A coroa e a espada

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Alguns dias se passaram, e Lillya passou cada um desses dias dentro do palácio real eterino, até ser convocada pelo governo para uma reunião

A elfa teve pela primeira vez um vislumbre de como era a vida dentro do castelo em dias normais, os corredores iluminados por tochas e velas, além de quartos e salas iluminados por enormes lustres, tendo passado por vários destes até chegar num grande salão em forma de anfiteatro num subsolo do palácio, onde ela se posicionou no ponto mais baixo, cercada por vários juízes sentados nos bancos do anfiteatro, e no ponto mais alto estava o rei, que iniciou o diálogo

-Diga seu nome, raça e idade para que todos aqui ouçam e saibam quem é

Disse o rei Tiago, Lillya mordeu levemente o lábio inferior em nervosismo antes de falar

-Sou Lillya Madsen, elfa, tenho dezesseis anos, vossa majestade

Alguns cochichos podiam ser ouvidos de todas as partes do anfiteatro, até que Tiago ergueu a mão direita, e todos ficaram em silêncio

-A senhorita não cometeu crime algum, este juri existe para oficializar um comunicado á você

Um dos membros do juri abre um rolo de pergaminho e lê

-A senhorita estava sob suspeita, e agora confirmamos o fato, de que espera um herdeiro real, por lei antiga de nosso reino a senhorita deve se estabelecer no palácio real até que a criança nasça, e portanto deve receber um título de nobreza de baixo valor, além de passar á fazer parte da corte de sua majestade real, o rei Tiago I

Lillya não entendia bem, apenas alguns dias antes ela estava dormindo numa estalagem barata, e agora iria morar num palácio? Essas coisas não se encaixavam dentro da cabeça da elfa, mas aquele juri não se importava com isso, ela guardava um herdeiro real, e por isso deveria seguir a lei local, mas a garota não deixaria de querer sua parte

-Majestade, se vou ficar aqui, eu apenas te peço uma coisa para o meu conforto pessoal

Disse Lillya, o juri ficou visivelmente incomodado, mais cochichos puderam ser ouvidos, até que o rei mais uma vez ergueu sua mão

-Diga, Lillya

A elfa tossiu, antes de erguer a voz desafiadoramente

-Eu exijo que me coloquem num posto militar, se vão me dar um título baixo, me tornem cavaleira, é tudo que peço, não me sinto confortável em ficar aqui sem fazer nada!

Lillya sempre teve um apreço pela guerra, e por desígnios do destino acabou sendo treinada como maga, e não como cavaleira como desejava, essa seria sua oportunidade, houveram cochichos entre o juri, e o juiz parecia prestes á negar, até que o rei simplesmente se levantou e falou, para o espanto de todos

-Certo, te colocarei no meu exercito de acordo com sua vontade, você está dispensada, não saia deste castelo até segunda ordem

Disse Tiago, um membro á mais ou á menos não deveria fazer diferença em qualquer exercito, sem falar que não havia argumento que batesse a autoridade real. Lillya concordou com um gesto de cabeça e foi então levada para um quarto, onde ficaria por mais um dia.

No dia seguinte, Lillya foi levada para uma area externa do palácio, onde havia uma praça murada gigantesca em formato de octogono, ela passou por uma entrada em forma de arco guardada por dois soldados de alabarda, e lá dentro ela foi recebida por um homem de cabelo branco quase prateado, e que possuia grandes asas cobertas de penas. O homem alado olhou na direção da pequena comitiva que acompanhava Lillya para o campo de treinamento, trocou algumas palavras com os soldados, que então se retiraram, e só então a elfa se viu sozinha com aquele aparente general, o qual ela notou ter uma expressão cansada no rosto, algo além de simples exaustão, ele colocou sua espada na bainha, e então se dirigiu á garota

A Coroa de CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora