Instintos

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           Haru acordou com o som horroroso do despertador. Sua visão estava embaçada e um pouco turva, seus ouvidos zuniam e sua cabeça doía. Por mais que não tivesse bebido muito, ele ainda é fraco com bebidas. Sentou-se na cama e coçou os olhos. Pelo menos, antes de dormir, ele havia tirado os óculos. O ômega não estava com a menor vontade de fazer algo, não queria sair da cama. Mas era segunda-feira, tinha faculdade e trabalho. Havia responsabilidades a serem cumpridas, e o ruivo não podia vacilar com elas. Espreguiçou-se e bocejou, logo levantou e foi tomar um banho.

          Ah! Que péssima decisão, mesmo que necessária. Aquelas gotas quentes faziam seu corpo relaxar, porém elas lhe traziam lembranças. Lembranças da noite passada, lembranças do quão libidinoso ele foi, lembranças daquele segundo alpha. Aquelas mãos grandes o tocando, explorando cada centímetro de sua epiderme, o fazendo arrepiar-se toda vez que falava algo rente ao seu ouvido, aqueles lábios macios e úmidos sedentos pelos seus, aqueles olhos negros o hipnotizando, aquela dança envolvente e cheia de luxuria, a sua voz rouca e suave, o aroma de seus feromônios o fazendo delirar, o sabor daquele alpha era tão bom. Ah. Como Haru queria sentir aquele membro dentro de si. Seu ômega interior implorava por isso, implorava para se agarrar naquele alpha e nunca mais soltar, implorava para ser possuído e marcado.

          Sua lubrificação natural já escorria pelas suas pernas e seu membro já estava "acordado". Ele não queria isso, mas aquelas lembranças não deixavam a sua mente, aqueles beijos, aqueles toques, aquele alpha. Mudou a temperatura da água para fria, e mesmo assim não adiantou em nada. Seu ômega interior estava começando a despertar com a proximidade do seu cio, e isso não era nada bom. Não havia outra opção, não havia o que se fazer se não aliviar "aquilo".

- Haruuuuu! – Freya abraçou o ruivo ao vê-lo sentado na sala de aula. – Por que você foi embora tão cedo? Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem? Alguém te machucou? Se for isso eu quero saber agora quem é, que eu vou dar uma surra nele! Quem foi?

- Ninguém me machucou. – livrou-se do abraço do amigo. Tomoko também veio sentar-se ao lado do seu "futuro namorado".

- Então o que aconteceu? – Tomoko pronunciou-se.

- E-eu só me-me senti mal... – suas bochechas coraram violentamente, não queria contar o que realmente acontecera na noite passada.

- Ah! Seu safadinho! – Freya gargalhou. – Foi transar, né?! Ah! Seu ninfomaníaco!

- Na-na-ão! E-e-eu não fiz isso... – o ruivo queria se esconder embaixo da mesa, mas não podia, pois poderiam achar que ele estivesse tentando ver "além do que deveria", já que a mesa era "compartilhada", tipo uma gigantesca mesa de piquenique misturada com arquibancadas de um ginásio.

- Quem é o sortudo? – Tomoko e Freya se divertiam com a vergonha do ruivo.

- N-não é nada disso! – encolheu-se e virou a cara.

- Ain que coisinha mais linda! – Tomoko e Freya agarraram o ruivo num abraço sufocante.

- Eu quero respirar! – seu pedido saiu abafado, mas foi realizado.

- Vai, tigrinho. Nos conte tudo. – Freya sorria maligno.

- Eu...

- Eu vi você dançando com um cara. Depois eu te perdi de vista. – Tomoko comentou.

- E que dança. – Haru deixou sair sem querer.

- OH MEU DEUS! – os dois alphas enlouqueceram e começaram as gritar.

- Parem! E-eu não quis dizer aquilo! Ai Deus. – Haru escondeu o rosto envergonhado com as mãos.

- E o que aconteceu depois?

Dear Tokyo - ABANDONADAOnde histórias criam vida. Descubra agora