XXII

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O coração do homem dentro é o inferno
O coração do homem fora é um paraíso
Cuja a entrada mostra-se em um sorriso
Que só oculta a razão porque consterno

O sofrimento para os homens é eterno
Feito um demônio que cavalga errante
Que vê sempre a felicidade tão distante
Como o verão procura então o inverno

A madrugada transforma-se em manhã
Uma manhã tonada em cinza e nublada
Como a vida que à morte é condenada
E pela hora espera morta em seu divã

Pra quem não ama todo dia é em vão
A existência é triste, o mundo infeliz
A esperança se mostra uma boa atriz
Que impede o homem ver a desilusão

Depois que o homem assim se compreende
E enxerga a imensidão que é seu vazio
Entende porque o coração dentro é frio
Então se lembra que amou e se arrepende.

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