CatarinaFiquei numa sala sozinha por um longo tempo esperando a hora chegar. Era questão de alguns minutos pra me chamarem para mim cumprir minha pena que foi anunciada no julgamento. A forca.
O céu estava nublado, dava pra ver pela janela. Aqui em Montemor só costuma chover quando acontecer algum um milagre.
O que mas me dava medo em cumprir essa condenação... Era o fato de estar grávida, o Inquisidor não tem pena de ninguém.
Ele mata bruxas a todo custo.
No passado me separei da Bric... Da minha mãe porque ela estava sendo perseguida e teve que me deixar num tronco de uma árvore, para me salvar.
Eu faria o mesmo pelo meu filho.
Espero que em alguns anos as coisas melhorem. Que as bruxas não sejam queimadas vivas, que sejam aceitas pelas pessoas, porque muitas pessoas inocentes pagam por isso sem ter culpa.
O homem abre a porta do quarto e diz :
"É chegada a hora"
Ando em direção a porta e me retiro do quarto.
Me encontro com Amália, ela me encara e diz que precisa falar comigo as sós e o homem permiti a nossa conversa.
Confesso que um pouco de tempo que fiquei naquele quarto me fizeram pensar muito. E já que eu iria morrer... Não quero ter ódio nenhum.Amália: Eu sei que nunca terei o seu perdão por ter feito tudo que fiz. Mas queria que você entendesse que eu estava com muito ódio. E o ódio pode cegar muitas vezes. E você sabe disso. -ela para de falar e eu fico calada por um instante-.
Eu: Eu não morrerei com raiva de você. Mesmo com o risco de ser considerada no meu lugar você me defendeu no julgamento. Eu só tenho que te agradecer por você ter tentado me ajudar ou... Salvar... -lágrimas queriam descer do meus olhos-.
Amália: Eu fiz o que eu pude para te salvar... Ao menos quanto a isso eu fico em paz. -ela ia sair-.
Eu: Irmã! -ela para e se vira lentamente para mim novamente e me olhou surpresa, as palavras não queria sair mais eu me esforcei- Muito obrigado por tentar!
Amália: Você é... A minha irmã!... -as lágrimas que eu estava me esforçando para segurar desceram quando Amália me abraçou, e por incrível que pareça eu retribui, um abraço forte de reencontro de duas irmãs, um abraço verdadeiro de ambas partes-.
Ela me soltou, me encarou e começou a andar na direção oposta da que eu iria.
Eu caminhei até o local do enforcamento, dizendo pra mim mesma "Seja forte".
Em passos lentos eu ando, eu vou encarar essa pena de cabeça erguida, mas tem a dor, a frustração, e um certo arrependimento.Inquisidor: Deseja dizer suas últimas palavras Catarina? -respirei fundo e falei-.
Eu: Eu não me arrependo de nada. Faria tudo exatamente igual! -todos ficaram surpresos com a minha coragem e ousadia de dizer aquelas palavras-.
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⚔️A Guerra Medieval🗡️
RomanceAmor, paixão, ódio, discórdia, guerra e perdão. Catarina é uma princesa, Amália é uma plebeia, Afonso um príncipe que cruza o caminho e o destino das duas.