Sofia
Sai do quarto do meu irmão e fui para o meu, peguei no meu casaco e nas chaves de casa e no telefone, guardei tudo nos bolsos e vesti o casaco e desci as escadas.
- Sofia!- o meu chamou-me quando me ia aproximar da porta.- Eu proibi as saídas!
- Foram as dormidas, e eu vou apanhar ar!- eu não consigo olhar para a cara dele.
- Sim, mas não vais!- ele disse.
- O quê?- digo.- Eu vou ter com uns amigos me...- ele interrompe-me.
- Não quero saber!- ele pausa.- Onde está a menina que ficava sempre em casa a noite a ver televisão e a conversar comigo?
- E onde está o pai presente?- solto um riso irónico.- Tu não podes mandar em mim nestas duas semanas se no resto do ano não estas cá! E quando estás é para fuder com gajas da minha idade?
- Sofia!- pode ouvir a minha mãe e em seguida a minha cara virar ao contrario e arder, o meu pai tinha-me batido, senti as lágrimas escorrerem pela a minha cara, olhei finalmente para os olhos do meu pai que mostravam, arrependimento e raiva.
- Eu odeio-te!- as palavras saíram do meu peito e um sentimento estranho invadiu o meu corpo, vi o meu irmão a descer as escadas e olhar para mim.
- Sofia!-ele veio até mim.- Ele bateu-te?- ele olhava a minha bochecha provavelmente vermelha.
- QUEM ÉS TU PARA LHE BATER?- o meu irmão gritava com o meu pai, a minha mãe assustou-se.
- Chega!- abracei o Gui e sussurrei no ouvido dele por entre os soluços.- chega, chega por favor! Gui!
Vi o meu irmão começar a chorar.
- Chega!- a minha gritou.- Acalmem-se por favor!
- É a ultima vez que voltas a tocar nela!-o Gui disse para o meu pai e puxou-me para fora dali.
Saímos de casa e fomos para o elevador, pode ver a minha cara de relance no espelho do elevador e estava completamente vermelha e a marca de uma mão, o Gui puxou-me e abraçou-me e eu desabei tudo.