15. No-Chat

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Neymar

Ela apreciava a decoração por mim escolhida naquela noite enquanto eu a guiava para o segundo andar do restaurante onde seria o nosso jantar.

Assim que nos aproximamos das escadas ela ergueu uma das sobrancelhas.

“Para onde está me levando?” ela questionou por pensar que o jantar seria supostamente no primeiro andar.

“Relaxa, depois descemos se quiser.” sussurei e ela manteve seu olhar torto sob mim.

Apenas sorri com aquilo e então, posicionei minha mão contra a sua assim, a levando para o segundo andar.

“Uau!” ela sussurou surpresa ao ver o local.

Não era extremamente decorado o primeiro andar mas ainda assim, decorado. Simples, elegante e confortável.

Ao nos aproximarmos da mesa, puxei a cadeira para que ela se sentasse e ela o fez.

“Então... O que achou?” perguntei ao me sentar a fitando diretamente vendo suas bochechas aderirem um tom vermelho leve.

“Eu achei tão... Lindo! Foi você que escolheu?” ela questionou e eu assenti levemente.

“Eu conheço seus gostos então tive que assumir o papel de decorador nesta noite.” sorri minimamente ao terminar a fala.

“Então...” ela prosseguiu tentando desenrolar a conversa.

“O que quer comer? Tem as opções no cardápio.” falei apontando com a cabeça para o cardápio e ela assentiu, o pegando.

“E como vamos fazer isso? Quero dizer... Não tem ninguém trabalhando aqui.”

“Bom, naquela mesa tem o que você quiser. Bebidas, salgados, mariscos, doces...” instruí e ela olhou para onde apontei.

“Então por que me deu o cardápio? A gente pode servir diretamente.” ela comentou num tom divertido e eu gargalhei.

“Porque eu vou servir para você, oras...” expliquei vendo ela apoiar a bochecha contra seu ombro.

“Ah, Neymar... Sério?” ela perguntou e eu assenti.

“Por hoje sim.” corrigi e ela deu língua se levantando.

“Anda, vamos servir juntos.” ela falou e eu dei de ombros perante a sua teimosia.

Depois de alguns minutos, já havíamos escolhido o que comer e agora estávamos nos sentando para provar de nosso prato.

Eu tinha optado na lasanha para não arriscar e ela escolheu um pouco de tudo.

“Hm... Desta vez, eu sirvo.” falei e ela me olhou confusa. “O que quer beber?”

“Hm... Suco de uva.” ela falou pensativa e eu assenti.

“Pegou trauma do álcool depois do seu porre?” perguntei quando me aproximei da mesa ouvindo ela gargalhar.

“Eu não quero arriscar minha vida por hoje.” falou enquanto eu terminava de servir o suco de uva em sua taça, escolhendo o mesmo para mim.

“Você ainda esse ano falou que gosta de uns desafios...” comentei.

“Você sabe que sim mas não é legal usar as minhas palavras contra mim, okay?” ela falou entre risos enquanto eu me aproximava, colocando as taças na mesa.

“Eu acho que não quero arriscar minha vida também.” falei balançando a taça com suco e ela sorriu.

Os restantes minutos foram banhados por risadas. Eu ainda não estava disposto à tocar naquele assunto mas eu teria que.

“Hm, Bruna?” chamei enquanto ela olhava para os diversos cupcakes, tentando escolher.

“Oi.” ela falou olhando finalmente para mim.

“Você sabe que eu a chamei para conversarmos, certo?” perguntei com insegurança vendo ela largar o pratinho na mesa e cruzar os braços.

“Mas a gente já não estava conversando?”

“Não desse jeito... Bru, eu queria falar à respeito do nosso término.” confessei, criando mais coragem.

“Término que foi decidido por você, certo?” ela acrescentou.

“Por uma atitude sua.” rebati automaticamente.

“Você sabia que não podia fazê-lo e terminar comigo por isso não resolveu.” ela falou elevando um pouco o tom de voz.

“Bruna, calma... Vamos resolver isso como adult... —”

“Que adulto você, certo? Terminou comigo por uma merda dessa? Me magoou bastante o fato de você decidir aquilo sozinho, sem mim... Sem a sua parceira, pessoa que com quem iria terminar o relacionamento.” ela disse devagar.

“Preta, por favor.” pedi e ela suspirou, passando por mim e sentando na cadeira da mesa em que estávamos jantando e eu a segui.

“Se eu pudesse eu o faria mas você se precipitou e nem deu chance de me explicar.” falou e já pude sentir sua voz embargada se fazer presente.

“Bruna, eu agi de cabeça quente. Algo normal.” confessei.

“Você não pareceu ter tomado aquela decisão da noite para o dia, Neymar. Eu conheço você o suficiente para perceber que estava muito decidido. Decidido demais para alguém que julgou me amar.” falou soltando finalmente uma lágrima que tratou de a limpar.

“Preta, aquilo foi algo que surgiu em minha cabeça no momento. Naquela briga eu quis demonstrar precisamente que estava determinado e não voltaria atrás mas você me conhece... Olhe através dos meus olhos e diga que eu não te amo, agora. Bru, eu sempre fui seu.” admiti enquanto me agachava ao seu lado. “Eu estou aqui para me corrigir e respeitar tudo que já aconteceu entre a gente. Eu não estou te pedindo para a gente voltar, não estou pedindo para a gente casar porque isso seria um tanto precipitado. Só... Só estou tentando aliviar o que há entre a gente.” falei e ela respirou fundo.

“Fazer aquilo seria tão importante para você?” ela perguntou.

“Eu espero não precisar repetir que foi bobagem terminar com você por não querer morar comigo. E sim, Bruna, seria muito importante mas eu respeito a sua decisão. Você tem a sua carreira, eu tenho a minha e ainda não estávamos prontos para morarmos juntos.” completei vendo ela sorrir levemente.

“E como vai ser daqui pra frente?”

“Neymar e Bruna como tem que ser... Por agora não somos Brumar, somos você e eu distintos mas ainda assim unidos.”

“Complexo mas entendi onde quer chegar.” ela proferiu e eu sorri, a abraçando.

After UsOnde histórias criam vida. Descubra agora