A Calmaria Antes Da Tempestade

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Dias depois da conversa com Rudorn na taverna, Lillya, que passou todo esse tempo morando naquela estalagem, havia se arrumado para o grande festival da realeza de Eterium, ela havia pedido um vestido para Mortalha, já que não tinha casa fixa, quanto mais roupas de gala, e também colocado um desconfortável par de um calçado típico, que tinha uma sola bastante alta, e mantinha os pés, normalmente enterrados pela metade na lama imunda das ruas, no que deveria ser a superficie da calçada.

O palácio Eterino em toda sua glória resplandecia em tons avermelhados do sol do fim da tarde, faixas coloridas estavam penduradas nas fachadas brancas como marfim, e de uma das seis torres do complexo em forma de pentágono irregular, era possível ver a bandeira do reino: um pano triangular quadriculado de dourado e azul, tremulando ao vento e ao som da música de alaudes, tambores, flautas e da cantoria de bardos habilidosos, que cantavam sobre as histórias de passados distantes

Lillya se aproxima de um guarda que protegia a entrada principal, parando diante do mesmo

-Alto, apenas nobres podem adentrar o palácio durante um baile

diz o guarda, sem se mover ou expressar ameaça, mas sua alabarda ao lado deixava implícito que ele estaria pronto para lutar se precisasse. E quanto ao questionamento do guarda, Lillya não teria problemas, já que por sorte, vinha de uma antiga linhagem de descendentes de uma famosa imperatriz, e mesmo que esse império tenha caído á tanto tempo, e  poucas das iletradas pessoas comuns se lembrassem dele, ela ainda deveria ser considerada nobre. A elfa ergueu a manga de seu vestido até o ombro, deixando á mostra naquele braço, que tinha uma certa força aparente, que poderia ser explicada por qualquer trabalho manual constante, uma simples tatuagem, impressa sobre o bíceps, uma forma que consistia num C, com um circulo central, e uma linha que partia do meio da forma até abaixo do semi-circulo exterior. O guarda deu um sorriso debochado, e permitiu que a elfa passasse pela enorme porta de madeira, cujo tamanho superava a altura de um homem médio em três vezes.

Lillya passou por aquela porta, e então se viu diante do maior salão que já vira na vida. As paredes eram completamente revestidas por afrescos, pinturas, detalhes, estatuas e todo tipo de arte que pudessem colocar naquela complexa exposição de classe, o teto em abóbada era  de madeira, como uma continuação belíssima dos detalhes nas paredes, o chão era formado de grandes ladrilhos, totalmente diferente do chão de madeira podre ou terra batida das tavernas que frequentava, no que parecia um andar superior vazado, ficavam dezenas de portas para oque Lillya supôs serem os outros cômodos do palácio. O salão estava cheio, alguns casais dançavam com a musica, outros se sentavam diante de mesas, centenas de mesas, que preenchiam metade do salão, ou mesmo já se dirigiam á uma das oito mesas retangulares grandes onde estava servido grandiosos banquetes, em uma delas a elfa pôde ver um grande porco assado, já faltando alguns pedaços, e muitas frutas variadas, frangos, verduras e massas que Lillya apenas ouvia falar.

A elfa se dirigiu até uma das mesas, onde ela viu à meio caminho, uma moça com um vestido bastante pomposo, e em sua cabeça a mesma ostentava uma coroa de duque, um anel simples de metal com uma joia sobre a testa, a moça tinha um olhar constantemente acusatório e um nariz empinado

-perdão, a senhora seria a duquesa Sirion?

Assim que Lillya faz esta pergunta, a moça lhe lança um olhar acusatório

-Quem pergunta?

Questiona a duquesa, Lillya abaixa a cabeça em sinal de respeito

-Chamai-me Lillya, Lillya madsen

A duquesa esboça um imperceptível sorriso, e estende a mão, oferecendo a cadeira ao seu lado para se sentar

-Madsen? já ouvi falar desse nome, me diga oque tem á dizer, garota

A Coroa de CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora