Fifty

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Narrador pov

Sehun caminhava pelas ruas do campus, já era noite, ele não queria estar perto dos amigos, se sentia estranho, desde o que acontecera com Mina, ele não conseguia ficar com mais ninguém, não porque gostava dela mas sim porque se sentia culpado. Mesmo um ano depois, ele ainda se sentia mal por Momo, como ele pode mandá-la embora daquele jeito?

As vezes ele a observava de longe, ela já não usava os cabelos soltos, ele sabia que ela havia mudado e a culpa era dele. Tão estúpido, tão cego pela vontade de jogar, que acabou magoando quem mais importava. A quem ele queria enganar? Sehun sabia que não deixou Momo apenas pelo basquete, havia algo muito pior por trás.  Suspirou indo em direção a praça, não sabia bem o que queria naquela noite, talvez poder voltar no tempo e mudar tudo.

Avistou Momo sentada numa das mesas, ela andava estudando tanto que mal tinha tempo para nada, naquela noite a garota queria ficar sozinha, Mina e Sana pareciam tão felizes com seus namorados, ela não queria atrapalhar.

— O que faz sozinha aqui? — Sehun falou corajosamente se aproximando dela.

Momo prendeu a respiração e depois a soltou pesadamente. Não queria falar com Sehun, aquilo era doloroso, estar perto dele trazia lembranças que ela não queria ter.

— Já estou saindo — começou a juntar as coisas.

—  Vai me odiar para sempre? — Sehun falou magoado consigo mesmo.

— Como quer que eu te encare depois de tudo? — se levantou pronta para ir embora — quer que eu simplesmente finja que nada aconteceu?

Ela não entedia o que mais Sehun queria, ele já havia conseguido tudo dela, tudo. Depois naquela noite eles não haviam se falado, parecia que nunca haviam se conhecido.

— Lorinh...

— Não ouse me chamar assim, perdeu esse direito quando me deixou— disse séria —  agora, se não se importa eu tenho mais o que fazer.

—  O problema é que eu me importo!— falou fazendo a garota parar — eu tenho me importado todo esse tempo, não tem idéia de com quantas garotas eu fiquei tentando esquecer  — o estomago de Momo revirou — mas nenhuma delas é você, nenhuma delas jamais será você e eu te tive e deixei ir.

Suspirou aliviado, deveria ter dito aquilo muito antes, sentia como se um peso tivesse sido retirado de suas costas.

— Acha que pode me dizer isso depois de tanto tempo? — Momo riu amarga — acha que pode brincar comigo assim? Eu não sou mais aquela garota.

— Sinto muio, eu sinto tanto, me pergunto todos os dias porque fiz aquilo— seus olhos encontraram os de Momo. Ele queria não ter sido tão cruel  — se eu pudesse voltar  mudaria tudo.

— Mas não pode — engoliu em seco.

Momo seguiu andando, precisava deixar tudo aquilo no passado. Ela também secretamente desejava poder mudar tudo, mas não podia e não era fácil esquecer tudo o que aconteceu, Se ela pudesse ter o antigo Sehun de volta, se pudesse voltar a ser inocente como antes, talvez tudo fosse melhor.

— Momo —Sehun segurou gentilmente em seu braço mas soltou assim que ela parou de andar — me perdoe, diga que pode me perdoar.

— Eu perdoo, isso não quer dizer que voltarei para você — nem mesmo o olhou.

Aquilo doía nos dois, doía porque ambos queriam poder voltar e mudar tudo, mas um vaso quebrado jamais seria inteiro de novo. Momo fechou os olhos e engoliu em seco, não queria chorar, não depois de tanto tempo. Havia apenas uma coisa que precisava saber.

— Algum dia gostou de mim de verdade ou só queria uma distração até entrar no time?

— Eu gostava de você, apesar de toda a minha falta de coragem, eu te amei — Sehun a virou de frente para si.

Momo continuava linda como antes, seus dedos desfizeram o coque no cabelo da garota, ele caiu em ondas devido ao fato de estar preso, agora ia até a cintura dela, a garota suspirou, aquilo era tão difícil, seguir a razão ou o coração?

Sua mão acariciou a bochecha da garota fazendo com que ela fechasse os olhos.

— Eu não posso fazer isso com você — ele disse baixo — não de novo, eu só quero uma última coisa.

Por um momento Momo pensou que Sehun fosse beijá-la, mas ele apenas a abraçou apertado, forte como se quisesse protege-la do mundo, na verdade queria poder tê-la protegido dele mesmo. Por um momento fingiu que nada havia mudado, fingiu que ainda tinha Momo, deixou-se levar pela ideia de que não tinha partido o coração da garota inocente.

—Eu sinto muito, Momo — disse ao perceber que ela chorava com a cabeça contra seu peito — muito mesmo. Espero que um dia possa esquecer tudo isso.

— Eu não queria me sentir assim —fungou — mas eu sinto como se tivesse sido um brinquedo.

— Não foi — ele a apertou ainda mais —  nunca foi um brinquedo, eu gostava de você de verdade, por favor acredite nisso.

—  Se me amava, então porque me deixou?

     Sehun engoliu em seco, infelizmente não era seguro dizer a verdade.

— As vezes temos que fazer escolhas difíceis, escolher entre você e o time foi a coisa mais dura da minha vida — suspirou — mas eu me esforcei a vida toda e não podia deixar a chance escapar. Se pudesse ficar com os dois, se pudesse ao menos nunca ter te magoado, então escolheria que fosse assim. Eu sinto muito por tudo — afagou os cabelos da garota e a soltou — acho que está na hora de deixá-la ir.

— Adeus, de novo — Momo enxugou as lágrimas.

— Espero que encontre alguém melhor que eu — observou a garota se afastar.
  
    Não importa o quanto gostasse de Momo, sabia que não podia tê-la de novo, ou ia acabar muito mal.

Momo se sentia mais leve, como se finalmente algo dela estivesse certo, não voltou a prender os cabelos, já não sentia mais vontade de se esconder.

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Acho que eles tinham que ter essa conversa

O que acharam da atitude do Sehun?

Pena que ele não pode contar tudo.

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