De baixo para cima

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Lillya estava emersa nas profundezas de seu sono, a sensação de frio a fazia lembrar de sua infância mais uma vez

Ela se via novamente no convés do navio, já com uns doze ou treze anos, já com o cabelo longo. A chuva incessante chicoteava as velas como se fossem tentáculos, jogando o navio voador para um voo baixo

Os marinheiros gritavam uns com os outros, e corriam pela embarcação puxando cordas, impedindo o frágil construto de se despedaçar

a jovem Lillya agarra uma das cordas com força, a palma de sua mão é rapidamente destruída pela abrasão, e ela grita de dor, puxando aquela corda com toda a sua força, movendo uma vela lateral

Até que tudo acabou

Com um movimento de puxão, a corda arremessou a elfa contra a amurada do navio, quase arrancando seus braços, a batida violenta acompanhada do som de madeira quebrando foi seguida pela completa escuridão e o terrível som de rasgar e despedaçar de madeira

E então Lillya levantou da cama num pulo, sua respiração estava bloqueada mais uma vez

Anos de experiência ensinaram á elfa como recuperar a calma, então ela pôs a cabeça entre as pernas, respirando devagar por alguns minutos

após a crise, ela se levantou, estava de simples roupas de lã grossas, sua armadura não estava á vista, ela logo percebeu a costura em seu ombro

-merda...

sussurrou a elfa, saindo da tenda logo depois, ainda mancando.

-Lillya!

A garota reconhecia esta voz, era Camille, que correu para ajudar Lillya

-Você está bem?

perguntou Camille, Lillya grunhiu um simples "sim"

-O capitão veio te ver, disse que você salvou a vida dele

continua a humana

-Eu sei...

Diz Lillya, visivelmente irritada, mas ela estava sempre visivelmente irritada

-Me leve até ele

Disse a elfa, prontamente obedecida por sua amiga, que á levou até à frente da sala de comando no forte conquistado

-Eu não tenho permissão pra continuar á partir daqui...

-Foda-se...

Grunhiu Lillya, dando três batidas na porta da sala

O capitão Rumiel saiu da sala, e rapidamente reconheceu a elfa, que o saldou com a mão direita na têmpora

-Contente em saber que sua Alteza está vivo e bem, senhor!

Disse Lillya, o alado tinha um braço quebrado e muitos machucados, mas certamente estava melhor que a elfa

-Você salvou a minha vida aqui

Disse Rumiel

-Apenas cumpri a minha função, senhor!

Respondeu Lillya, rumiel dispensou o gesto com um movimento de mão

-Permissão concedida para falar de forma casual

Disse Rumiel, antes de continuar

-A batalha acabou, por enquanto descanse, eu te devo uma, lembrarei de você mais tarde

Completa o alado, Lillya morde o lábio por um momento

-Senhor, eu peço uma única coisa

Rumiel levanta uma sobrancelha em dúvida

A Coroa de CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora