XIII

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Eu urinava negro
Num esmaltado branco feito trigo
Meu sangue me furava feito prego
E o olho do cu cego
Enxerga o esófago mendigo.

O osso a se expor
reclama o chão em que ergo,
E a vista quase triste
vê a sarjeta em que me envergo,
Divido o meu silêncio
com a presença de um morcego,
E após o sol nascer
à solidão a que me entrego.

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