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  Jimin possuía em mente naquele fim de tarde, concluir mais um ensaio fotográfico, desta vez, servindo de destaque para capa da revista mais famosa da Coreia do Sul

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  Jimin possuía em mente naquele fim de tarde, concluir mais um ensaio fotográfico, desta vez, servindo de destaque para capa da revista mais famosa da Coreia do Sul. Sentia à adrenalina correr pelas veias conforme o sapato social caro batia contra o piso do prédio luxuoso, os pensamentos turvos lhe lembravam a cada segundo quem faria aquela sessão; Jeon Jungkook. Os colegas de profissão comentavam sobre o homem de personalidade belicosa, um caucasiano de olhos frios e aparência impecável.

  Adentrou em um dos espaços do edifício, cumprimentando o editor chefe responsável pelo homizio da moda, tal que instruiu brevemente sobre como ocorreria o processo para utilização da imagem de Jimin. Queriam lançar aquela edição em menos de um mês.

  — Obrigado. - curvou-se para o superior, agradecendo pela breve explicação e informação de onde poderia encontrar Jeon.

  Partiu em direção a um corredor extenso, indo de encontro a sala do fundo, adentrando um estúdio muito bem iluminado. Havia uma grande tela de tecido branco para o click, um camarim ao lado e claro, uma mesa cheia de equipamentos e maquiagem. Park segurava em seus braços um cabide, era patrocinado pela Gucci, trajaria um belo conjunto que havia sido entregue a si.

  O garoto de fios ruivos observou ao seu redor procurando pelo fotógrafo, não fez barulho e a sala parecia a primeira instância silenciosa, pensou estar sozinho. Caminhou até a mesa de mármore depositando o figurino protegido por uma capa de plástico sobre a superfície, largando a bolsa também. Os tímpanos atentos capturaram o exato momento que um gemido ecoou pelo cômodo grande, vinha do lado oposto, onde uma pequena divisória de gesso separava o camarim do estúdio.

  — Diga. - uma voz rouca pronunciou, fazendo o Park levar a mão até o peito, um arrepio correu a espinha. Poucas palavras possuíam uma intensidade grande, era uma ordem, sentia-se subjugado pelo tom imposto.

  — Quero o que o mestre quer, aguento mais uma.

  Uma voz diferente disse baixo, sôfrega. Um estalar alto foi ouvido, como um tapa ardido em conjunto com um gemido abafado de dor. Jimin se viu em uma cena a qual não queria estar, o fato de ter permanecido quieto lhe fez um mero curioso diante o julgamento alheio, deveria ter alertado a entrada. Viu-se constrangido, não sabia o que estava acontecendo, bisbilhotar não era vossa intenção.

  O modelo virou as costas, com as maçãs ruborizadas pelo que havia acabado de ouvir, não sabia quem eram, por isso tratou de sair apressado. Acabou esbarrando na ponta da mesa, batendo com o quadril.

  — Droga. - disse baixinho pressionando a região, havia machucado a carne frágil da cintura fina. Jimin era conhecido pelas proporções esguias.

  Ouviu passos atrás de si e desesperou-se correndo para longe. Não olhou para trás ao fechar a porta, procurando o toalete próximo para enfiar-se lá. Respirava fundo, com o coração acelerado, quase sem ar. Sentia algo semelhante à vergonha e adrenalina, medo. A mente tentava raciocinar o que estava acontecendo, por que alguém estava supostamente apanhando daquela forma e dizendo aquelas coisas?

  Não era normal, o constrangimento lhe pesou como pedra. Sem saber o que fazer, saiu da pequena peça ao olhar o próprio reflexo no espelho, estava pálido, com os pensamentos ainda atormentados, sabia que havia tido um ato infantil, precisava voltar para o outro departamento. Quem sabe assim pudesse falar novamente com o editor chefe. Seguindo essa linha de raciocínio foi para o corredor, tentando controlar os batimentos cardíacos, estava suando frio perante o nervosismo, deveria avisar o caso a algum policial?

  Deu alguns passos para frente, olhando para os dedos que se beliscavam, pensando no que faria. Sentiu-se chocar contra alguém, fechando os olhos pelo impacto repentino.

  — Eu sinto muito. - disse embolado, dando alguns passos desajeitados para trás para se curvar a pessoa em sinal de respeito, acabou tropeçando nós próprios pés, caindo de joelhos com as mãos espalmadas no chão.

  — Olhe para cima. - ditou a mesma voz que lhe causou a sensação constrangedora a poucos momentos atrás, sentiu o corpo tremer, como se o ar estivesse ficando pesado, denso.

  Olhou para ele com os olhos marejados pela vergonha e medo, criando o primeiro contato visual que teria com quem menos imaginava.

  Jeon Jungkook.

  Porém, o Park ainda não sabia deste fato. Então assustou-se com a aparência do homem à sua frente, os olhos negros estavam fixos em si, sentia a pele formigar por causa da eletricidade que a presença alheia causava.

  — Eu.. eu sinto muito. - o menor tratou de repetir rápido, vendo o outro trincar o maxilar bem desenhado, adquirindo uma postura diferente. A expressão facial era marcante, uma pessoa extremamente bonita. Seria outro modelo?

  Jungkook segurou o cinto que sustentava a calça social, apertando entre os dedos até que ficassem com suas pontas esbranquiçadas. Park perguntou-se se ele sentia tamanha raiva que demonstrava, mas antes que concluísse a premissa o maior se abaixou diante de si, ficando na ponta dos pés, expondo o peitoral devido o corte da camisa escura; havia uma tatuagem marcando a pele alva. Jimin prosseguia paralisado naquela posição, com as nádegas sobre os calcanhares e as mãos no chão. Prendeu a respiração xingando-se por não conseguir levantar da posição humilhante e sair correndo.

  — O que você fez? - o mais velho de voz brevemente rouca indagou.

  Jimin tentou articular alguma coisa, porém, oprimido pelo contato visual soltou sincero: — Eu entrei no estúdio do senhor Jeon sem avisar e ouvi o que não devia.

  — E você não deveria pedir perdão a ele? - o menor abriu mais as pálpebras em surpresa, o olhar foi ao chão por sentir-se errado. — Eu não mandei olhar para baixo. - segurou o maxilar de Jimin, apertando o lugar até que o modelo levantasse o rosto novamente.

  — Sim. - disse fraco, sentindo a garganta fechar pela pressão do momento. Tinha medo, algo em seu interior alertava que estava em perigo. A confusão mental o deixou inútil, sem ação para dor que sentia como resposta ao toque do homem.

  — Então peça, estou bem na sua frente. - um sorriso sardônico cresceu nos lábios avermelhados.

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