Capítulo 58

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- Certeza?

- Não.

- Madelaine...

- Vanessa! - Encarei minha namorada.

- Enfia.

- Mas é muito apertado...

- Mas eu gosto! - Revirei os olhos.

- Podemos tentar outra coisa, amor. - Vanessa bufou. - Mas fica delicioso assim. - Gemi em frustação. - UGH, ENFIA ESSA BERINGELA DE UMA VEZ! - Joguei a fruta no liquidificador - modo foda-se - e tampei, logo o negócio começou a girar rápido e tremer. Parecia que o bagulho estava possuído, o que me fez soltar a tampa e sair correndo... bom. Já sabemos o que aconteceu. - Você quem vai limpar. - Vanessa exclamou, pegando um pano e passando na própria blusa, logo depois de puxar a tomada do liquidificador. - Madelaine, nunca te falaram que não pode deixar de segurar a tampa enquanto o liquidificador liquida algo? - Bufou.

- Iria sujar tudo de qualquer jeito, tinha muita coisa aqui dentro. Transbordou. - Falei, me aproximando de Vanessa em seguida. - Por que você quis uma batida de abacaxi, pera, berinjela e banana as...- Olhei o relógio de parede. -... duas e meia da manhã? - Vanessa deu de ombros, bebendo direto da jarra.

- Deus, isso é nojento. - Falou. Deu outro gole e saiu, me deixando plantada ali na cozinha. Olhei ao redor e estava uma bagunça. Bem. Sobraria para mim.

Acabei rindo da situação.

[...]

Acordar já cansada era uma das coisas que mais me acontecia ultimamente. Depois de um mês, finalmente consegui começar trabalhar na loja de Nathalie, o que era bem engraçado, para falar a verdade. Tinha uma garota legal atendendo comigo, o nome dela era Tori, e quando não estávamos atendendo, vestíamos umas roupas de sadomasoquismo e brincávamos de guerreiras... era engraçado fingir que aqueles pintos de até 35 cm eram espadas. Não consigo nem contar o quanto de vezes Tori já tinha me derrubado no chão e batido com o pinto de borracha rosa neon para aquelas guerras que ela simplesmente aderiu.

Vanessa morria de ciúmes dela.

Teve um dia, que pela primeira vez consegui ganhar em uma das nossas guerras, e minha namorada entrou na loja... não era um bom momento, pois eu tentava enfiar o pênis de borracha na boca da Tori, e então pedia para que ela se rendesse...

Mas enfim.

Tudo estava bem. Desde a saúde do bebê, até a de Vanessa e acho que minha também né, mas o que importa não interessa. 

Decidimos que hoje seria o dia em que contaríamos para nossos amigos, afinal, estava tudo dando certo, e Vanessa já tinha quase quatro meses completos de gestação... yep, passou rápido.

- OLHA O GÁS! - Camila gritou, assim que passou pela porta do meu quarto.

Eu estava terminando de arrumar tudo, então me assustei, e deixei uma almofada que eu segurava cair.

- Ave maria, mulher, quer me matar do coração? - Camila deu de ombros.

- Qual era o anúncio importante que você mandou por sms?

- Aliás, você nem respondeu, ridícula.

- Quer que eu responda manda mensagem pelo whatsapp. Acha que fico colocando créditos pra usar sms? Amor, quem vive de passado é museu, e pelo o que parece, você não é Harry Potter mas temos uma relíquia aqui. - Apontou para mim. - E para de usar hashtag no facebook, tá bem ultrapassado. - Gargalhei.

- Não enche...

- OLHA O GÁS! - Troye gritou também, já invadindo meu quarto.

- Ih, viado. Falei primeiro. - Camila exclamou.

𝐰𝐢𝐬𝐡𝐞𝐬 • 𝐦𝐚𝐝𝐧𝐞𝐬𝐬𝐚 [𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐬𝐞𝐱𝐮𝐚𝐥]Onde histórias criam vida. Descubra agora