14 - Partida

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- NÓS TEMOS QUE AGIR! - Marina grita e soca a mesa. - Não posso deixá-los assassinarem o Martin e a minha mãe.

Marina nada de um lado para o outro dentro da caverna de Antônia, sem conseguir parar um minuto. No recinto estão Ariela, Antônia, Jonas e Lorelei. Eles fecharam a entrada com uma rocha para ninguém invadir.

Antônia suspira e diz:

- Não é tão fácil assim, minha filha.

- Não podemos perder tempo. Cada segundo pode custar a vida do meu amor. - choraminga Lorelei.

- Sosseguem as caudinhas de vocês duas! - diz Ariela. - Nenhuma de vocês está preparada para correr esse risco.

- Ariela... - Marina pensa nas palavras antes de continuar. - Eu sei que posso melhorar a minha luta. Mas também sei que posso treinar mais dez anos e o risco vai ser o mesmo. Tristan é muito poderoso. Ele tem um exército numeroso de polvos gigantes. Mas se eu conseguir o tritão de Olokum, posso ter uma chance, mesmo que pequena.

- E isso vai dar trabalho. - continua Jonas, de cabeça baixa e triste, pensando no amigo que está ferido. - Você vai ter que passar por um arquipélago de tubarões e outros monstros que você nem imagina que existem. E ainda precisa enfrentar a Tessalone, que é uma feiticeira muito esperta.

- Ela tem uma lábia muito boa para passar a perna nos outros. Não se esqueça como foi fácil enrolar a sua mãe - diz Antônia.

- Se eu ficar aqui esperando não vai adiantar nada. A Lígia já fez a cabeça de todos contra mim. Para um deles me entregar e colocar todo o povo de Aquária em risco, é num piscar de olhos. Se eu não sair agora para resolver essa merda, todos irão se prejudicar.

- Nesse ponto a sardinha tem razão. - diz Ariela. Ela pensa por um momento. - Eu vou com você. Sei dos riscos que você vai encontrar pelo caminho e posso te ajudar a enfrentar os inimigos. É para isso que eu fui criada, né?

- E eu não vou deixar o meu Martin na mão. Ele também precisa de mim. Sei que vou perder mais algumas unhas nessa parada, mas eu não vou ficar aqui sossegada. - completa Lorelei.

- Eu também vou. - Jonas complementa, decidido.

- Jonas, você ainda está feriado. - reclama Antônia.

- Não importa. O que não dá pra fazer é ficar parado vendo tudo acontecer sem poder ajudar. Eu farei de tudo pelo povo de Aquária e pela Marina.

Ariela olha de Jonas para Marina depois da fala do sereio, intrigada com aquela declaração. Ela se mantém em silêncio. Marina também fica constrangida com o que acaba de ouvir, mas prefere ignorá-lo para não se distrair.

- Ok, então vamos! - Lorelei se levanta.

- Antes disso, você precisa falar com o povo. - Antônia diz para Marina. - Para acalmá-los e garantir que você está do lado deles.

- Eu vou falar o quê??? - Marina pergunta, tensa.

- Você precisa passar confiança para eles. Não esqueça que eles estão por um fio de te entregar. - Jonas responde.

- Mas eu não sei falar em público! Sou péssima com isso. É capaz de eu desmaiar só de encará-los.

Marina fica desesperada com a ideia de ter que encarar uma multidão. E ainda mais uma horda de sereias que quer vê-la morta.

- Você é uma princesa, sardinha. Tem que aprender a falar com o seu povo. Se você não é capaz de fazer isso, melhor prepararmos o seu funeral. - Ariela provoca.

- E o que eu vou falar para eles?

- Ouça o seu coração, minha filha. - diz Antônia. - Não esqueça que o sangue de Netuno pulsa em suas veias.

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