Estrela

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P. O. V ALICE

É difícil receber a notícia de que o cara divertido e irritante, sempre intrometido e presente demais na sua vida, pode não sobreviver por sua culpa. Porque você tem um progenitor e um irmão fodidos o suficiente para só causar estragos na sua vida.

Eu não estou pronta para deixar o Fred ir.

Ele é meu porto seguro, ele foi a primeira pessoa que não me abandonou na primeira oportunidade, ele secou minhas lágrimas quando minha mãe se foi, ele me deu um teto quando não tinha para onde ir, ele me incentivou a dar uma chance ao Klaus quando eu tive dúvidas, ele sempre foi a minha pessoa.

- E... Eu preciso ver ele!- Exijo.

- Morango...- Tento respirar fundo, mas meu corpo ainda dói.

- Não Klaus. Eu realmente preciso ver o Fred, faz alguma coisa... Por favor.- Imploro sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

- Não chora.- Ele me abraça.- Você vai vê-lo, não importa o que eu tenha que fazer.- Me sinto culpada por fazer ele se preocupar.

- Me desculpa.- Peço.

- Já conversamos sobre você ficar me pedindo desculpas.- Ele beija minha testa e se afasta um pouco para mexer no celular.- Vou só esperar a Laisla chegar e vou conversar com meu tio.- O olho sem entender.

- Seu tio?- Ele abre um sorriso orgulhoso.

- Sim, tio Allan agora é sócio majoritário do hospital. Certeza que ele consegue liberar sua entrada para ver o seu amigo.- Céus.

- Seu tio, comprou o hospital?- Pergunto não acreditando.

- Não se preocupa ruiva, tio Allan sempre faz essas coisas.- Eu sabia que os Garcia são uma família rica, mas imagino que um hospital desse porte não é qualquer um que tem capital para ser sócio majoritário, literalmente, da noite para o dia.

- Entendi. O que a Laisla tem a ver com isso?- Ele me olha estranho.

- Nada, Laisla vai te fazer companhia enquanto estou fora.- Aperto os olhos em sua direção.

- Não preciso de babá.- Ele sorri.

- Mas precisa de cuidados.- Reviro os olhos.- Seja boazinha, por mim.- Ele faz uma carinha fofa e quem consegue resistir a esse chantagista?

- Volta logo.- Ele rouba um beijo rápido e sai do quarto assim que Laisla entra.

Ainda não tive coragem de perguntar como vamos ficar quando eu sair daqui, Klaus parece o mesmo comigo, mas dá para ver que ele não me olha como antes, não me diz coisas safadas ou sorri como um tarado quando me olha. Acho que ele não me deseja mais, não posso o culpar. Ele não tem culpa se eu não me imagino vivendo uma vida onde ele não está.

- Que tienes?- Me assusto com a voz da Laisla e a olho sem entender, inglês eu sei o básico, mas espanhol não sei uma palavra.- Desculpa, o que você tem? Está triste.- Ela se senta na poltrona próxima a cama.

- Nada.- Ela arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Eu sei ler pessoas, falar pode ajudar.- Penso um pouco, essa mulher salvou a minha vida, acho que posso desabafar.

- Acho que o Klaus não me quer mais.- Sinto meus olhos lacrimejantes.- Ele não se aproxima muito, não me faz carinho como antes... Ele mal me olha por tempo demais como costumava.- Laisla ri.

- Dios, que boba!- A olho ofendida.

- Eu não sou boba! Se for para rir de mim pode ir embora.- Ela segura a risada.

Indomável Salvatore - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora