. - Falo passando a mão por elas, sabendo que iriam ficar um pouco roxas mais tarde. Tiro minha roupa e vou até o boxe. Depois de lavar meu cabelo e tirar a pouca sujeira que tinha em minhas pernas. Saio do banho 100 mil vezes mais confortável e limpa. Seco meu cabelo e então pego corretivo e base, faço o melhor possível para o tapa sumir, depois passo para meu pescoço, onde fico um bom tempo tentando esconder as marcas já roxas. Saio do banheiro e coloco uma roupa confortável, deito em minha cama. Quando estou quase dormindo pensando sobre hoje mais cedo escuto batidas na porta.

- Pode entrar. - Falo alto o suficiente para ele ouvir. Meu pai abre a porta e então caminha até minha cama, onde se senta na beirada.

- Ouvi você no banho, por que não me avisou que tinha chegado?

- É que eu achei que você não tava em casa. - Minto.

- Entendi. - Ele diz - como foi a festa? Aproveitou bastante? - Ele pergunta tirando uma mecha de cabelo de meu rosto, deixando à mostra meu pescoço. Rezo para ele não perceber nada. Ele então se curva para frente, analisando meu pescoço e passa seu dedo encima de uma das marcas, tirando a maquiagem.

- Mas que merda é essa? Quem foi o garoto que fez isso? - Hesito para responder - foi o vagabundo daquele Cameron, não foi? - Fico em silêncio absoluto - Já te falei sobre a família dele, um bando de covardes.

- Você tem certeza disso? Você deveria saber que Cameron fez de tudo para o pai dele pagar as dívidas.

- Não, acredite em mim, conheço bem a família daquele cafajeste! E você sabe muito bem que se você ficar próxima desse Cameron, menos seguros estaremos.

- Mas...

- Sem mas! À partir de segunda eu vou te levar e te buscar na escola todos os dias e você ta proibida de sair para festas e para a casa das suas amigas por dois meses! - Ele diz e então sai do quarto, fechando a porta com um estrondo.

*Mais tarde naquele dia*

Subo para meu quarto logo depois de minha tia ir embora, sempre que alguma visita vem em casa e depois vai embora, a casa parece mais espaçosa e mais solitária ainda do que o normal e era exatamente isso o que eu tava sentindo naquele instante. Tranco minha porta, rezando para meu pai não bater nela.

Cameron's P.O.V.

Dirijo até um café, onde Nash tava. Estaciono o carro e então saio. Caminho até a porta e tento avistar Nash através do vidro. Ele acena com a cabeça e então entro. Uma musiquinha tocava no fundo, sento na cadeira à sua frente. Nash mexia em seu celular como se não notasse minha presença.

- O que foi? - Pergunto impaciente.

- O que? - Ele pergunta tirando seus olhos do celular e me encarando com aquelas órbitas azuis um pouco assustadoras.

- Por que tu me chamou aqui caralho?

- Relaxa cara. O que tu fez ontem na festa? Mal te vi. - Ele diz bloqueando seu celular.

- Nada de mais, foi só uma festa como qualquer outra.

- Entendi. Sabia que eu vi você e a Heather hoje de manhã?

- Ah, sério?

- Sério. Eu fui pegar minha mochila, já que eu achei que ia dormir na tua casa, mas não deu muito certo, só que eu vi os dois saindo da sua casa e tenho que te dizer, ela tava com um sorrisinho no rosto.

- O que que tem? Tu acha que eu dormi com ela? - Falo. Nash me encara desconfiado - não aconteceu nada de mais, ela só desmaiou ontem e como eu não sabia onde era a casa dela, levei ela pra minha.

- Mas rolou alguma coisa, não? - Fico em silêncio, observo a mesa do lado, descontraindo.

- Olha, Cameron, tu já me falou sobre esse teu plano, mas eu não acho muito certo, só, por favor, para de iludir a garota, não é certo você usar ela.

- Quer saber?

- Quero.

- Tu não tem o que se meter nas coisas entre ela e eu. Ta bem?

- Calma.

- Eu to calmo. - Falo respirando fundo.

- Eu só quero te dizer que não é uma boa idéia brincar com os sentimentos dos outros, entendeu?

- Entendi. Sabe, você parece meu pai dizendo isso.

- Ah, legal.

- Bem legal mesmo. - Cochicho comprimindo meus lábios. Olho em volta e então me levanto da mesa.

- Até mais. - Falo baixo.

- Até.

Me viro e então caminho para a saída, entro em meu carro e fecho a porta. Olho fixamente para o volante. Demoro um bom tempo para perceber o quão forte eu estava segurando ele, vejo os nós dos meus dedos brancos, retiro minhas mãos do volante devagar e então doiu partida no carro, indo pra casa.

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora