Cats

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- Oi mãe. – minha voz estava fraca e rouca. Acordei com o celular tocando. Ainda me sentia acabado e dolorido, mas estava melhor do que antes.

"Ah. Eu te acordei, meu amor? Me perdoe."

- Está tudo bem mãe. – um sorriso surgiu nos meus lábios, ouvir a voz dela serviu como um remédio.

"Como você está, Haru?"

- Cansado, mas bem. Lembra do Ken? Pois é, ele está cuidando de mim.

"Que ótimo, meu amor. Me conte mais sobre ele."

- Ele é um amor. Mal nos conhecemos e ele já está cuidando de mim. – ri com um sorriso feliz nos lábios. – Esse é o lado bom de ser ômega, nós vivemos numa irmandade. Mesmo que não nos conheçamos.

"Ômegas são anjos na Terra."

           Passamos mais algum tempo conversando até que eu caí no sono mais uma vez. O meu corpo ainda estava dolorido por causa do cio, mas, comparado com os últimos três dias, eu estou muito bem. O dia depois do cio é obrigatório para o ômega se recuperar, então me dei ao luxo de não ligar o despertador. Acordei por volta das onze horas da manhã, detesto dormir de mais (mesmo que eu ame dormir). Senti algo úmido e quente vindo do meu traseiro e suspirei. Que raiva dessa parte: a menstruação. Me espreguicei e fui direto para o banheiro tomar um banho. O absorvente masculino e feminino não tem diferença nenhuma. Tem os internos e os externos, que variam de cobertura seca ou suava, grande ou médio ou pequeno, sem abas ou com abas. Nada de mais.

           Me vesti e retirei a roupa de cama manchada de sangue, coloquei no cesto de roupas sujas, coloquei um novo lençol, peguei meu celular e me joguei no meu puff (eu amo esse troço). Havia tanta notificação que até achei que aquele celular não era meu. Freya e Tomoko me mandaram um bom dia com uma selfie dos dois no hospital sorrindo para a câmera, Freya disse que estava esperando a minha visita. Ken disse que havia saído para pegar algo no quarto dele (ele havia dormido no meu puff esta noite).

          "Ele é um amor."

           Uma mensagem me fez querer bater a cabeça na parede. Eu havia esquecido completamente dos ensaios para o vídeo clipe das Sweet Girls! Ta, eu não tinha como raciocinar direito durante o cio, e não tinha como eu ir ensaiar no meio do "troço", mas né. Liguei imediatamente para a agente e expliquei o que aconteceu nesses dias. O vídeo seria gravado daqui a quatro dias (na quarta-feira), então eu terei que me esforçar.

- Você acordou. – Ken entrou no meu quarto, sorriu enquanto se aproximava de mim e segurou minhas mãos. – Como você está se sentindo?

- Melhor. Mas com cólica.

- Eu também odeio essa parte.

- Eu estou faminto. – Ken se levantou e me ajudou a fazer o mesmo.

- Vamos almoçar então. - escolhemos um restaurante de comida holandesa. E estava ótimo. Todos esses três dias comendo quase nada foram recompensados.

- Obrigado por cuidar de mim.

- Não precisa agradecer, cara. – Ken sorriu. – Foi um prazer ver essa carinha de anjo dormindo. – seu sorriso se alargou ainda mais ao ver minhas bochechas corarem. – Quando na vida eu iria conseguir tirar fotos tão lindas assim? – ele me mostrou várias fotos que ele havia tirado de mim quando eu estava dormindo.

- Ken! – escondi o meu rosto com as mãos.

           Depois do almoço, fomos visitar Freya. Tomoko não estava lá. Ela ia para a aula de manhã, anotava tudo o que podia, corria para almoçar com o namorado no hospital e voltava correndo para a aula. No final do dia, ela entregava tudo o que haviam dado na aula para Haru e para Freya.

Dear Tokyo - ABANDONADAOnde histórias criam vida. Descubra agora