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Seus olhos azuis penetrantes me encaram, parecendo querer arrancar alguma informação de mim, saber de algo, ele parecia mais confuso que eu. Humilhação e constrangimento entraram em minha cabeça. Não poderia olhar para o rosto de Nash sem lembrar que já havia transado com ele.

- Oi... - Enfim respondo. Ele se senta um pouco distante, um clima constrangedor toma conta do lugar. Esperava por qualquer coisa, um temporal de preferência, tudo para isso passar. Nash abre sua boca, mas é interrompida pelo estrondo de um raio, a claridade se espalha pelo céu e o barulho da chuva é escutada. Tento esconder minha felicidade, me levanto e estou prestes a me despedir quando Nash me impede.

- Heather, preciso falar com você.

- Merda... - Cochicho. Um pingo de chuva cai em meu rosto. - Vai começar a chover. Acho melhor ir para casa...

- Por favor. Tem um café aqui perto, só quero falar com você rápido. - Ele insiste. Penso por um longo tempo, até que a chuva começa a engrossar, balanço minha cabeça, concordando.

Nash se vira e começa a andar, a chuva começava a ficar mais forte, coloco meu capuz. Depois de uns 2 minutos andando, atravessamos a rua e vejo uma das poucas coisas abertas por aqui. Entramos no lugar, estava confortavelmente quente e acomodador. Sem dizer uma palavra, Nash me leva até uma mesa ao lado da janela que dava para a rua. Milhões de perguntas surgiam, por que ele estava fazendo isso, sobre o que ele queria falar. Me sento, abaixo o capuz e não sei de onde tiro a coragem para encarar ele.

- Vai querer alguma coisa? - Nash pergunta.

- Não. Nash, vá direto ao ponto. - Falo impaciente.

- Ok... Então, hoje de manhã eu recebi um vídeo.

- Que vídeo?

- Meu e seu. - Por mais que eu quisesse, não deixava de encara-ló. Faço um sinal para ele continuar. - Bom... Acho melhor eu te mostrar... - Nash me entrega seu celular, dou play e vejo o mesmo vídeo que Norman me mandou, tempo depois ele enfim acaba. Fico um tempo em silêncio e devolvo-o o celular. - O que? Não tá supresa?

- Olha... Também recebi esse vídeo, Nash.

- Também?

- Sim.

- Juro que não me lembro de ter feito nada disso. Nunca transaria com você. Você é do Cameron. Não poderia fazer isso com ele. - Confirmo com minha cabeça. - Quem quer que seja, te mandou mais alguma coisa?

- Não. Espera ai... Você não sabe que é o Norman mandando essas coisas?

- Norman? Bates? Irmão da Samantha?

- Sim.

- Não, não sabia. Cameron não gosta de falar sobre isso. Desisti de perguntar faz tempo. Mas a questão é, por que ele mandou isso?

- Não sei, não faço ideia. - E é nesse momento que meu celular vibra. Uma maldita mensagem.

"Quero o dinheiro, ou mais pessoas saberão desse vídeo, incluindo Cameron"

- Merda.

- O que foi? - Ele pergunta curioso. Entrego meu celular à ele. Nash lia a mensagem baixo. Me entrega o celular. Um silêncio se crava. - O que você pensa em fazer? O que a gente deveria fazer?

- Porra Nash. Não sei, não tenho esse dinheiro, não tenho a mínima ideia de onde esteja.

- Então você pretende só ficar parada? - Dou de ombros. - Temos que procurar esse dinheiro, Heather. Caso contrário, esse vídeo vai parar em outros lugares, inclusive nas mãos de Cameron. - Sinto um arrepio percorrer minha espinha. Não podia deixar esse vídeo parar nas mãos de Cameron, não antes de eu mesma contá-lo.

Dirty LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora