* Veronica on *
Eu estava com um pressentimento ruim, como se alguma coisa estivesse acontecendo. Já fazia meia hora que ligava desesperadamente para Reggie, sem saber o que fazer. Não tinha ideia do que estava ocorrendo com ele.
- Conseguiu alguma coisa V? - Betty me perguntou ao perceber meu nervosismo. Jughead estava dormindo na sala, então não tínhamos que explicar tudo para ele. Jug ainda esta mal, embora estivesse lembrando aos poucos das coisas.
- Nada, está caindo na caixa postal. Se alguma coisa acontecer com ele... É culpa minha.
- Como está Archie? - B me pergunta, algo que não respondia faz tempo.
- Não sei. Faz séculos que não nos falamos... Eu sei que nós acabamos amigavelmente, já que ele teve que se mudar, mas não será mais a mesma coisa.
- Eu sei que Chuck era muito amigo de Reggie, vou tentar ligar para ele. - ela disse se retirando da sala.
Eu vasculhei meu celular, tentando encontrar alguma coisa nas nossas intermináveis conversas... Alguma pista, qualquer coisa.
"Peter: Onde você gosta de ir para esclarecer sua mente?"
É claro! Ele dizia que gostava de ir para um prédio chamado State Seen, porque o vô dele morava lá quando ele ainda estava vivo. Lá é minha última chance.
- B! Eu talvez saiba onde ele pode estar, depois te ligo!
- Boa sorte, amiga.
Eu saí correndo de lá, sem nem ao menos responder alguma pergunta que me faziam ao me ver correndo pelos corredores do hospital. "Por favor, Reggie, não faça nada estúpido". Meu coração estava acelerado, não sabia ao certo o que sentia por ele, mas não queria que ele partisse. Ele foi por muito tempo o único que eu pude contar.
Eu chego no prédio e sinto meus pelos se arrepiarem. Por instinto eu olho para cima e vejo Reggie em pé na beirada do prédio. Não. Não. Não.
- REGGIE! REGGIE! POR FAVOR NÃO FAÇA ISSO! - eu grito mas ele parecia não me escutar, então eu subo rapidamente o elevador, tentando chegar até o topo o mais rápido possível.
Os segundos pareciam intermináveis, com os botões do elevador acendendo conforme subia. Estava desesperada, não podia perdê-lo. Eu subo até o último andar e sinto o vento frio da noite vindo até mim.
- REGGIE! Olha para mim, não se jogue. Por favor... - eu falo e ele se vira para mim, então percebo que ele estava chorando muito, o que fez com que eu me quebrasse.
- Eu sou igual ao meu pai, Veronica. E-u... tudo que lutei para não ser. - ele fala engasgado devido às lágrimas.
- Você não é seu pai. Você, Reggie, é a única pessoa que me fez me sentir bem enquanto estava desmoronando, você é o cara que eu não quero perder, você é... você.
- Veronica, você não entende. Você teve uma vida linda, mas tudo o que eu fazia era causar desgraça. Minha vida toda foi baseada em ruínas. Você foi uma das únicas coisas boas. A única que acreditou que eu mudei, que falava comigo, sem se importar com meu passado. Mas não foi assim, você odeia quem eu sou.
- Não Reggie. Eu te amo. - eu segurei sua mão e sequei suas lágrimas. Ele estava morto, destruído, e eu era a única que conseguia o ajudar. - Eu te amo, Reggie, independente de tudo que você fez, pois o que importa é quem você quer ser.
- É verdade? - ele olhou para mim com um sorriso tímido no rosto. - Porque se for por pena...
- É a verdade. Eu te amo, então por favor, não se vá. Preciso de você.
Ele segurou meu rosto e lentamente se aproximou de mim. Nossos corpos estavam a menos de cinco centímetros de distância e eu podia sentir sua respiração ofegante, assim como a minha. Eu apoiei minha cabeça na dele, ainda com lágrimas saindo de meus olhos e juntei nossos lábios. Ele retribuiu o beijo e segurou minha cabeça. Podia sentir um calor nos envolvendo, como se finalmente o que faltava tivesse aparecido. Amor.
- Eu te amo, Veronica. - ele falou enquanto nos beijávamos, como se o mundo estivesse prestes a acabar. O local que estava causando calafrios em mim, agora me abraçava. O vento batia em nossos cabelos, com as luzes dos outros prédios refletidos. Nada na vida é a toa. Eu sou a prova viva disso. Enquanto Reggie me envolvia com seus braços, não pensava em nada. Éramos apenas duas pessoas, que não se importavam com nada, a não ser o amor, que não era mais possível de acontecer, até se encontrarem. Dois fugitivos do passado, que não precisavam se esconder diante do outro.
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Eu juro que chorei escrevendo... Meu Deus, que mistura de sensações nesse capítulo.
Eu estava escutando Lana Del Rey enquanto lia, socorro, combinou muito.
Não esqueçam de conferir minhas histórias GREEN EYES e NADA É O QUE PARECE, ficaria muito rata a vocês...
Com amor, Duda
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𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚 𝙄𝙄 | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦
FanfictionDois anos após Betty ir para Seattle, seu passado sempre a assombra. A falta de Jug e o caos de Riverdale não abalaram somente seu estado emocional, mas físico, onde constantes dores de cabeça, devido à um acidente passado, sempre a perturbam. ...