O coração do homem dentro é o inferno
O coração do homem fora é um paraíso
Cuja a entrada mostra-se em um sorriso
Que só oculta a razão porque consternoO sofrimento para os homens é eterno
Feito um demônio que cavalga errante
Que vê sempre a felicidade tão distante
Como o verão procura então o invernoA madrugada transforma-se em manhã
Uma manhã tonada em cinza e nublada
Como a vida que à morte é condenada
E pela hora espera morta em seu divãPra quem não ama todo dia é em vão
A existência é triste, o mundo infeliz
A esperança se mostra uma boa atriz
Que impede o homem ver a desilusãoDepois que o homem assim se compreende
E enxerga a imensidão que é seu vazio
Entende porque o coração dentro é frio
Então se lembra que amou e se arrepende.
