Haru sentia-se tão bem. Sentia-se seguro e protegido. Sem abrir os olhos, as lembranças da noite anterior iam e vinham em sua mente. Conseguia sentir o braço forte do alpha entorno da sua cintura, suas pernas entrelaçadas, o coração do outro batendo em seu peito, bem perto da sua orelha, em uma melodia deliciosa. Seu próprio peito se aqueceu, seu coração acelerou na medida que a "realidade" se tornava cada vez mais concreta, suas bochechas esquentaram violentamente quando escutou os batimentos regulares de Akira ficarem acelerados. Ele havia acordado. Lentamente o ômega levantou a cabeça para olhar o moreno, que sorriu ao ver a face corada do ruivo. Aquele sorriso fez o peito do menor se aquecer, Haru adorava ver o alpha sorrir. Ainda mais se o motivo do mesmo fosse ele próprio.
- Bom dia, anjo. – sua voz rouca por ter acabado de acordar fez a pele do ômega se arrepiar.
- B-b-bom dia. – seu rosto corou ainda mais.
- Quer um beijo de "bom dia"? – por mais que o ruivo quisesse muito isso, ele não conseguiria verbalizar os seus sentimentos.
Não foi preciso dizer palavra alguma, pois as esmeraldas já transmitiam todos os seus segredos mais profundos. Akira o puxou com delicadeza, deixando-o sobre si, as faces muito próximas uma da outra. Não importava o ângulo ou a posição, Haru era perfeito de qualquer jeito. Segurando sua nuca com uma mão e a outra na sua cintura, o moreno não precisou puxá-lo, pois Haru inclinou-se e selou seus lábios. O que iniciou com um singelo selo de lábios, logo transformou-se em um beijo calmo e repleto de sentimentos. Separaram-se para olharem um no olho do outro. Ônix com esmeralda.
- BOM DIA! – Freya, Tomoko e Ken escancararam a porta do quarto do ruivo, assustando o casal. Haru soltou um dos seus adoráveis gritinhos e se jogou para o lado, se escondendo nas cobertas como se fosse um ouriço.
- Eu não esperava por isso. – Ken ria.
- Eu sim. – Freya e Tomoko comemoravam por terem tido a brilhante ideia de gravar tudo.
- Agora que ia começar o bem bom. – Akira brincou sentando-se.
- Eu odeio vocês. – a voz de Haru saiu abafada por causa do cobertor, o grupo riu. Quando o ruivo não conseguiu mais respirar direito, ele saiu debaixo das cobertas, seu yukata estava frouxo, deixando o seu ombro esquerdo a mostra. Akira arrumou suas roupas, deixando o menor ainda mais corado.
- A bicha é possessiva. – Tomoko brincou.
- Já disse que eu odeio vocês? – Haru fez um bico e cruzou os braços.
- Tão adorável! – Freya apertou a namorada.
- Vamos tomar um café. Depois vamos ao parque. Aproveitar que hoje é Kokumin no Kyujitsu. – Ken anunciou. Os três "intrusos" se retiraram.
- Te vejo na entrada. – Akira se aproximou do ômega e deu-lhe um beijo antes de sair do quarto. Tinha planejado esse dia milhares de vezes, a caixinha de veludo estava muito bem guardada em seu casaco. Desejava com todas as forças que tudo desse certo.
O grupo se reuniu no salão de entrada das termas, fizeram o check out e se dirigiram para um café. Perto das dez horas, eles se dirigiram para o parque de diversões. Por mais que Haru aparentasse ser delicado como uma flor, ele gostava de adrenalina. Amava os brinquedos mais radicais e assustadores. No trem fantasma? Quem ficou com medo foi o Akira, o que gerou mais risadas do que gritos aterrorizados. Nos jogos de tiro, Ken humilhou todo mundo. Algumas mulheres davam em cima de Akira, mas ele as dispensava educadamente e logo depois ele abraçava Haru e saíam andando junto ao grupo. Alguns caras tentavam chegar no ruivo, mas os amigos dele os afugentavam (principalmente Akira). Ao anoitecer eles estavam passeado pelo parque Shinjuku Gyoen, com as árvores de sakura com a folhagem rosa enfeitadas com luzinhas brancas, formando um imenso túnel luminoso, o vento gélido arrancando as pétalas róseas de seus galhos, fazendo-as dançarem no ar, as luzes da cidade e das estrelas refletiam no lago. A grande lua crescente dava ao ambiente uma áurea prateada para o lugar. Estavam no meio da ponte, poucas pessoas em volta. Perfeito. Akira parou de andar, as mãos trêmulas nos bolsos da calça, o coração palpitando de nervosismo. Era agora ou nunca.
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Dear Tokyo - ABANDONADA
RomanceAkira Matsuhara Seme, japonês, alpha lúpus, dono de uma grande empresa em Tokyo (empresa de fabricação de instrumentos musicais, estúdio para músicos gravarem seus discos, juntamente com estúdio fotográfico), cabelos e olhos negros como petróleo, m...