📌| Olá, o conteúdo de hoje é sensível e requer reflexão. Prestem atenção, pois tudo fará sentido no próximo capítulo. :)
Resgataria o irmão a todo custo, mesmo que colocasse a própria vida em risco.
Jimin estava exausto, com o corpo debilitado e mente corrompida. Havia sido torturado por minutos seguidos, tendo quase toda extensão da pele alva marcada pelo ferro quente, a ardência evidenciava que a primeira camada da epiderme havia sido extinta, cedendo espaço ao basal da derme.
— Como se sente? - ouviu o diabo perguntar serenamente, analisando como um predador a situação deplorável do outro.
— Dói. - respondeu com um fio de voz, sentindo a garganta aranhada pelos gritos. Os ferimentos concentrados no tronco formavam a inicial desfigurada de Jungkook, o qual admirava a brutalidade dos próprios atos.
A chuva não cedia em momento algum, chocando-se contra o vidro da janela furiosamente, os céus choravam consigo. Park possuía o raciocínio fraco, a mente conturbada estava a beira do declínio, não compreendia mais por qual motivo tudo aquilo estava ocorrendo consigo. Cada lagrima involuntária carregava consigo uma dor diferente, atormentado pelas lembranças do passado, deixando para trás todos os sentimentos que uma pessoa comum poderia ter.
Jeon havia conseguido enlouquecer o puritano.
— Você é a minha obra de arte. - aproximou-se para soltá-lo da corrente, o vendo cair de joelhos, sem forças. — A maior e perfeita criação.
— Me matará? - a respiração afetada o fazia arfar, observando as queimaduras pelo corpo, a dor beirava a insuportável, era difícil associar a própria situação. Não conseguia mover-se sem sentir a pele esticar, chorando como uma criança desamparada.
— Não. - o modelo sentiu um carinho sútil sobre vossa cabeça, estava estático. – É a única coisa que eu não consigo fazer contigo. - admitiu melancólico para o de fios vermelhos, observando a fragilidade que o encantava.
— Acredita que em outra vida poderia ter sido diferente? - soluçou baixo, levantando o olhar para o homem que acreditava amar profundamente.
— Sim. - curvou-se para beijar vosso rosto, sutilmente o fazendo levantar. Demonstrava uma rara gentileza ao tocá-lo, os olhos opacos pareciam sugar vossa vida. — Amor ou dor, algo sempre nos conectará, pois estamos destinados a isso. - fez um breve carinho no lábio surrado do menino, observando a beleza única ser iluminada pelo clarão dos raios.
[...]
Yoongi desceu em meio a tempestade, tentando localizar-se melhor, a vegetação densa da floresta dificultava a visão. Já estava completamente encharcado quando avistou uma casa de material, caminhando em direção ao bosque escuro.
Com dificuldade escalou o muro alto, caindo na grama macia do terreno sem cuidados. Estava afoito, temia que algo ruim acontecesse, sentia o coração apertado, como se o irmão precisasse de si. Culpava-se a cada instante por não ter notado tudo que ocorria com o outro, submerso demais em outros assuntos para que enxergasse a dor alheia. Motivado a concertar vosso erro, tentou abrir a única porta da homizio, estranhando a falta de janelas e aberturas comuns, Jungkook era um lunático. Não havia maçaneta, somente uma chave abriria a madeira maciça. Sem pensar muito, sacou a pistola automática que Jin havia lhe dado dias atrás, atirando contra o miolo.
Sabia que o barulho alertaria vossa entrada, então sorrateiramente adentrou a escuridão, estava em alerta, observando a casa bem decorada com cuidado. A passos curtos alcançou um corredor extenso, observando a pouca claridade ali escapar pela brecha de uma das portas, sentiu a adrenalina correr pelas veias, respirando fundo para invadir o quarto.
Girou a maçaneta devagar, apontando a arma carregada para frente, suava frio, nervoso.
— Olá. - empurrou a madeira para trás, assumindo posição de tiro ao avistar Jeon sentado em uma poltrona.
— Onde ele está seu desgraçado? - caminhou em direção ao outro, observando ao redor a procura do menino. O coração batia desenfreadamente, tomado pela raiva, estava sendo tolo ao agir pela emoção.
— O que pretende fazer com a arma? - ele perguntou com maldade, não vestia nada além de uma calça, o quarto não possuía janelas ou móveis, só havia uma cama e um grande espelho ali.
— Matar você se não me contar onde está o Jimin. - foi direto, segurando-se para não avançar contra o herdeiro, ele aparentemente estava desprotegido, com as mãos sobre o colo.
— Achas que consegue fazer isso? - debochou, divertindo-se com a situação.
— Não me teste. - apertou o revolver ao redor dos dedos, tremendo pelo nervosismo.
Yoongi não sabia que por trás do espelho do quarto, alguém os observava amarrado e amordaçado, chorando em prantos com a premissa de que o algoz tramava algo. O pouco de lucidez que Jimin ainda possuía o lembrava do amor incondicional pelo irmão, que sempre o cuidou com carinho e amor, cumprindo o papel de mãe e pai sozinho. Tentava a todo custo soltar-se do couro que prendia os pulsos, queria gritar para que ele corresse, temendo a vida da única pessoa que havia lhe restado no mundo.
— Você é fraco. - Jeon sorriu ladino, alcançando a 38 cromada que sempre portava consigo, havia escondido sob a perna. — E vai morrer por isso.
Ambos miraram um ao outro, mas somente um deles disparou o tiro certeiro.
Jimin em um súbito ataque desvencilhou-se do couro, quebrando um dedo pela pressão. Socou o vidro desesperadamente, atravessando o espelho sem importar-se com os ferimentos que provocaria.
— Não! - gritou ao tirar o tecido da boca, atirando-se de joelhos ao lado do irmão. Ele segurava algo em vosso estômago, se engasgando com o próprio sangue.
Jimin o segurou em vossos braços, apertando o outro aos prantos, uma dor sem igual inundou vosso coração, sentindo o rapaz tremer em seus últimos suspiros de vida. O choque da morte de Yoongi o tirou do ar, chorando compulsivamente pelo que havia ocorrido, a mente estava dilacerada.
— Não chore. - ouviu a voz do diabo soar baixa, ambos já sabiam o que aconteceria.
Direcionou os olhos cheios de ódio para o energúmeno sentado na poltrona, somente o estofado do móvel havia sido atingido.
— Por quê?! - tornou a olhar mais uma vez para o Park mais velho, segurando a arma que ele havia deixado cair. — Por que eu?! - deitou o rapaz no chão com uma expressão triste. Não sentia mais os cortes e queimaduras espalhadas pelo corpo, estava em um surto particular, sorrindo enquanto lagrimas escapavam pelo canto dos olhos. — Por que me escolheu?! - ficou de pé com dificuldade, virando-se para o fotografo, havia chegado ao limite. Nunca entenderia porque ele havia feito tudo aquilo consigo, ou porque havia deixado que ele fizesse. Só havia um caminho para que toda aquela loucura tivesse um fim. — Por quê?!
— Porque eu amo você.
Aquelas foram as últimas palavras de Jeon Jungkook, o homem que havia destruído sua vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CLICK, RED SCARLET.
Hayran KurguJeon Jungkook, um renomeado fotógrafo de olhos tempestuosos e aparência digna de um grande nome da moda, suspirar por ele era comum. Mas quando o dominador sádico acha a caça perfeita; Park Jimin, modelo em ascensão daquele ano, nada poderia mudar o...