Eu havia decidido que iria contar a Baek, nós poderíamos pensar numa solução juntos. No entanto, antes de contar eu precisava ter certeza de que ele não iria falar com o pai e por tudo a perder. Nós estávamos no apartamento dele, Baek precisava terminar um trabalho mas disse que queria a minha companhia.
— Falta muito? — me inclinei sobre a mesa.
— Não, só mais algumas páginas e eu sou todo seu — ele sorriu e em seguida voltou a focar no notebook.
— Você devia vir morar aqui, ultimamente nós passamos um bom tempo nesse apartamento.
— Eu sei, mas não consigo — suspirou — meu pai me deu, antes de me achar um desgosto completo. Prefiro evitar.
— E por que não vende e compra outro?
— É complicado, eu vou ter que explicar ao meu pai e..—ele afastou o notebook e me encarou — eu estou tentando de verdade superar todo o meu desprezo por ele, mas tem coisas que ainda são difíceis.
Se está tentando superar, por que tentou dar um golpe na empresa?
— Hum, então nada mais de vingança? — mordi o lábio.
— Não quero mais vingança, mas ainda tenho medo que ele tire você de mim — passou a mão pelos cabelos — eu não sei o que seria capaz de fazer se ele te mandasse embora também.
Meu coração quase parou por um segundo e um nó se formou em minha garganta. Sem chance de contar a Baek, ele com certeza teria um ataque de raiva e estragaria tudo. Eu estava de volta a estaca zero, com os dias contados para ir embora e nenhuma ideia do que fazer.
Pensei que conseguiria contar e resolver tudo da melhor forma possível, no entanto o temperamento dele me desencorajava a tomar tal atitude. Baek tinha melhorado muito nos últimos meses e eu sabia que algumas coisas não se resolvem de maneira rápida, mas seu ódio pelo pai, ia acabar estragando tudo.
***
— Eu disse que ia dar errado — ri encarando o bolo de caneca murcho.
— Eu segui a receita certa — Baek protestou.
— Essas coisas de microondas nunca funcionam — deixei a caneca de lado — melhor tentar fazer um normal.
Nós estávamos com fome e Baek quis bancar o cozinheiro, claramente bolo de caneca não era a sua especialidade. Me sentei na bancada observando enquanto ele limpava as coisas, as vezes tudo parecia tão normal, tão simples, que eu mal me lembrava de todo o caos que estava por vir.
— Melhor pedir delivery — me encarou — pega meu celular e liga.
— Não sei sua senha — desci da bancada.
— Trás ele aqui, vou colocar sua digital também — seguiu em direção a pia.
— Não precisa...
— Eu confio em você — disse ainda de costas — e não tenho nada pra esconder.
Assenti, peguei o celular e Baek cadastrou a minha digital também. Me sentia culpada por estar escondendo coisas dele quando ele confiava em mim o suficiente para me dar livre acesso ao seu telefone. No entanto que culpa eu tinha se sua reação ainda não era confiável?
Em relação a mim, Baek estava cem por cento melhor, nada de brigas ou estresse desnecessário. As vezes eu até o instigava para ver qual seria a reação, mas ele sempre reagia de maneira normal, parecia estar mesmo falando a verdade quando disse que queria mudar. O que me irritava era saber que aquela ideia de vingança idiota iria por tudo por água a baixo.
— Você está muito quieta — comentou me abraçando por trás e apoiando a cabeça em meus pescoço — aconteceu alguma coisa?
— Só estou pensando — coloquei minha mão sobre a dele.
— Posso saber sobre o quê?
— Sobre como você melhorou — seus dedos acariciavam a minha pele — mas não pensa que isso apaga as besteiras que você fez.
— Eu sei, vou passar o resto da minha vida tentando me redimir — beijou meu ombro.
Eu me virei fazendo-o me encarar, as vezes eu queria poder congelar o tempo e deixar tudo daquele jeito.
— Então já pode começar agora — ri envolvendo seu pescoço com meus braços.
Baek me beijou e nós acabamos no sofá, eu gostava da maneira como ele me segurava e de como seus lábios pareciam se encaixar aos meus de forma perfeita. Era desse Baek que eu queria lembrar quando estivesse longe.
— Logo agora — resmungou quando campanhia tocou.
— Eu já estava morrendo de fome — comentei saindo de seu colo.
Baek foi atender a porta, pegou a pizza e pagou. Eu o segui até a cozinha e sorri satisfeita quando peguei o primeiro pedaço.
— Vamos ver quanto você aguenta comer dessa vez.— deu uma mordida em seu pedaço.
— Com a fome que eu estou? A metade da pizza — ri.
— Eu duvido — provocou.
No fundo eu sabia que não ia conseguir comer aquilo tudo, mas desafiar Baek não tinha preço.
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Vocês comem pizza na mão mesmo ou com garfo e faca? Eu como usando talher desde sempre.
Mina desistiu de contar ao Baek, vocês contariam mesmo sabendo que ele pode estragar tudo?
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Player 《 Baekhyun 》
FanfictionMina costumava desenhar discretamente imagens de Oh Sehun, líder do time de basquete da faculdade. Ela só não esperava que esse caderno sumisse e aparecesse nas mãos de Byun Baekhyun, um rebelde que começa a fazer chantagens assim que percebe o cont...