Nada Bom...

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P. O. V KLAUS

- KLAUS!- Tarde demais. Meu pai pode me gritar o quanto quiser, mas nada no mundo é capaz de me fazer ficar longe do meu morango. Eu preciso encontrá-la.

- Ora, ora... Pretende me matar com essa arma?- Olho para o homem que é alvo de todo o meu ódio.

Antoni Bertolini.

De acordo com a Laisla, o filho da puta comanda o tráfico humano e a prostituição infantil do Rio grande do Norte. Pior tipo de ser humano. O tipo que faz o meu monstro querer sair.

Percebo que ele está com o zíper e o cinto aberto, puxo uma respiração tentando não deixar o medo me dominar. Meus olhos varrem o local procurando o meu morango, o que encontro faz a mão que segura a arma vacilar.

Ela está nua.

- Ele não vai te matar, essa é a minha diversão.- Laisla entra na minha frente.- Vai até ela e a tire desse lugar, eu cuido do resto.

Eu poderia ter desviado da Laisla e acabado com a vida do filho da puta, eu queria, mas Alice precisa de mim. Corro até ela, eles a colocaram em um tipo de mesa retangular. Esse lugar fede.

- Meu morango...- Deixo algumas lágrimas caírem quando reparo na marca em seu rosto e a forma com seu pequeno corpo treme. Tiro a jaqueta que estou usando.

A puxo para os meus braços, seu corpo está mole e frio, entro em desespero. Vamos lá, fala comigo meu amor.

- K... Klaus.- Ela diz tão baixo que por um momento pensei ser coisa da minha cabeça.

- Eu estou aqui, sempre estarei.- Me afasto apenas para vestir a jaqueta nela, ficou grande para o seu tamanho então cobre todo seu corpo, a pego no colo.

- Equipe B, tirem o refém próximo às caixas.- Escuto Laisla falar e olho na direção em que ela disse. Tem um corpo todo ensanguentado, espera, está se movendo. Me aproximo com cuidado.

- Puta que pariu.- É o amigo do meu morango.

Assim que a equipe se aproxima e começa a resgata-lo eu caminho para a saída. Os tiros cessaram, restou apenas Laisla que está tentando arrancar informações do Bertolini, algo sobre uma emboscada em 2004. Não entendi muito bem, aliás nem me importo. Só quero ter certeza de que meu morango está bem, porque eu juro que se aquele filho da puta tiver feito algo com ela... Eu desço no inferno atrás dele só pra ter certeza de que ele está sofrendo, muito.

- Minha ruiva...- Acaricio seu rosto e deposito um beijo em sua testa.- Me perdoa, eu não deveria ter saído daquele consultório, nem me atrasado. Não vai mais acontecer.- A aperto em meus braços.

Escuto sons de tiros, Laisla gritando e meu tio xingando alto.

- O que aconteceu?- Pergunto, mas não obtenho resposta. Merda.

Sons de sirene me assustam, avisto ambulâncias e carros de polícia não muito longe, os homens de Laisla começam a sair do galpão e tudo fica muito confuso.

Procuro pelo meu pai, mas não o vejo. Tio Allan sai apressado e passa por mim correndo até onde tem uma ambulância estacionando. Tiro o comunicador, esses ruídos estão me deixando zonzo. O escuto gritar algo sobre tiro e escadas.

Que porra tá acontecendo? Antes que eu possa voltar para dentro do galpão um paramédico tenta tirar meu morango de mim.

- Ninguém toca nela!- Rosno.

- Senhor, precisamos fazer uma avaliação...- O corto.

- Antes de chegar ao hospital ninguém toca na minha mulher.- Digo firme e o cara me olha com medo.

Indomável Salvatore - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora