Adeus, papai

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* Veronica on *

Peter: E aí? Como ele está?

Me: Fisicamente ele está bem, mas não se lembra de nada

Peter: Isso deve ser horrível.

Me: Muito

Peter: Sua mãe já foi liberada?

Me: Não... O júri vai ser amanhã. Estou com medo dela não ser inocentada.

Peter: Hey, vai ficar tudo bem.

Me: Minha vida parece que está desmoronando! Hoje mesmo terei que decidir se eu desligo ou não os aparelhos de meu pai.

Peter: Nenhum sinal cerebral?

Me: Não... Eu sei que ele é um monstro, mas eu fico triste. Ele é meu pai e por mais que nada disso justifique, ele já me fez feliz.

Peter: Você não precisa se justificar. Eu também estaria desse jeito.

Me: Obrigada por tudo, Peter, eu não sei quem eu seria agora sem você.

Peter: Eu estava pensando. Amanhã terá um jogo de futebol americano lá na praça do centro. Várias pessoas estão indo, aparece lá. Vai que a gente se encontra.

Me: Eu irei... Agora eu tenho que resolver.

Peter: Pensa com calma, eu vou te apoiar em qualquer decisão.

Me: iti malia.

Eu desligo o celular, com meu coração um pouco mais aquecido. Eu não faço a mínima ideia de quem é Peter, mas ele me faz muito bem, e por isso sou grata à ele.

- Senhorita Lodge? - um médico segurando uma caderneta fala - Tomou sua decisão?

- Sim. - falei firmemente, embora estivesse quase chorando. - Pode desligá-los, mas se puder, quero doar seus órgãos.

- Sábia escolha.

- Que mesmo ele sendo um monstro, possa ajudar pessoas inocentes. É isso... Onde assino?

- Aqui. - eu pego uma caneta e com a minha mão tremendo assino.

- Será que eu poderia vê-lo?

- Claro, já sabe onde ele está.

Eu ando pelos corredores do hospital, examinando as salas. Tantas pessoas sofrendo... Jug é o que eu conheço, mas eu via crianças, idosos, mães naquelas salas, fracos. É triste pensar que mesmo você sofrendo, existem pessoas que estão muito piores que você, e que por mais que sua vida seja conturbada, elas dariam de tudo para trocar de lugar com você.

- Sei que não tinha mais chances, mas acho que fiz uma boa escolha. Você me fez sofrer, mas eu te amo... Adeus, papai. - falava enquanto lágrimas desciam pelo meu rosto, embaçando minha visão.

- Está na hora. - o enfermeiro fala, e vejo os aparelhos desligando, assim como a vida de meu pai.

Eu não posso chorar. Tenho que ser forte, assim como meu pai me ensinou.

Enquanto sentia seus últimos suspiros, imagens da minha infância vinham em minha mente.

"-Mi hija, preste atenção, você precisa ser forte. O mundo é um lugar horrível e você precisa se adaptar à ele.

- Mas eu estou com medo, papai.

- Eu estou aqui para te proteger, querida."


*Betty on*

- Ainda está aqui, Betty? - Jug pergunta ao me ver deitada numa poltrona.

- Não vou te deixar nunca mais Jug.

- Eu vou lembrar tudo, prometo.

- Eu trouxe um álbum de fotos. Você sempre levava sua câmera para vários lugares, olha. - eu disse indicando as fotos. - Essa aqui tiramos em um local que você chamava de santuário. Você ia muito lá com sua mãe, antes dela adoecer. Você disse que eu era especial, a única que você tinha levado lá depois de tudo isso.

- Você ainda é, Betty.

- Essa faz tempo... Foi de uma festa que tivemos a muito tempo atrás, na casa da Veronica. A gente ficou conversando por horas, mas um imbecil quase me estuprou, mas você me salvou. Você me salvou. - uma lágrima caiu no papel e Jug virou meu rosto, me fazendo o encarar.

- Betty, minha mente está toda confusa, mas pelo que você me falou, eu tenho certeza de algo.

- O quê? - ela chorava e limpei suas lágrimas com meus dedos.

- Eu te amava, eu te amo. E foi você que me salvou da vida.

- Eu estava com depressão antes de te conhecer. Obrigada por me dar um propósito.

- Eu era incrível mesmo hein? - eu disse de forma irônica e isso a fez rir.

- Você é. - ela sorria para mim.

É possível se apaixonar por uma pessoa duas vezes? Quando Betty sorria, sentia um calor percorrer meu corpo, como se eu realmente estivesse completo com ela. Ela tem esse efeito em mim.


* Veronica on *

Eu estava na praça, estava acontecendo o jogo e realmente havia muitas pessoas lá. Estava com pressentimento que iria encontrar Peter hoje e isso estava me alegrando um pouco depois de tudo que aconteceu com meu pai.

Eu vou para uma arquibancada e vejo várias pessoas que estudaram comigo. Eu pego meu celular e mando "Estou aqui"para Peter. Eu escuto um celular apitando e meu coração congela. Ele estava ali. "Eu acho que escutei seu celular".

Eu olho para a direção do som e vejo um garoto alto e moreno olhando sorrindo para o celular. Não, não podia ser! Não era possível.

- Eu não acredito que você é a Camila! - ele disse tão surpreso quanto eu.

- REGGIE?

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Esse episódio teve muitas revelações... Será que Reggie mudou mesmo? Tadinha da minha V : (

Confiram minha outra fanfic, Green Eyes, disponível nas minhas obras. Após lerem, comentem Vim por True Love, eu irei seguir todos que comentarem : )

Com amor, Duda

𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚 𝙄𝙄 | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora