Responsabilidade indesejada - Livro 05 (Série Família Cavallero) [Concluído]

18. Eu não moro mais na casa dos meus pais

Voltamos para Bauru na noite do dia 25 de janeiro, minha irmã disse que eu não precisava vir para o aniversário de 3 anos da Gabriela, mas se tinha algum motivo bom o bastante para me convencer a voltar a minha cidade natal era comemorar junto com a minha família.

Não fui para a casa dos meus pais, fomos para a casa da Liv e dormimos cada um num quarto, na semana que sucedeu a nossa conversa sincera ela não escapou para o meu quarto nenhuma vez e nem eu forcei nada.

No dia seguinte acordei, tomei café da manhã e convidei o Johnny, o Saulo e o Felipe para jogarmos vôlei. Entrei na quadra e já me senti até melhor, nos dividimos em duplas e começamos um vôlei de praia improvisado.

Depois do jogo eu estava bem menos estressado, então enquanto estava pegando minhas coisas para voltar para a casa da Liv, Saulo comentou:

- Eu nunca te imaginei levando uma garota à sério...
- Eu nunca te imaginei levando a Liv à sério - corrigiu Johnny.

Dei de ombros. As coisas mudam e a dura dos meus pais serviu para me fazer amadurecer. Não desisti do meu sonho de ser jogador de vôlei, mas percebi que não preciso dar 100% de mim pra isso e tenho que começar a me preocupar com o futuro.

Tomei um banho e me arrumei para a festa da minha sobrinha, Liv estava linda demais também, usava um vestido rosa que destacava a sua barriga e saltos que a deixavam mais sexy ainda.

Estava ficando difícil eu não dar o primeiro passo para tornar a nossa amizade colorida. Quando cheguei na casa dos meus pais Nanda abriu a porta e foi logo me abraçando:

- É estranho não te ter por perto, maninho...
- É estranho não estar por perto.

Logo Ali surgiu atrás da Nanda e gritou para a Liv:

- Meu Deus! Você está incrível.

Essa era uma forma das mulheres dizerem uma para as outras "Meu Deus, sua barriga está enorme".

Liv me explicou isso uma tarde durante o lanche, ela sabe que mulheres grávidas não ficam lindas, mas também tem um código feminino que diz que uma mulher não pode falar para a outra que ela está enorme ou com uma barriga gigantesca, então usam essas expressões para suavizar o choque.

Foi engraçado ver todos recebendo a Liv como se ela já fosse membro da minha família há séculos. Até mesmo os amigos da Ali e do Leo a trataram com naturalidade.

Depois de cortarmos o bolo da Gabi, meu pai me chamou para o meu quarto para termos uma conversinha, da última vez isso não acabou muito bem, mas da última vez eu também tinha aprontado feio:

- Filho, eu só queria dizer que estou muito orgulhoso de você, não vai se arrepender de ter seguido o nosso conselho...
- Eu achei que fosse ser uma experiência ruim, mas a Liv é incrível e estamos nos tornando cada vez mais amigos.
- Hoje eu posso dizer que sou pai de um homem e não mais de um garoto.

Quando a festa terminou voltamos para a casa da Liv e eu peguei as últimas coisas que tinham no meu velho quarto e trouxe para cá, era oficial, eu não morava mais na casa dos meus pais e isso me dava medo.