Capítulo 11

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Levantei-me e fui tomar um banho rápido. Sai da casa de banho enrolada na toalha. Passei o creme corporal pelo meu corpo. Olhei-me por alguns segundos no espelho, estava com olheiras, mas nada que uma boa maquiagem não disfarce.

Vesti um caicai preto, com uma calça branca, um tênis branco e uma bolsa preta. Deixei o cabelo solto.

Marquei de tomar o pequeno-almoço com a Nina, depois ela teria que encontrar-se com o César. Agora é assim, tenho que dividir ela com ele. Pelo menos ela está feliz. E isso também me deixa feliz.

Estava prestes a sair quando escutei o meu telefone tocar na minha bolsa. Abri-a retirando o mesmo e atendendo sem ver quem era, estava com pressa, já estava atrasada.

- como assim você esta casada? Por que é que não me contaste? Como foste capaz de fazer isso com o Gael? O que é que se passa contigo Liriane? Onde é que você esta com a cabeça? -perguntava sem me dar opurtunidade de falar. Como ela soube? O Gael

Ele tinha que falar.

- mãe, como é que ficaste a saber disso?- Pergunto já sabendo a resposta.

-fiquei a saber por um programa de fofoca. Eu Juselma Virela Lunis Bunt, descobri que a minha filha, a minha "única" filha. Que pensei que confiava em mim, que nunca me escondia nada, casou, por um programa de fofoas. Pela Tv -disse, visivelmente magoada. E isso me machucou.

-Mãe, desculpa...

-não! não te desculpo. Não te preocupaste como eu iria me sentir e o teu pai, que nem te levou ao altar. Nós não estivemos num dos momentos mais importe da nossa filha. Minha única filha.

-mãe, eu não casei na igreja.

- mas casaste e eu nem estive presente. Coitado do Gael, ele é um homem de ouro. Como foste capaz disso? Ele não merecia isso. Ele aqui preocupado contigo e tu no bem bom, sem ter a delicadeza de dizer que já não querias mais nada com ele. Sempre foste apaixonada por ele, Liriane. Tu não és assim, em que momento você deixou de o amar? Em que momento esse tal de Sandro entrou na tua vida? -a minha mãe estava decepcionada comigo e com razão. Eu devia ter contado tudo desde o início.

-mãe, eu vou explicar-te tudo, não é como parece.

E mais uma vez contei tudo, ocultando claro a parte em que eu me apaixonei pelo Sandro. Era melhor não contar isso agora.

[...]

- Eu imagino como é que ela ficou, entende-se, você é a única filha dela- bebericou um pouco do seu café- quando é que tu vais contar para o Gael que não vais casar com ele?

-eu não sei -suspirei. Meus ombros caem -eu não o queria magoar.

-Tu não tens culpa.

-eu sei disso, mas isso não me impedi de me sentir mal. Ele não mereci nada disso. Sempre foi tão maravilhoso - surrio lembrando dos momentos bons que vivemos.

-a vida é assim, fazer o quê?

-Antes ele era tudo para mim, meu suporte, meu chão.

-mas vocês ainda podem ser amigos.

- por mim, sim. Ele sempre vai ter um lugar especial no meu coração. Fui muito feliz ao lado dele -olhei para o lado e não acreditei no que os meus olhos viam. Era ele. O meu coração batia forte contra o peito. E uma alegria subita envadiu o meu peito.

- está tudo bem?

- já volto -levantei-me ignorando a sua pergunta e camunhei em passos largos na sua direção. Estava de costas para mim.

-Sandro- toquei o seu ombro.

-sim- pronunciou o homem ao ficar frente a frente comigo. Tinha quase a mesma altura, o mesmo tom de pele escuro, o mesmo corpo físico. Mas não era ele, não era seus olhos.

Não era ele. O que está a acontecer comigo? Ele nem quer saber de mim.

-moça, está tudo bem? -perguntou.

-estou. Desculpa, pensei que fosse alguém que eu conheço- desculpei-me voltando a mesa desiludida, com alguns olhares curiosos sobre mim.

- o que foi aquilo?- pergunta, assim que me sento.

-eu pensei mesmo que fosse ele- falei e olhei para a chavena de café a minha frente. Ela segurou a minha mão por cima da mesa, me confortando.

Eu acreditei que era ele. Eu não estou bem, eu preciso esquecer ele.

"Sandro"

- tu não podes fazer isso com ela.

- é melhor.

-ela agora pensa que tu e a Sara têm alguma coisa. Enquanto que desde que vocês se beijaram tu não conseguis ficar com ninguém.

- eu sei que ela ainda sente algo por aquele noivinho dela. O tal de Jael - troco o J com o G de proposito.

-não é só isso. Tu estás a fazer isso pelo que aconteceu - olhei para ele o repreendendo com o olhar. Ele sabe que eu não gosto de falar disso.

Aquele dia não sai da minha cabeça, a culpa me assola todos os dias.

- Henry, Heeenryyy... -olhei para o mar tentando avista-lo. O despero aumentava a cada segundo -Henry.

Procuraram ele por dias e meses, até o encontrarem já sem vida.

-Eu nunca vou me perdoar.

-não é culpa tua.

- É sim! -levantei bruscamente -tínhamos acabado de discutir. Chovia forte e trovejava -olhei pela janela, relembrando aquele dia -Escutei a porta bater, fui até a janela. Vi ele entrar no mar com a prancha naquela noite, também vi quando ele caiu da prancha, caindo no mar. Não liguei. Eu devia ter percebido cedo, mas não! Eu ainda fiquei uns bons minutos parado, pensando que estava tudo bem.

-não tinhas como saber.

- eu não fui a tempo para o ajudar. Se eu não tivesse ido tirar satisfações com ele, isso nunca teria acontecido.

-já entendi -olhei-o sem perceber o que ele dizia - tu não queres ser feliz. É uma forma de te punires.

- talvez.

- não sei se sabes, mas estás a destruir a mulher que amas.

- ela tem alguém que ama ela, que vai cuidar dela.

-mas ela te ama, não ama ele. Vais te arrepender do que estás a fazer. Ainda podes voltar atrás, Sandro. Ela te ama, cara.

Eu não posso fazê-la feliz. Ela vai estar melhor com ele. Não comigo.

A força do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora