After Us

12. I don't have time

Bruna

Uma ponta agressiva invadiu meu peito perante aquela cena. Eu não queria me importar mas me importei com seu pequeno gesto ignorante que demonstrou indiferença.

Após alguns segundos boquiaberta, vendo-o retirar-se, dei de ombros direccionando meu olhar para as duas mulheres ao meu lado que já estavam me encarando parecendo aflitas.

“Eu sei o que querem dizer e a resposta é não.” comentei e caminhei até a enfermaria em busca de Larissa.

“Você ia falar alguma coisa, Marina?” Aine questionou para a ruiva que negou com a cabeça enquanto caminhávamos até lá. “Eu também não ia. Tem alguém paranóica aqui.” concluiu e eu rolei os olhos.

Me aproximei da sala que havia sido tomada para cuidados médicos e avistei Larissa retirando-se de lá na companhia de Firmino que posicionava o dedo com algodão contra seu lábio um tanto inchado.

“Finalmente achei você, inferno. Eu estou faminta!” falei rapidamente e a loira apenas deu de ombros apontando para seu parceiro com a cabeça.

“Eu tinha que vê-lo. E eu me lembro muito de ter falado para sairem para comer.” comentou e eu dei de ombros.

“Sim, sim... Mas a gente quis esperar por você então vamos antes que eu ative meu lado canibal.” ameacei e ela gargalhou, sendo acompanhada por Firmino.

“Eu não tenho mais nada por fazer em campo então posso acompanhar vocês.” Firmino sugeriu e nós concordamos saindo do local, rumo a fora do estádio.

Vinte e sete minutos depois

“A vela 'tá foda.” comentei enquanto encarava os casais recém formados.

Firmino havia pedido ao Adenor para que saísse para comer com a gente. No entanto, Coutinho, Gabriel e Neymar acabaram ouvindo e pediram para o acompanhar.

No momento me encontrava entre Gabriel & Marina, Neymar, Coutinho & Aine e Firmino & Larissa.

Embora Gabriel e Marina não fossem um casal ao todo, eles agiam como tal, sem comentários sobre estarem sendo vela.

“Terei que concordar com você.” o camisa dez sussurou em meu ouvido pois por estar em meu lado, facilitava a comunicação.

“Ai que lindo!” ouvi Aine exclamar e eu coloquei a mão na testa, me apoiando pelo cotovelo.

“Ah, começou!” murmurei ouvindo a gargalhada de Neymar, que tinha sido o único a ouvir meu comentário.

“Que lindo o quê?” Philippe encarou a esposa curioso.

“Brumar, meu filho.” explicou e eu revirei os olhos começando a ficar desconfortável com a conversa.

Não que eu não gostasse, mas eu estava pensando pelo lado dele. Quer dizer, ele parece não querer mais que fiquemos juntos.

“Brumar nada.” sinalizei para que ela se calasse, atraindo risos de todos menos de Neymar que apenas tinha um semblante atrevido como se estivesse se divertindo com a conversa.

Como ele pode me confundir dessa forma?, me perguntei internamente.

“A única que não shippa Brumar aqui é você...” ele sussurou me fazendo erguir uma das sobrancelhas mas de imediato prosseguiu. “E eu.” completou.

Ele está me deixando louca, comentei comigo mesma respirando fundo.

“Que triste.” falei da forma mais cínica possivel pegando o celular como forma de fugir daquela conversa.

“Realmente...” ele disse por fim.

Um silêncio entre nós se fez presento e mesmo em meio de nossos amigos, aquilo era agoniante.

“Você não sabe socializar com as pessoas?” ele perguntou, falando num tom mais baixo como se estivesse me contando seu maior segredo.

“Neymar, me poupe.” exigi, farta de o ouvir. “Não tenho tempo para seus jogos.” declarei e ele sorriu de lado antes de seu rosto ser tomado por uma postura mais séria.

Voltei o meu olhar para o celular, satisfeita por ter encerrado aquela brincadeira que ele pensava ter o monopólio.

Eu sabia que ele não estava com intenções de voltar. Ele fora muito sincero ao terminar e deixou bem claro e evidente que não voltaria atrás.