Fifty five

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Mina pov
1 mês depois

—  Você não está grávida —  repeti para mim mesma após olhar o teste — agora pare de se sentir assim.

  Por um tempo eu quis acreditar que carregava um pedacinho de Baek comigo, mas só tínhamos transado sem camisinha uma vez, o que não me impedia de engravidar mas eu sabia que a chance naquele dia era pequena. Felizmente ou não, não havia bebê nenhum a caminho.

Tinha me acostumando a trabalhar na empresa, até fiz algumas amizades, a senhora Boo, era estranho chamá-la assim, já que ela só tinha 25 anos, estava grávida e eu acabei me aproximando. O senhor Boo trabalhava viajando e só estaria de volta daqui a uma semana, quando a filhinha deles deveria nascer.

   —  Já vou!—  gritei quando ouvi alguém batendo na porta.

  Eram 11 da noite, eu estava quase indo dormir e usava um pijama azul.

  — Eunbi? — Encarei surpresa a senhora Boo que estava parada em frente a minha porta.

  Ela tinha uma das mãos na barriga e se apoiava com a outra na parede.

  —  A Hye vai nascer — fez uma careta de dor —  eu preciso de ajuda.

  Comecei a entrar em pânico, não sabia o que fazer para ajudar, o melhor era ir ao hospital, certo?

  —  Ela não deveria nascer daqui a uma semana? —Perguntei assutada.

   —  Deveria mas tem alguém muito apressada aqui —  respirou fundo.

   Eunbi tinha os cabelos presos num coque, usava um vestido amarelo claro e parecia estar com dor.

  — O que precisa que eu faça?  — prendi meu cabelo num coque.

   — Preciso ir para o hospital, mas o carro está com o meu marido...— me encarou — diga que pode me acompanhar, eu não tenho ninguém aqui.

    — Eu posso, mas não tenho carro e mal sei onde ficam as coisas aqui.

  A Hye não podia nascer no corredor do prédio, precisávamos chegar logo ao hospital. Eunbi parecia sentir mais dor a cada minuto que passava.

  — A sua mala já está pronta? —   questionei e ela assentiu — ok, vamos pegar suas coisas e eu chamo um táxi.

  — Espero que não vá  demorar.

  Disquei o número que Eunbi mandou, eu estava  com medo de que ela fosse dar a luz na sala do meu apartamento, mesmo sabendo que partos não são rápidos assim. Eunbi parecia estar mesmo com dor e eu não sabia como ajudar.Mal tive tempo de trocar de roupa, coloquei a primeira coisa que vi pela frente e em poucos minutos lá estava eu, com uma calça de moletom cinza e um casaco rosa, rumo ao hospital.

  ***

    — Você consegue —  eu encorajava Eunbi, no momento eu era tudo que ela tinha.

   Ligamos para o marido dela, mas infelizmente ele não conseguiria chegar antes das 10 da manhã.  Já eram 4 da manhã mas eu não conseguiria dormir enquanto aquela  criança não nascesse.

  — Aigo — ela ofegou — isso dói demais.

  — Pense que logo vai ter sua garotinha nos braços — ela apertou minha mão começando a empurrar mais uma vez  — vai dar tudo certo.

  Eunbi apertou minha mão tão forte que eu pensei que iria quebrar, ela parecia exausta e eu não esperava que fosse diferente. O médico falava alguma coisa em japonês que eu não conseguia entender. Num momento o quarto ficou silencioso e tudo que pude ouvir era um choro de bebê.

   Lágrimas encheram os meus olhos, Eunbi também chorava, fiquei encantada ao ver a pequena garota que era posta em seu colo. Ela era pequena e começava a ficar corada.

   —  Minha garotinha —  Eunbi a acariciava em meio as lágrimas — minha Hye.

  —  Ela é perfeita—  observei a criança que estava envolta numa manta.

   —   Quer segurar? —  Eunbi questionou quase uma hora depois —  ela está aqui por sua causa também. 

  Assenti apesar de hesitante, ela me estendeu Hye com cuidado e eu a segurei como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. 

   —  Ela é tão linda—  apertei a garotinha contra mim — nem parece real.

 — Você fez um bom trabalho também —  disse cansada —  obrigada pela ajuda, você tem jeito com crianças.

  — Um pouco — peguei a mãozinha da bebê — meu ex namorado dizia que eu levo jeito e um bebê com os meus olhos e o sorriso dele seria perfeito — sorri fraco lembrando de quando tive aquela conversa com Baek — pena que acabou.

  — Ainda gosta dele, não é? — apenas assenti enquanto ninava Hye — quando é pra ser, as coisas se ajeitam. Se tiverem que ficar juntos, vão se reencontrar em algum momento.

— Espero que sim —  acariciei o rostinho de Hye — foi um prazer ajudar.

   Ela era tão pequena, parecia que iria quebrar apenas com um toque, imaginei como seria ter um bebê, ter algo que fosse meu e de Baek.

     Narrador pov

Um mês longe de Mina tinham ensinado a Baekhyun que a dor não ia embora nunca, porém ele poderia viver com aquilo. Continuava assistindo as aulas, comendo e fazendo o que tinha que fazer, mas se sentia miserável.

   A vida sem Mina, era amarga e não importa o quanto ele tentasse torná-lo doce de novo, jamais seria como antes. Sentou-se ao lado de Yixing numa das mesas do refeitório, o garoto estava lendo algo em mandarim que Baek não conseguia decifrar.

   —  Ainda na fossa? — Yixing pousou os olhos em Baek.

   — Sinto como se nunca fosse sair dessa —  murmurou remexendo na comida.

   Até mesmo tinha procurado um terapeuta, mas infelizmente não era mágica e duas consultas não são o suficiente para superar alguém.

  Chanyeol sentou-se de frente para os dois, o garoto sorria feito um bobo enquanto olhava a foto que Mina tinha lhe mandado. Era uma foto dela com Hye aninhada contra o peito, não poderia ser mais fofa.

  — Do que está rindo? — Baekhyun questionou.

  — Piadinha idiotas — Chanyeol mentiu abaixando o celular.

  — Bem a sua cara isso — Baek comeu um pedaço de frango mesmo sem vontade.

  — Deveria voltar a sair — Yixing sugeriu — vai ter uma festa épica esse fim de semana.

  —  Não quero, prefiro ficar em casa mesmo.

   Os dois encararam Baekhyun de modo preocupado, o garoto andava distante, parecia que nada mais o fazia feliz. Baek não sentia mais vontade de fazer joguinhos, Mina tinha jogado o suficiente com seu coração.

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Não, a Mina não está grávida.

Resta saber quando o Baek vai sair dessa.

Player 《 Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora