Twenty nine

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   Segui Baekhyun até o quarto dele, as paredes eram pintadas de cinza, o guarda roupa com espelho na porta ficava encostado a uma parede, a cama de casal ficava no meio do quarto e uma mesinha de cabeceira estava ao lado da cama. A decoração era praticamente igual a do outro, a diferença é que aquele tinha uma suíte. Ele se deitou de um lado da cama e eu do outro, havia um bom espaço entre nós.

    Fiquei encarando o teto até que meus olhos se acostumaram com a ausência de luz, era estranho estar dividindo a cama com ele, tirando a noite em que dormimos no sofá, eu jamais dividi a cama com outro homem.

  A cama tinha o cheiro do perfume dele, Baekhyun estava quieto e eu me perguntei se ainda pensava em tudo que o pai lhe disse.

  —  Baek? — Chamei querendo saber se ele ainda estava acordado.

  — Precisa de algo?

   — Não  — deixei minhas mãos sobre minha barriga  — eu só queria dizer para você não dar importância ao que o seu pai diz.

  — Ele nunca vai mudar —  Baekhyun riu amargo —  meu pai sempre vai me achar um desgosto.

   — Por que ele te trata assim?

  —  Porque eu não sou o filho perfeito que ele queria. Ele deve estar feliz agora que a Sohyun tem outro namorado  — senti ele puxar mais o edredom — depois que nós terminamos aconteceram algumas coisas e a Sohyun parecia devastada, então o meu pai a mandou trabalhar numa filial dos Estados Unidos, para afastá-la de mim.

  — Vocês não voltaram a se ver? 

—  Não, a primeira vez que a vi desde que ela viajou, foi hoje — ficou em silêncio por um tempo — e ela parece estar bem demais.

  O tom de sua voz sugeria que havia muito mais coisa por trás daquilo, o que lhe incomodava deveria ser muito mais sério, do que o simples fato de Sohyun estar feliz.

  —  Se precisar conversar, eu estou aqui — ainda apreensiva dei um tapinha em seu ombro.

   —  Eu sinto falta da Sohyun, de quando nós conversávamos, antes de namorados, éramos muito amigos— ele pôs a mão sobre a minha — ela seguiu em frente e parece que sou o único que não consegue ser feliz como antes — a voz dele começou a ficar embargada  — sei que fui estúpido e estraguei tudo, mas eu nunca quis machucar a Hyun.

  —  Não chore — pedi com uma voz doce — vou acabar me sentindo mal por você.

  — Eu não estou chorando — fungou.

   —  Ok, Baek. Se você diz... — ele começou a acariciar minha mão.

     Ficamos em silêncio, eu não sabia ao certo o que dizer, Baekhyun parecia tão magoado que por um momento quis acreditar que ele só era vítima de tudo. Ainda não estava com sono, os dedos de Baekhyun acariciando minha mão me destraiam e eu apenas fiquei parada ali.

  Naquele momento os toques dele não me incomodavam, seus dedos traçavam formas invisíveis sobre minha palma.

   — Eu só quero que a Hyun seja feliz —  disse alguns minutos depois — mas eu quero ser feliz também. 

  — Você vai ser, só precisa parar de querer controlar as pessoas — me virei para ele  — se você fosse sempre esse Baekhyun que cuida de mim, se deixasse as pessoas verem esse seu lado, aposto que  tudo seria mais fácil. 

   — Não é tão simples assim— ele deixou minha mão de lado — você só tem 19 anos, ainda acha que a vida é fácil. 

  — Falou o idoso — provoquei.

Player 《 Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora