XXVII

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Se os poemas tudo pudessem resolver
Você não sabe quantos poemas eu faria
Se pudessem todos os enganos desfazer
Nem imagina tudo o que eu te diria.

Mas o poema é nada mais que fantasia
Que nos consome como o fogo à madeira
Que é consumida devagar na noite fria
Como minha vida também é nessa cadeira.

Mas me consola qu’inda posso versejar
E o meu amor te dar, mesmo sendo careta,
E os meus versos vão assim te arrepiar
Até os últimos cabelos da tua greta.

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