24. Undecided

2.2K 112 11
                                    

Neymar

A mulher que agora estava andando desgovernada, estava tão apressada em ir até a cave que havia se esquecido de levar o celular com ela para usar como lanterna.

Eu, distraído, também esqueci de levar e pensei que Bruna ainda se recordasse das posições do móveis mas... Os seus gemidos de dor não diziam ao mesmo.

“Você vai precisar de um litro de base depois disso, aposto que está com hematomas.” comentei sarcástico e ela tornou a gemer e desta vez, consegui ouvir o estrondo. “Você está bem?” falei preocupado tentando me aproximar dela mas ela apenas colocou a mão em meu peito me afastando.

“Estou, só preciso do litro de base como recomendou, doutor.” falou.

“É sério... Você se magoou muito?” deixei a ironia de lado me prontificando para a ajudar mas ela apenas murmurou algo inaudível e me martirizei internamente por aquilo.

“É uma dor insuportável mas... Eu não vou voltar! Vamos apanhar a porcaria dessa cave porque essas dores não são em vão.” ela falou decidida e ri baixinho pela determinação dela, tentando acompanhar seus movimentos.

Assim que chegamos em um ponto aleatório, ela se agachou e por ser de forma repentina, achei que a mesma tivesse caído perguntando se estava bem mas ela não respondeu.

Ouvi um barulho de chave e algo ser aberto.

“Você vai ficar aqui em cima ou vai entrar?” ela perguntou.

“Vou entrar.” respondi e o silêncio consumiu e o local.

Me agachei para que eu supunha ser sua altura e movimentei as mãos, procurando por seu corpo mas não encontrei.

“Bruna?” perguntei preocupado, arrastando as mãos pelo piso vendo que tinha um buraco nele. “Eita porra, Bruna?”

“Para de gritar igual um condenado, tem pessoas dormindo... Desce logo!” ouvi sua voz distante e logo percebi que sua vinha de baixo.

“Caralho, que porra de casa é essa?” perguntei indignado.

“Desce logo!” insistiu e eu respirei fundo, já imaginando a estrutura da escada encostada na porta da cave.

Desci por ela mas em um momento me desequilibrei, caindo descontroladamente.

“Tinha uma escada, Neymar. Não precisava se atirar.” ela falou e eu revirei os olhos, me levantando rapidamente.

“Engraçadinha, eu escorreguei.” expliquei. “Onde está a caixa eléctrica?” perguntei por fim.

“Eu já achei e pela posição alterada dos interruptores devo dizer que foi a idéia de um engraçadinho desligar as luzes da casa.” comentou e eu gargalhei.

“Só resta saber se foi o Marcelo ou o Gabriel.” falei.

“Por que acha que foi um deles?”

“Philippe estava conosco e Firmino... Bem, do jeito que a Larissa estava não tinha outra opção senão ficar com ela.” expliquei.

“É, mas a Marina passou mal primeiro que a Larissa, Gabriel deveria estar com ela. E Marcelo... A mulher dele desmaiou, né?” ela tentou se explicar.

“Todos tem razões suficientes para não desconfiarmos deles.” comentei.

“Isso é tão CSI...” ela falou em um tom divertido e eu concordei. “Bom, foda-se, vamos ligar logo isso...” ela falou e eu fiquei em silêncio, ouvindo o som dos estalos dos interruptores.

Assim que a energia voltou ao normal, tive a visão de seu corpo ligeiramente marcado.

Ela estava trajada apenas por um vestido solto que transparecia a marca que ficou em sua coxa.

“Ih, moleque. Isso foi grave, hein?” falei apontando com a cabeça para sua coxa e ela deu de ombros.

“Depois eu cuido... Disso?” ela falou com dificuldade assim que me aproximei dela.

“Eu cuido de você...” sussurrei em seu ouvido ao me aproximar o suficiente.

“O que está fazendo?” ela protestou tornando a falar com dificuldade.

“Então... Bruna? Mais cedo você se comportou mal então estou um tanto indeciso... Cuido de você ou devo puni-la?” sussurrei e a fitei seus olhos.

Ao ver seus lábios serem molhados, e seus olhos brilharem pude constatar que sua sanidade tinha se esvaído.

After UsOnde histórias criam vida. Descubra agora