A irmã mais velha (parte 2)

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- De todas as ações irresponsáveis, indisciplinadas, de todas as coisas que poderia ter aprontado, essa foi a pior! Você sabe o que o Dagur é capaz para colocar as mãos no Olho de Dragão? – Soluço claramente não queria uma resposta enquanto passava um sermão no Gutav. Tínhamos acabado de chegar de volta e estávamos com os outros na parte central do Domínio, onde fazíamos as reuniões. Eu estava de braços cruzados e quieta no canto, sabia que o que o Gustav tinha feito era errado.

- Eu só achei que se chegasse aqui com o tesouro, vocês me aceitariam. – Gustav tentou explicar e depois abaixou a cabeça culpado.

- Em primeiro lugar, não tem tesouro e segundo, nós já fomos lá e a ilha toda é como uma colmeia repleta de cavernas instáveis que nós nunca localizamos. – Soluço voltou a falar.

- Desculpa, eu só...

- Você poderia ter morrido, o Anzol de Dente poderia ter morrido. Olha só, isso aqui não é Berk, você tem que entender que as regras são diferentes e você tem que usar mais a cabeça.

- Eu só queria provar que sou capaz. – Gustav tentava explicar, mas não estava se ajudando.
Soluço soltou uma rizada sarcástica. – E provou, você provou que é capaz de ser um baita de um irresponsável, de ser muito imaturo e de não ser nada confiável para nenhum de nós.

Tá, agora ele exagerou.

Eu esperei todos os outros saírem do local para finalmente me dirigir ao esquentadinho.

- Você não acha que está sendo muito duro com ele? – Eu resolvi me meter mesmo com o olhar irritado que o moreno me mostrou.

- Nem tente defender ele Morgana, você sabe o que ele fez foi errado como tudo que ele faz. – Ele gritou na minha cara e agora foi eu que franzi a testa, ninguém iria gritar assim comigo.

- Talvez ele não precisasse fazer nada que chame a atenção se você ao menos tivesse dado uma chance a ele. – Eu rebati.

- Como você quer que eu dê uma chance para alguém sem treino?

- Ele não tem treino porque você se recusa a ajuda-lo, ele é só uma crianças que estava tentando te impressionar, você acusa ele como se nós mesmos não tivéssemos os gêmeos que explodem algo pelo menos duas vezes ao dia.

- Mas olhas só o que ele fez hoje, fez uma maior bagunça em um só dia aqui. – Eu podia ver que ele estava ficando sem argumento.

- Ele encheu um buraco com pedra, que grande mal há nisso? – Eu joguei os braços para o alto frustrada. – Vocês não tentam dar uma chance para ele em nada, não tentam ajudá-lo e mesmo assim querem que ele seja perfeito.

- Você tem que entender, Morgana, não pode passar a mão na cabeça dele sempre e o proteger de tudo. – Ele passou a mão no rosto cansado. – Olha, o dia foi cheio, amanhã a gente pode conversar de novo, mas agora seria melhor para todo mundo se deixássemos como está.

Ele não me deixou falar mais nada antes de se virar e voltar para a própria cabana.

-  Ele é impossível! – Eu soltei um urro de frustação e me virei para Luna. – Você acha que eu estou errada? Ele nem me ouve. – Ela veio até o meu lado e colocou a cabeça em baixo da minha mão para eu me acalmar. Tive que contar até dez, antes de sorrir para ela. – Vamos garota, parece que precisamos dormir mesmo.
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Qualquer chance de que as coisas iriam melhorar no dia seguinte foi para o espaço quando todos acordaram e não havia sinal do Gustav.

-Alguma coisa? – Soluço perguntou após pousar do meu lado.

When the Moon meets the Night (Soluço X OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora