Forty one

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   —  Eu toco violino a muito tempo — Sasaki disse enquanto esperávamos Sana voltar do banheiro.

   — Acho lindo mas não levo o menor jeito para essas coisas. — eu era um desastre musical.

   — Eu quero sua ajuda" ele disse baixo — quero fazer uma surpresa para a Sana.

  —  Tudo bem, o que quer que eu faça? — sussurrei

   — Eu não conheço quase nada em Seul, preciso que me ajude a encontrar um bom lugar para levá-la. — passou a mão pelos cabelos.

  — Eu te...— parei de falar quando vi Sana se aproximando.

     —  Perdi alguma coisa?—  Ela parou ao lado do namorado.

  —  O Sasaki  estava me contando que ama tocar violino, ele até pensou em se juntar a orquestra da faculdade — disfarcei.

  — Você tem que ver ele tocando —  Sana sorriu — é encantador.

 Os olhos dela pareciam brilhar enquanto falava dele.

   — Eu iria amar — sorri.

   — Vai jantar agora? — Sana questionou pegando a mão do namorado.

  —  Vou esperar o Baekhyun, nós vamos visitar a mãe dele —  chequei o horário, ele estava atrasado.

  —  Então nos vemos depois — ela sorriu — me avise se não for passar a noite no dormitório, não quero ficar preocupada. 

  — Ok.

   Sasaki e Sana se afastaram, eu me sentei num banco e fiquei a espera de Baek, ele não costumava se atrasar. 10 minutos depois ele finalmente apareceu e tinha uma expressão não muito boa.

  — Está tudo bem? — Me levantei assim que ele se aproximou.

  — É só dor de cabeça, depois do acidente eu as vezes fico assim — pegou minha mão.

  — Devia procurar um médico — lhe encarei preocupada.

 — Já procurei, todos dizem a mesma coisa, é algum tipo de sequela do acidente — engoliu em seco — a pancada foi muito forte.

'—  Acho melhor visitarmos a sua mãe outro dia,você não me parece bem.

—  Prometi que ia visitá-la e eu vou —  insistiu.

 — Baek...

—  Depois você cuida de mim o quanto quiser —  deu um sorriso fraco.

   Fomos para a casa dos pais dele, eu me perguntava se o senhor Byun  estaria lá, provavelmente sim, afinal a casa era dele, eu só desejava que ele não fosse querer provocar Baekhyun. A mãe de Baek logo abriu a porta, ela sorriu ao nos ver e eu apenas observei enquanto ela abraçava o filho.

 —  Boa noite, senhora Byun — eu fiz uma reverência.

 — Fico feliz que tenham vindo —  ela ajeitou os cabelos castanhos — entrem, eu fiz jjajangmyeon.

 Eu seguia Baekh, ainda não sabia como agir perto da mãe dele, então preferia ficar calada do que dizer algo errado. Nos sentamos a mesa, a mãe de Baek fez questão de nos servir pratos cheios e sentou na ponta da mesa.

 —  Seu pai está trabalhando — ela disse enquanto nos observava comer  — você deveria aparecer mais vezes e trazer a... qual o seu nome mesmo?

 —  Mina — sorri fraco.

— Viu? Você mal me fala o suficiente da sua namorada para eu aprender o nome dela. Sinto sua falta, Baek —  suspirou — por que demora tanto a vir aqui?

 —  Meu pai não gosta que eu venha — ele comeu um pouco mais.

—  Venha num horário em que ele esteja em casa. A verdade é que desde que o Yo morreu, você age como se não tivesse uma família — ela disse séria — eu ainda sou sua mãe.

  —  Me desculpe — disse baixo —  eu vou vir mais aqui e trazer a Mina também

  — Acho bom.— ela o serviu com mais comida.

 A senhora Byun começou a me contar histórias de quando Baekhyun era criança,como a vez em que ele quebrou um vaso caro porque estava correndo pela casa. Ouvi-la falar dele me fazia sentir mais próxima de alguma forma,imaginava como deveria ser um pequeno Baek.

  — Você me parece uma boa garota — ela comentou enquanto eu a ajudava a guardar as tigelas — espero que cuide bem do meu garoto.

 — O Baek é cabeça dura — sorri fraco — mas no fundo, ele só precisa de ajuda e carinho.

 — Eu espero que um dia, ele pare de guardar tanta magoa. Quero meu filho de volta.

***

  — Vá deitar,eu vou fazer um chá para você —  disse assim que entramos no apartamento dele.

 Baek não estava se sentindo bem e pediu para que eu dirigisse na volta, eu não queria ter que passar a noite no apartamento dele, no entanto ele estava se sentindo mal, então eu iria abrir uma exceção. Até porque no dormitório eu não poderia entrar no quarto dele.

  — Vai ficar aqui? — assenti.

 — Só para garantir que você não vai passar muito mal — sorri fraco — já que não quer ir ao hospital.

  — Vou ficar bem.

  Fiz um chá de camomila e levei para ele, Baek bebeu lentamente e eu apenas o observei, não tinha muito que eu fosse capaz de fazer. Ele já tinha tomado um remédio, então teria que se contentar com chá até que pudesse tomar outro comprimido.

( coloquem a musica que está na multimedia lá em cima.)

  —  Você deveria dormir — eu disse e ele deixou a xícara no criado mudo —  vai estar melhor quando acordar.

—  Não quero, vou acabar sonhando com o Yo —  passou a mão pelo rosto —  eu nunca vou poder pedir desculpas a ele.

—  O acidente não foi culpa sua. — me aproximei.

—  Mas eu disse tantas coisas a ele, durante a vida toda, ele deve pensar que eu o odiava — soou cheio de culpa.

—  Agora é tarde demais —  falei séria — precisa esquecer isso ou esse sentimento vai destruir você.

—  Acha que eu não quero?— sorriu amargo.

 —  Chega pra lá  — pedi deitando ao seu lado e pegando sua mão —  sei que deve ser difícil, se isso te atormenta tanto faça uma prece, escreve um diário, ponha seus sentimentos para fora.

—  Não sei se algum deus me perdoaria — suspirou — eu sou estragado por dentro.

—  Baek! Pare de falar como se tivesse feito a pior coisa do mundo, a culpa não foi sua — deitei com a cabeça em seu peito — aceite isso.

—  Por que é tão boa comigo? — me encarou.

—  Porque eu gosto de você mais do que deveria —  minha mão traçava círculos contra seu peito.

—  Nunca me deixe —  ele sussurrou enquanto me acariciava.

   Gostaria de poder prometer aquilo, mas as coisas nem sempre acontecem como planejamos.

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Baek precisa parar de se culpar.

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