- Oi, mãe... – a voz de Haru saia num sussurro quase inaudível. Já havia passado da meia-noite quando sua terceira onda de calor terminou. Então ele aproveitou para se nutrir e falar com sua mãe.
"Oi meu anjo. Como você está? Estão te tratando bem? Está seguro? Tá doendo muito?"
- Eu estou bem, mãe. – ouviu o suspiro aliviado do outro lado da linha, coisa que aqueceu seu coração. – Meu cio se iniciou assim que saí do hospital. Então não tinha como eu ir para o dormitório da faculdade. O serviço deles é maravilhoso. Nem meu amigo alpha pode passar da porta de entrada. – riu pelo nariz ao lembrar-se de Akira.
"Deus. Espero que esteja bem mesmo! Se não eu vou até aí só para te bater por mentir para a sua mãe! Está me ouvindo, mocinho?!"
Haru riu, contente por ouvir a voz deu sua mãe. Ela sempre conseguia acalmá-lo quando necessário. Só faltava o seu abraço acolhedor para tudo ficar bem.
- Então eu darei razão a senhora. Mas é verdade. Eu estou bem.
"Eu te conheço, meu bebê. Sei que essa vozinha não é só por causa do cansaço. O que está te preocupando?"
O ômega suspirou. Sua mãe realmente sabia que algo estava diferente.
- É que tem um "amigo" novo. Ele é um alpha. E ele é famoso por ser rico...
"JÁ TE ATIRA NO MILHO!" – brincou para fazer o filho sentir-se mais tranquilo com o assunto. Aiko sorriu ao ouvir as risadas do filho.
- Por ser o bambambam, por não se apaixonar por ninguém, por ser o "hétero fodelão", por nunca perder o controle com ômegas e por passar o rodo por todo o lugar que passa. Mas... Teve um dia em que eu fui numa balada e fiquei com um alpha. Eu não conseguia parar de lembrar dele, principalmente do seu perfume e então... Eu descubro que ele é o meu chefe, que é o grande Akira Matsuhara! – começou a falar desesperado e num único fôlego. – Ele diz que está gostando de mim, que eu sou o par destinado dele. E eu sinto "coisas" por ele. Mas eu estou com medo de que eu cometa a mesma cagada de antes. Só que com ele é diferente, é mais intenso. E agora eu estou completamente perdido. Pedi para só sermos amigos, mas meu coração diz outra coisa. Eu não sei se isso é só tesão, ou se é a companhia, só a presença dele já me faz sentir coisas boas. Como: segurança, proteção, um par, minha alma destinada. – parou de falar com os pulmões implorando por oxigênio. Sua mãe ouvia tudo com atenção, analisando os fatos, tentando descobrir como ajudar o filho.
"Respire de vagar, querido."
Haru obedeceu ao conselho. Normalizando sua respiração.
"Isso mesmo. Agora me escute com tenção. Nem todos são como Luke Price. Você se permitiu fazer amizade com outras pessoas. E eles já provaram não serem como aquele monstro. Agora tem um alpha com o mesmo perfil interessado em você; mesmo vocês se conhecendo muito pouco. Você está com medo de que aquilo se repita. E isso é perfeitamente compreensível."
Aiko ouviu os soluços tristes de Haru e seu coração afundou em seu peito.
"Eu sei que dói, eu sei que você tem medo, eu sei disso. Mas ainda não podemos tirar conclusões precipitadas sobre Akira. Ele ainda não se mostrou, de fato, ser apaixonado por você. Sabemos que ele o salvou duas vezes, mas isso pode ser um truque. Apenas vá com calma. Analise as coisas. Você é bom em ler o comportamento, os sinais corporais e faciais das pessoas, então analise ele. E, quanto aos seus sentimentos, guarde-os e os analise também. Veja se não está se equivocando por causa do cio. Sempre se questione sobre eles e chegará a uma conclusão."
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Dear Tokyo - ABANDONADA
RomanceAkira Matsuhara Seme, japonês, alpha lúpus, dono de uma grande empresa em Tokyo (empresa de fabricação de instrumentos musicais, estúdio para músicos gravarem seus discos, juntamente com estúdio fotográfico), cabelos e olhos negros como petróleo, m...