20. Little mess

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Bruna

“Ah, e eu que queria me livrar de vocês.” falei num tom de brincadeira e Clarice revirou os olhos.

“Você quer a nossa companhia que eu sei.” esticou a língua para fora da boca e eu gargalhei com aquilo, me ajeitando na cama vendo a confusão que elas faziam naquele quarto.

“'Tá agora é sério... Cadê a porra do meu short?” Marina questionou ofegante.

“Que short?” Ainê a encarou confusa.

“Ai Jesus, essa será uma noite longa.” murmurei.

Ainê, Clarice, Marina e Larissa estavam arrumando suas malas.

Por prevenção, antecipei o processo encarregando-me apenas de assistir ao pequeno fuzuê que elas geraram entre as quatro paredes.

O nosso vôo fora marcado para às duas horas da madrugada e eu andei pensando se esse horário me atormentaria para o resto da vida.

Enquanto passava os dedos contra a tela do celular, confirmando ao meu chefe que chegaria ao Brasil amanhã, Clarice conversava com os homens pelo celular.

Enzo, Liam, Maria e as gêmeas da Larissa estavam com seus pais, arrumando tudo na correria como sempre.

Me acomodei mais contra a superfície macia sentindo meus olhos pesarem repentinamente e mergulhando em um sono profundo.

Quatro horas depois

Meus olhos estavam vermelhos demais por conta do sono mal aproveita naquela noite.

Eram 00:57 e eu estava em um banho enquanto Clarice passava o hidratante corporal.

Depois de uma certa gritaria, brigas e afins... Nos retiramos do quarto e descemos até o restaurante, caminhando para a porta de entrada e esperando os homens que já tinham prometido sua chegada rápida.

“Ai, glória a Deus!” a ruiva dramatizou ao ver Gabriel e Roberto se aproximarem.

“Nem é dramática.” olhou a piscando e eu revezei o olhar entre eles já suspeitando um sentimento a mais ali.

“Cadê os outros? E os nossos filhos?” Clarice perguntou apontando para ela mesma, Ainê e Larissa.

“Calma, mamãe do ano. Você vai com seu marido e seus filhos naquele táxi.” Roberto gesticulou, apontando com a cabeça por o último táxi da fila em que Marcelo colocava algumas malas.

Clarice rapidamente assentiu e correu até eles.

“Marina vem comigo, Bruna com o Neymar, Larissa com o sorrisão aqui e as vossas filhas e Ainê vai com Philippe e Maria.” Gabriel falou.

“Vocês fizeram de propósito isso da organização dos táxis e tal...?” resmunguei.

“Chegou a rainha do drama. Tudo bem bonitinha, se você quiser que a gente troque... —” Gabriel murmurou devagar enquanto revirava os olhos mas fora interrompida pela ruiva que já o puxava pelos braços.

“Nada disso. Além de ser extremamente infantil, a organização já está feita. O Neymar não morde, Bruna! E pensei que já estivessem resolvidos...” murmurou em um tom desafiador e eu semicerrei os olhos pegando em minhas malas.

“Eu odeio vocês, só para constar.” murmurei enquanto as levava até o carro em que Neymar estava.

Ele estava arrumando suas malas e instantaneamente fiz o mesmo, me aproximando dele para fazer tal ato.

No mesmo momento pude sentir ele paralisar por provavelmente pensar que não iria com ele. Mas não tinha nada demais... Era apenas uma corrida até o aeroporto.

Azar mesmo seria estar ao lado dele na poltrona do jatinho.

Ao contrário do que pensei, a viagem fora bastante silenciosa. Cada um mexendo em seu celular. Ele ao lado do motorista e eu no banco do passageiro, apenas cantarolando a música que tocava no rádio durante a trajetória.

Depois de toda a confusão, finalmente estávamos sendo encaminhados para o jatinho particular que um dos jogadores tinha alugado.

O que mais tinha nesta viagem era confusão... Agora se tratava da arrumação das malas. Tal problema que fora rapidamente resolvido para minha sorte.

Suspirei lentamente ao encostar meu corpo na poltrona acastanhada.

“Então... Está animada?” ouvi o camisa dez questionar sentando do meu lado e eu xinguei internamente todos os palavrões existentes.

Isso não pode estar acontecendo.

Claro! Vai ser bom ter essa baguncinha toda no Brasil.” murmurei encarando os demais presentes no jatinho e agradeci aos céus quando este finalmente iniciou o vôo.

“Bom, você já visitou bastante minha casa, acho que já estava na hora de conhecer a sua.” comentou.

“Você já foi para lá, Neymar.” murmurei e ele pendeu a cabeça para o lado.

“Para ser sincero, não lembro muito das coisas...” ele falou sorrindo, com a língua entre os dentes e eu rolei os olhos.

“A pior parte dessa viagem será você mas como queira... Será a última vez que visitará minha casa mesmo.” murmurei fechando os olhos, pronta para alcançar meu sonho.

“Também será a sua última...” ele sussurou e decidi ignorar.

Era só o que me faltava.

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