❇ Capítulo 2 ❇

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      Muitos dizem que é por acaso, mas eu digo que é a força do destino, por que nada é por acaso, tudo tem um porquê.

            " Liriane"

O som insistente de batidas à porta invadiu meu sono, arrancando-me da inconsciência.

Levantei-me, ainda atordoada, desorientada e sem compreender completamente o que se passava à minha volta. A textura áspera do chão pressionou contra meu rosto enquanto eu tentava recuperar a noção de realidade. Tropecei em algo, uma espécie de emaranhado de tecido, antes mesmo de alcançar a porta, e meu rosto encontrou o chão abruptamente. A dor pulsante e a confusão misturaram-se, criando um despertar doloroso e caótico.

Droga!!!

Havia tropeçado em um véu.

Ao erguer-me, percebi que estava vestida com um vestido de noiva.

Um vestido de noiva? Eu não me lembro de ter trocado de roupa.

Observei o vestido em meu corpo sem entender nada. Não me lembrava de o ter vestido, nem me lembrava como fui parar ali... Calma aí, que quarto é esse? O meu não é. Varri o lugar com os olhos. Um homem passou por mim e abriu a porta.

O que é que se passa aqui?

— Antes de tudo, parabéns aos recém-casados — felicitou-nos um senhor que aparentava ter uns  40 a 42 anos.

O quê? 

Recém-casados? Como assim? Eu casei? 

Olhei para a minha mão esquerda e notei uma aliança no meu dedo anelar.

Oh, meu Deus! Isso deve ser um sonho. 

— Eu não estou a entender nada, que porra é essa?! — perguntou o homem que abriu a porta, que parecia ser o meu marido.

Eu já o vi antes. Sim, foi no restaurante do hotel, aquele que chamou a nossa atenção pelos olhos azuis e pela pele negra. À medida que a confusão se instalava, tentei processar a situação surreal.

— Vocês casaram ontem, vocês não se lembram? — questiono, lançando um olhar alternado entre nós dois.

— NÃO! — respondemos em uníssono, trocando olhares perplexos.

Em que momento eu casei? 

Revirei minha mente em busca de alguma lembrança sobre o casamento e nada. 

— Acho que há algum mal-entendido aqui, senhor — falou ele, já a querer fechar a porta na cara do senhor, mas o senhor impediu a porta de fechar com o pé e continuou:

— A senhora chama-se Liriane Bunt e o senhor é o Sandro Collins, certo?

— Sim — respondemos juntos pela segunda vez, o que foi um pouco constrangedor.

 — Então não me enganei, são vocês os recém-casados. Parabéns, mais uma vez.

Houve uma breve pausa enquanto ambos processávamos a informação. O homem, aparentemente Sandro, lançou-me um olhar interrogativo, como se buscasse alguma resposta nos meus olhos.

— Deve ter algum engano, eu nem conheço ela — disse o tal Sandro.

— Olha para a tua mão esquerda — comuniquei-me com ele pela primeira vez.

— Como é que isso foi acontecer ?— indagou ele enquanto olhava para a mão onde tinha a aliança — hoje mesmo vou falar com um advogado para nos separarmos.

— Tem um pequeno problema... Vocês só podem se separar depois de completarem um ano de casados ou vão ter que pagar uma multa de milhões.

— Por que se nós os 2 queremos nos separar? — questionei, ainda perplexa com a situação.

A força do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora