o fim.

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Charlie e Noane estavam brincando no porão, era bem arejado e iluminado, mas ainda estava uma bagunça devido a recente mudança. Caixas para todos os lados e eles tentavam não esbarrar nelas enquanto corriam na brincadeira de pega a pega. Mas como Charlie era incrivelmente desastrado, ele esbarrou em uma pilha e todas foram ao chão espalhando as coisas que tinha dentro, que para a sorte dele não eram muitas, alguns papéis e umas poucas caixas pequenas.

— Não fui eu! — disse Noane.

— Eu sei, eu que vou arrumar... — Charlie disse e se aproximou para colocar as coisas de volta na caixa. — Ei, Non, olha...

— O que é isso? — ele chegou perto do amigo e encarou a caixa. — Parece um jogo!

Charlie abriu a caixa e viu que realmente se tratava de um jogo, tinha um tabuleiro e algumas pecinhas bem bonitinhas. Mas não havia um manual com as regras e nem dados, como que se jogava aquilo então?

— Como se joga isso? — perguntou Charlie, pensando que o amigo talvez pudesse conhecer aquele jogo estranho.

— Não sei, podemos perguntar pra minha irmã... — respondeu Noane.

Ele se aproximou do menino, pegou a caixa em suas mãos e subiu para o andar principal da casa. Ficou chamando sua irmã mas não sabia onde ela estava e a encontrou na cozinha, falando no interfone. Como Noane já sabia que ela estava esperando alguém, imaginou que era o porteiro alertando que a visita tinha chegado e escolheu não atrapalhar, não queria levar uma bronca na frente do seu melhor amigo, Charlie, já que o conhecia e sabia que ele iria rir disso até não poder mais. Quando ela terminou de falar com o porteiro, ela bagunçou os cabelos de Noane e voltou para sala de estar com o garotinho a seguindo.

— Achamos um jogo! — disse Noane com Charlie ao seu encalço.

— Ah, que legal! Vão brincar com ele... — respondeu ela, desinteressada.

— Não sabemos como... — disse Charlie.

— Então descubram... Abram ele na mesinha e vejam se entendem como funciona. — E foi o que os dois garotinhos fizeram, esticaram o tabuleiro na mesa e notaram que o seu padrão parecia com um jogo de xadrez. Além das peças haviam algumas folhas cortadas em retângulo que pareciam ter coisas escritas. Noane começou a ler papel por papel enquanto Charlie analisava as peças. A garota continuava sentada passando os canais da televisão até que a campainha tocou.

— Quer que eu abra? — perguntou Noane.

— Não precisa... — ela sorriu para o irmão e abriu a porta. — Lauren!

— Normani... — Noane pôde ver o sorriso da garota. Ela era bem bonita e parecia uma personagem vampira saída diretamente da série de vampiros que ele via sua irmã assistir, até seus olhos eram diferentes, ele não sabia que existiam pessoas com os olhos vermelhos.

— Entra! — disse Normani abrindo espaço para a garota. — Pensei que viria com a sua namorada...

— Camila? Ela vem mais tarde. — disse Lauren enquanto entrava na casa da amiga. — Oi... Eu sou a Lauren, você deve ser o irmão na Normani...

— Sou o Noane, mas pode me chamar de Non. Esse é o meu amigo Charlie, estamos jogando, olha!

— Certo, oi, Charlie! — a garota sorriu. — Bom, Non, pode me chamar de Jaguar.

— Jaguar? Como animal?

— Exatamente... Ou como uma das deusas.

— Existe uma deusa chamada Jaguar? — perguntou Noane encarando Lauren com seu olhar curioso, Charlie estava mais tímido mas também prestava atenção na conversa.

— Bom, agora existe... — ela respondeu sorrindo e se sentando ao lado de Normani no sofá. — Vocês estão jogando sehzuij?

— Você sabe que jogo é esse? — Charlie perguntou baixinho.

— Claro que sim, serve para entrar em contato com Kamah, vocês a conhecem? Uma das deusas da brincadeira. — Normani segurava a risada de ver os dois garotos acreditarem em tudo aquilo que ela contava e, quando Lauren terminou de explicar como o jogo funcionava e todas as suas regras, as duas foram para o quarto de Normani que era no andar de cima.

— Não acredito que inventou tudo aquilo, agora eles vão querer jogar esse jogo pra sempre. — disse Normani, finalmente podendo dar risada. Se jogou na cama e esperou a amiga fazer o mesmo. Quando não sentiu o corpo dela ao seu lado se virou para a encarar.

— Eu não estava inventando aquilo. Kamah existe... E é a deusa da brincadeira. Só que do submundo. Você sabia que ela é filha de Lúcifer?

— Cruzes, Lauren, assim você me assusta... — falou Normani vendo a outra garota se aproximar aos poucos enquanto sorria largamente. Um sorriso um pouco assustador e maldoso.

— É o que eu quero... Aliás, gostaria de me apresentar de maneira correta. — parou em frente a menina e sorriu deixando seus olhos cintilarem, não eram mais verdes, eram de um vermelho profundo. — Eu sou o seu pior pesadelo!

Ela estalou os dedos, tudo ficou escuro no quarto e os dois garotos lá embaixo puderam ouvir Normani gritar. Camila finalmente tinha as quatro pessoas que precisava.

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muito obrigada todo mundo que leu, quem comentou, quem favoritou, quem adicionou na biblioteca, eu espero que vocês tenham gostado de verdade, eu amei escrever essa história e tive um retorno maravilhoso! eu vejo vocês numa próxima!! OBRIGADA.

O ritual do elevadorOnde histórias criam vida. Descubra agora