Indomável Salvatore - Livro 3

Nada Mal Para Um Maluco

P.O.V ALICE

- Eu vou perder meu emprego!- Me jogo na cama do Fred.

- Me diz que você não invadiu meu quarto de madrugada para ficar reclamando Ali...- Ele resmunga.

- Já são oito horas da manhã de uma sexta-feira e eu preciso incomodar alguém, para o seu azar você é meu melhor amigo.- Puxo o edredom de cima dele.

- Você tomou energético, não é?- Talvez energético me deixe um pouco agitada.

- Só um pouquinho... Levanta Fred.- Pulo na cama, mas cama de gente rica você pode jogar um carro que o outro lado nem sente.

- Vai dormir Alice!- Faço uma careta antes de descer da cama e saio do quarto. Fico um tempo pensando em que fazer até dar a hora de ir trabalhar.

Ligo a televisão do Fred em um canal de músicas e aumento o volume quase no máximo, se ele não vai levantar por bem...

- Ai meu Deeeeus eu vou morrer sozinho se continuar nesse caminho...- Começo a cantar junto com a música enquanto faço o nosso café da manhã.

- Você sabe que deveria absorver uma parte da letra dessa música, se continuar fechada para as pessoas vai morrer velha, sozinha e cheia de gatos estranhos.- Derrubo a colher no chão com o susto.

- Quer me matar Frederico?!- Pergunto quando me recupero e o vejo ir até a sala para abaixar o som.

- É Fred!- Ele me corrige emburrado. - Deveria, por você ter me acordado, mas não. E aí, pronta para encarar seu chefe hoje?- Ele pergunta.

- Você acha que ele foi liberado fácil?- Estou me sentindo péssima por ter chamado a polícia. Klaus é um maluco perseguidor mas pelo pouco que o conheço, acho que seria incapaz de fazer algo contra mim intencionalmente.

Minha vida está de ponta cabeça, tenho várias provas agendadas na faculdade, preciso ir para São Paulo e ainda tem o fato de que o aniversário da morte da minha mãe está perto, eu sempre fico instável nessa época do ano. É como se a cada ano a vida zombasse mais e mais da minha infelicidade, a cada ano me tirando algo de bom. Eu só percebi a merda que eu tinha feito quando me deitei para dormir e acabei chegando a conclusão que descontei meus problemas em quem estava mais perto.

- Você sabe quem é seu chefe?- Ele ri.- Se ele tiver passado duas horas na delegacia já é muito.- Suspiro aliviada. Coloco o prato com panquecas no balcão.

- Vou pedir desculpas hoje.- Fred me olha estranho.

- Por qual motivo?- Dou de ombros.- Eu conheço essa cara Ali, quantas vezes vou ter que pedir para você parar de se sentir culpada por tudo? Ninguém mandou o cara ficar parado aí na frente do um jeito suspeito. E ainda pediu um delivery na cara de pau...- Sorrio, parece bem coisa de maluco mesmo.

- Ele nunca me ameaçou nem nada do tipo, foi injusto com ele. Acho que mesmo ele sendo um sem noção é uma boa pessoa.- Fred me olha por um tempo.

- Você gosta dele.- Começo a rir da piada.- Estou falando sério, se não gostasse nós dois sabemos que você já o teria colocado para correr faz tempo.- Reviro os olhos.

- Eu tento colocar o cara para correr, mas ele é bem insistente. Jade disse que é de família...- Comento.

- Você já virou até amiga da família dele!- Ele acusa.

- Eu gosto da Jade, ela é uma das poucas pessoas que não me olha como se fosse superior a mim só por ter dinheiro e ainda me trata muito bem.- Fred acena em compreensão.

- Ninguém é superior a você, sabe disso. Você tem um bom coração e só idiotas não reconhecem isso.- Fico sem graça.

- Você sabe que exagera em relação a mim.- Ele revira os olhos e se senta em uma das banquetas que ficam no balcão.- Eu tenho uma boa notícia para você!- Anúncio animada.