Forty seven

18.6K 2K 1.2K
                                    

   Eu havia decidido que iria contar a Baek, nós poderíamos pensar numa solução juntos. No entanto, antes de contar eu precisava ter certeza de que ele não iria falar com o pai e por tudo a perder. Nós estávamos no apartamento dele, Baek precisava terminar um trabalho mas disse que queria a minha companhia.

  — Falta muito? — me inclinei sobre a mesa.

 — Não, só mais algumas páginas e eu sou todo seu — ele sorriu e em seguida voltou a focar no notebook.

 — Você devia vir morar aqui, ultimamente nós passamos um bom tempo nesse apartamento.

— Eu sei, mas não consigo — suspirou — meu pai me deu, antes de me achar um desgosto completo. Prefiro evitar.

— E por que não vende e compra outro?

— É complicado, eu vou ter que explicar ao meu pai e..—ele afastou o notebook e me encarou — eu estou tentando de verdade superar todo o meu desprezo por ele, mas tem coisas que ainda são difíceis.

   Se está tentando superar, por que tentou dar um golpe na empresa?

— Hum, então nada mais de vingança? — mordi o lábio.

— Não quero mais vingança, mas ainda tenho medo que ele tire você de mim — passou a mão pelos cabelos — eu não sei o que seria capaz de fazer se ele te mandasse embora também.

    Meu coração quase parou por um segundo e um nó se formou em minha garganta. Sem chance de contar a Baek, ele com certeza teria um ataque de raiva e estragaria tudo. Eu estava de volta a estaca zero, com os dias contados para ir embora e nenhuma ideia do que fazer.

   Pensei que conseguiria contar e resolver tudo da melhor forma possível, no entanto o temperamento dele me desencorajava a tomar tal atitude. Baek tinha melhorado muito nos últimos meses e eu sabia que algumas coisas não se resolvem de maneira rápida, mas seu ódio pelo pai, ia acabar estragando tudo.

  ***

 — Eu disse que ia dar errado — ri encarando o bolo de caneca murcho.

— Eu segui a receita certa — Baek protestou.

— Essas coisas de microondas nunca funcionam — deixei a caneca de lado — melhor tentar fazer um normal.

    Nós estávamos com fome e Baek quis bancar o cozinheiro, claramente bolo de caneca não era a sua especialidade. Me sentei na bancada observando enquanto ele limpava as coisas, as vezes tudo parecia tão normal, tão simples, que eu mal me lembrava de todo o caos que estava por vir.

 — Melhor pedir delivery — me encarou — pega meu celular e liga.

— Não sei sua senha — desci da bancada.

— Trás ele aqui, vou colocar sua digital também — seguiu em direção a pia.

— Não precisa...

— Eu confio em você — disse ainda de costas — e não tenho nada pra esconder.

    Assenti, peguei o celular e Baek cadastrou a minha digital também. Me sentia culpada por estar escondendo coisas dele quando ele confiava em mim o suficiente para me dar livre acesso ao seu telefone.  No entanto que culpa eu tinha se sua reação ainda não era confiável?

  Em relação a mim, Baek estava cem por cento melhor, nada de brigas ou estresse desnecessário. As vezes eu até o instigava para ver qual seria a reação, mas ele sempre reagia de maneira normal, parecia estar mesmo falando a verdade quando disse que queria mudar. O que me irritava era saber que aquela ideia de vingança idiota iria por tudo por água a baixo.

 — Você está muito quieta — comentou me abraçando por trás e apoiando a cabeça em meus pescoço — aconteceu alguma coisa?

 — Só estou pensando — coloquei minha mão sobre a dele.

— Posso saber sobre o quê?

— Sobre como você melhorou — seus dedos acariciavam a minha pele —  mas não pensa que isso apaga as besteiras que você fez.

— Eu sei, vou passar o resto da minha vida tentando me redimir — beijou meu ombro.

 Eu me virei fazendo-o me encarar, as vezes eu queria poder congelar o tempo e deixar tudo daquele jeito.

— Então já pode começar agora — ri envolvendo seu pescoço com meus braços.

  Baek me beijou e nós acabamos no sofá, eu gostava da maneira como ele me segurava e de como seus lábios pareciam se encaixar aos meus de forma perfeita. Era desse Baek que eu queria lembrar quando estivesse longe.

  — Logo agora — resmungou quando campanhia tocou.

— Eu já estava morrendo de fome — comentei saindo de seu colo.

  Baek foi atender a porta, pegou a pizza e pagou. Eu o segui até a cozinha e sorri satisfeita quando peguei o primeiro pedaço.

 — Vamos ver quanto você aguenta comer dessa vez.— deu uma mordida em seu pedaço.

  — Com a fome que eu estou? A metade da pizza — ri.

 — Eu duvido — provocou.

     No fundo eu sabia que não ia conseguir comer aquilo tudo, mas desafiar Baek não tinha preço.

---------

Vocês comem pizza na mão mesmo ou com garfo e faca? Eu como usando talher desde sempre.

   Mina desistiu de contar ao Baek, vocês contariam mesmo sabendo que ele pode estragar tudo?


Player 《 Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora