Ciúmes

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           Akira se recusava a masturbar-se para o perfil de Haru Wood em uma rede social. Neste instante ele estava tentando matar tempo e se distrair com "trabalhos" no computador, ou melhor: ele estava stalkeando o coreano ruivo. Uma necessidade de saber tudo sobre aquele ômega crescia no interior do japonês, e isso o irritava. Akira Matsuhara estava irritado consigo mesmo por estar sentindo "coisas" por um homem. Era sábado, dia que Haru iria para a empresa, vulgo o sofrimento e tortura do chefe de uma das empresas mais famosas do Japão. O moreno estava se controlando para não sair correndo e fazer uma "loucura", como ele mesmo nomeava.

- Senhor Matsuhara. – Nara adentrara no escritório e Akira fechou a aba do computador onde tinha o perfil do ruivo numa rede social, totalmente nervoso. – O senhor possui uma reunião daqui alguns minutos no décimo segundo andar.

- Já estou indo. – a mulher se retirou da sala enquanto o homem se acalmava.

          O japonês suspirou e começou a se retirar do escritório. Seu coração estava inquieto, batendo com força e rapidez, as mãos ágeis nos bolsos da calça, a imagem daquele lindo sorriso do ruivo atormentando os pensamentos do moreno, sem contar naquele perfume magnífico que não deixava sua mente.


- Haru! – Satoyuki se aproximou do ruivo com papéis em mãos. – Quero que você tire uma cópia de cada um destes papéis. – sorriu entregando a papelada nas mãos finas, macias e com sardas do menor. – Você vai sair daqui, ir até o final do corredor, virar na direita e na segunda porta à esquerda que você ver é o local a onde está a máquina. – seu sorriso era caloroso e acolhedor. – Consegue usar a máquina?

- U-uhum... – abriu um pequeno sorriso nervoso, controlando os feromônios.

- Qualquer coisa volte e eu te ensinarei a usá-la. Tudo bem?

- S-sim... – suas bochechas estavam começando a ficar coradas de vergonha.

          Haru controlava com todas as suas forças a sua ansiedade e o seu nervosismo. Seu coração palpitando de euforia e as bochechas levemente coradas. Seus pensamentos animados trabalhando a mil, seu micro sorriso iluminando sua face cheia de sardas clarinhas.

          "Quantos andares têm esse prédio, mesmo? Porque estou no décimo segundo andar e nem parece que estou perto do topo. Será que eu sei usar essas máquinas loucas? E se eu estragar algo? Ah, eu não tenho tanto dinheiro assim! No meu primeiro dia eu NÃO posso fazer feio!"

          O ruivo estava com a cabeça baixa, encarando o ladrilho brilhante surgindo e desaparecendo enquanto ele andava, abraçava as folhas como se fossem um bote salva-vidas no meio do nada que é o mar aberto. Seus passos eram silenciosos, porém rápidos e apressados, indo na direção indicada. O ruivo estava tão tranquilo e distraído que não seria uma surpresa dar de cara numa parede qualquer.

          Por outro lado, Akira Matsuhara andava apressado e distraído com a imagem do sorriso do ruivo pairando na sua mente. Seus passos aumentavam aos poucos, o som dos seus sapatos colidindo contra o azulejo era uma das únicas fontes de som dos corredores. Não prestava atenção no caminho, apenas seguia na direção que já sabia de cor. Akira estava tão distraído com aquele garoto na sua mente que não havia percebido a aproximação de uma pessoa na sua direção. Enquanto Akira sentiu uma leve dor no peitoral, Haru sentiu a sensação estranha de quando batia o nariz, juntamente com a dor. O ruivo poderia jurar que batera em uma parede, tamanha era a força que o empurrou para trás e o fez cair de bunda no chão com as pernas arregaçadas. Graças a Deus, Satoyuki prendera as folhas com um grampo, as fazendo apenas caírem ao lado de um coreano ruivo atordoado.

Dear Tokyo - ABANDONADAOnde histórias criam vida. Descubra agora