Me responde!

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* Jughead on *


    - Sweet Pea. - falo desesperado no telefone.

   - Oi, você está bem?

   - Não. Penny atirou em Jelly e ela está correndo risco de vida. Ela já está a três horas em cirurgia e pelo visto seu estado não melhorou.

   - Não acredito! Estou indo para aí.

   Eu precisava de Betty. Queria ter um ombro amigo, que eu poderia contar, mas ela não estava aqui. Ela provavelmente estava com suas amigas, vivendo uma vida normal... talvez melhor da que a gente tinha antes. Confesso que nunca me senti tão apreensivo. Os médicos falaram que era pouco provável de Jelly sobreviver, porque a bala atingiu o fígado. Penny atirou nela, mas me atingiu em cheio.

    - Senhor. - a mulher da secretaria veio falar comigo. Já devia estar a umas duas horas sentado inquieto naquele hospital dos infernos.

    - Ela está bem? - falei desesperado.

    - Ela não sobreviveu. 

    - Como assim ela não sobreviveu? 

   - Sinto muito. senhor, nós fizemos tudo que podíamos...

  - Eu... Posso vê-la pelo menos?

  - Claro. - ela fala e me leva em direção ao necrotério. Eu simplesmente não acreditava que ela estava morta, não podia acreditar. Ela minha irmã querida...  Estava somente paralisado. 

   - Aqui está ela. Te deixarei uns minutos a sós.

  - Jelly? - falei na esperança dela me responder, com aquele jeito único dela.

 - Volta para mim. -  comecei a falar e lágrimas incontroláveis começaram a sair de mim, toda minha tristeza foi liberada, a ficha finalmente caiu. - Sinto muito, Jelly! Foi tudo minha culpa! Eu queria estar aí no seu lugar, eu não quero te perder. Eu te amo irmãzinha... Me responde!

   Nesse momento já estava deitado no seu corpo frio, sem ar devido à minha tristeza. Tudo o que eu faço é estragar as vidas das pessoas... Agora a da Jelly. Minha irmã que querida, que eu cuidava como se fosse uma filha, meu amor, a inocência do mundo. Ela não merecia aquilo, eu sim.

    - Senhor, você deve ir.

   - Eu não vou.

   - Eu sei que é difícil, mas você deve partir. 

    Eu viro minhas costas para Jelly e percebo em sua mão o colar que dei para ela... Ela o segurava com força, como se fosse sua última esperança. Por que aquilo aconteceu com ela? Eu o pego, dou um beijo em sua testa, seco minhas lágrimas e me afasto daquele hospital. Eu começo a andar sem rumo nenhum e entro no primeiro bar que encontro na minha frente. Eu já não sentia nada, como se minha felicidade tivesse sido tirada de mim.

  - Um uísque, por favor. -  falo sem olhar para o barman. Eu pego o copo e viro tudo de uma vez, sentindo minha garganta queimar de dor. Era isso que eu merecia. Dor. Aliás, eu só causava isso para todos.


* Verônica on *


   - Pelo amor de Deus, Toni. Vamos rápido. - eu digo ao encontrá-la no aeroporto.

   - Eu dirijo até lá.

  - Como isso foi acontecer? - falo desesperada já entrando no carro.

   - Elas foram sequestradas. O cara levou a Betty e Cheryl para esse lugar como um tipo de vingança... Não sei explicar. Foi só isso que eu entendi.

   - Como a Cheryl estava? E a Betty?

 - Ela claramente estava chorando e com medo. A Betty eu não sei, pode ser que elas nem estejam no mesmo lugar.

   - Pelo amor de Deus, que inferno. - falo com lágrimas nos meus olhos.

  - Você acha que Jug deve saber?

  - Eu acho que vou ligar para ele. - pego meu celular e disco seu número.

 - E aí?

 - Ele não atendeu, deu caixa postal.

 - Ah, droga.

Nós chegamos apreensivas ao local. Estava escuro, com alguns postes ligados. Era um galpão velho e havia uma porta com corrente lá. 

   - Vamos tentar abrir. Enquanto isso, tente achar alguma abertura. - Toni fala com certo medo.

  Eu procuro no perímetro e vejo um alçapão e chamo Toni, que ainda tentava abrir a porta. Nós puxamos o alçapão, descemos as escadas e nos deparamos com um corredor frio, fedendo podre.

   - Liga sua lanterna. -  eu falo para ela. Nós continuamos seguindo o caminho até que vemos uma sala e vamos até  lá. A porta estava aberta e Cheryl estava lá. Só eu que estou estranho tudo isso estar muito fácil? 

   - Cheryl? - Toni diz com uma voz de choro.

    - Toni? - ela falou incrédula.

    - Viemos te salvar.

    Cheryl corre até ela com dificuldades e a beija. Foi um momento lindo, confesso, mas eu ainda estava morrendo de medo. 

   - Vamos embora. - Toni diz.

  - E a Betty? - Eu falo chorando.

  - Ela não está aqui. Já procurei, já fiz tudo. Ela está pior que eu. 

  - No carro a gente vê. - Eu falo correndo de lá.

 - O que vamos fazer? - Cheryl fala.

- Não faço a mínima ideia.


  * Betty on *

  

 - A Cheryl está bem. Toni e Verônica vieram a resgatar.

   - Verônica? Cadê ela? -  eu falo ainda meio mole devido à droga que ainda estava no meu corpo.

  - Foram embora. Te abandonaram, Betty.

  - Não! Elas só não sabiam que eu estava aqui...

  - Mentira. Elas resgataram Cheryl e nem pensaram em você. - Ele diz malignamente.

  - Você é um monstro. - falo e volto a adormecer. Eu vejo no meu sonho todos os meus amigos e não contenho um sorriso. Mas eles não me reconhecem e se afastam de mim e por último Jug fala "Quem é você? Parece um maluca"e sai rindo. Eu acordo aos prantos e me toco. Talvez aquilo não seja só um sonho. Talvez eu fui abandonada. Eu estou sozinha. E com medo. 


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AAAA desculpa a demora para postar, mas espero que vocês estejam gostando... Não acredito que Jelly morreu, eu realmente gostava dela. E agora o Jug vai ficar tão mal...

Não esqueçam de conferir meu novo livro Nada é o que parece, conto com o apoio de vocês!


Com amor, Duda  

  


𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚 𝙄𝙄 | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora