Sabes - Parte 2

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[...] Sabes te quiero confesar
Que te encuentro irresistible
No dejo de pensar que haría lo imposible
Por quedarme cerca de ti [...]

- Jessica! Ela estava do meu lado quando leu sua mensagem falando que já estava retornando. Nos assustamos e decidi vir ao seu encontro. – Respondeu pegando em um lado do carrinho com malas. – Vem, deixa que eu levo...Não está com frio sem casaco? Sei que lá estava calor, mas no avião é um gelo.

- Não, pode deixar, está leve e na pressa acabei deixando muita coisa para trás, inclusive esqueci de pegar meu casaco, mas agora que estamos aqui vou tentar procura-lo pela mala. – Disse ainda empurrando o carrinho. – E o maior pesinho daqui é só a minha princesa. – Sorriu e recebeu uma gargalhada da menina que batia as perninhas penduradas em cima das duas malas que estavam no carrinho. Parou por um instante e se agachou para abrir uma das malas e tirar de lá o primeiro casaco que viu, um cardigan fino cinza, ao menos serviria para esquentar mais seus braços até em casa.

- E essa princesa por sinal está linda, linda como a mãe. – William falou enquanto Maite colocava o casaco, observava a semelhança de Maite e Luna, haviam traços de Koko, mas praticamente toda a menina era a mini forma de Maite. Essa que sentiu o rosto corar com o elogio. Sabia e sentia muito bem as coisas e ações de William. Ela apenas não admitia, mas ainda tinha uma recaída muito grande pelo loiro.

– Gracias né meu amor. – Maite respondeu olhando Luna que agradeceu o elogio também.

- Já que você não quer que eu leve suas malas então vamos sentar para um café ou você prefere ir para casa? – Estava curioso e queria entender o que a fizera voltar, mas tinha receio e sabia que uma hora a própria ia dizer o que aconteceu na viagem.

- Prefiro ir para casa, ia pedir um táxi ou uber, mas vejo que você veio para nos buscar, certo? – Ela sorriu e ele assentiu.

Deram uma pequena volta pelo aeroporto até chegar no estacionamento. William colocou as malas de Maite no porta-malas e abriu a porta do carro para que a mesma sentasse no banco traseiro com a menina. Durante o caminho de volta, conversaram um pouco sobre assuntos aleatórios e sobre as gravações. William falou como estava sendo e Maite confessou que gostaria de estar ali com eles. Luna observava as ruas movimentadas ficarem distantes e se tornar mais fechadas e cheia de árvores, dando sinal que já estavam chegando ao bairro onde moravam.

Quando finalmente já estavam no apartamento da morena, o silêncio se instaurou e parecia que todo aquele bate papo no caminho havia sido somente para não deixar-se abater. Maite olhou todos os cantos da grande sala clássica e sofisticada... Tudo muito bem arrumado pela faxineira. Aproximou-se da mesinha de centro e pegou em suas mãos um quadro de tamanho grande onde estava uma foto preta e branca de Maite, Koko e Luna pequena num dia de inverno. Sentiu vontade de quebra-lo, mas sua filha estava ali e não merecia viver mais um momento triste novamente.

- Luna vai lá no seu quarto ver se suas filhinhas estão bem. – Maite citou para a menina que já havia se acomodado no sofá, mas sorriu ao lembra-se das bonecas e foi correndo a seu quarto. – Eu vou ligar para a minha mãe, só um instante. – Pediu a William deixando-o na sala e indo até seu quarto.

William esperou a morena voltar por minutos, parecia até uma eternidade e nada. Decidiu que iria até ela e antes de entrar no quarto de Maite, passou pela segunda porta do extenso corredor do apartamento, era o quarto de Luna. A menina havia esquecido da mãe e estava entretida entre quatro bonecas, ajeitou um bercinho para uma e enrolou a outra em um paninho enquanto as outras duas estavam no chão esperando sua vez na brincadeira. Ali ninou cantando uma música que possivelmente era a que Maite cantava para a pequena dormir, estava em um momento tão mágico da brincadeira que nem viu quando William abriu a porta e muito menos quando a encostou com cuidado. Tomou coragem e foi ao próximo quarto, a porta estava fechada. Passou a mão pela maçaneta girando-a e abrindo devagar.

Seu coração foi partido quando viu Maite chorar de soluçar ajoelhada no chão com a cabeça afundada no colchão da cama de madeira pura e escura.

- Hey, o que você tem? Chegou tão bem e agora está assim... – Ele se aproximou e ajoelhou-se também para ficar da altura dela. Não teve resposta e decidiu perguntar novamente. – O que aconteceu na viagem Maite? Você estava sorrindo a toa nas fotos. Por favor, eu só quero lhe ajudar de alguma forma.

- Eu não sei... Eu não sei onde errei... – Maite levantou o rosto para William, estava vermelha e as lágrimas desciam sem cessar. – Sou uma imprestável é isso que eu sou William. – Respondeu agarrando o pescoço do loiro e o abraçando forte.

- Não fale isso Maite, não sei o que te fez sentir assim, mas saiba que você é uma pessoa maravilhosa. – Ele apertou ainda mais o abraço fazendo com que Maite deitasse a cabeça no ombro de William e chorasse ainda mais. – Não fala mais nada, apenas descarrega tudo o que você está sentindo.

- Você não existe. – Ela respondeu se aconchegando nele. Sentiu o perfume forte e gostoso de William por minutos a fio e lembrou-se de quantos bons momentos já havia passado com ele, antes ela tivesse lutado por aquele amor do que se aventurado mais uma vez em tentar ser feliz. Talvez pudesse estar com William até hoje feliz e não sofrendo como estava.

- Mamá? – Luna entrou no quarto cuidadosa mirando a mãe o tio Will abraçados.

- Oi filha... – Respondeu se separando dos braços de William e secando ainda de costas as lágrimas que caiam. Já se sentia mais aliviada e com uma paz que nem ela mesma sabia explicar, tinha uma única certeza... Era a presença dele ali, era William. – O que você tem?

- Nada! Achei que tava sozinha e fiquei com medo. – A menina proferiu indo abraçar a mãe.

- Eu nunca te deixaria sozinha pequeña. Você quer comer algo? – Olhou para a filha que assentiu. – Acho que hoje é um dia de pizza. O que vocês acham?

- Eu já estou indo Mai, agora que te sinto um pouco melhor acho que pode ficar sozinha até Jessica ou sua mãe chegar.

- E elas vão vir? – Levantou-se e ajeitou a roupa que já estava toda enrolada por causa da posição que estava sentada.

- Você dúvida da sua amiga? Talvez sua mãe apareça só amanhã, mas se prepara porque Jessica Coch está chegando e cheia de perguntas. – Ambos riram. Coch era exatamente assim, agoniada, afobada, curiosa, exagerada e tantos outros adjetivos que a levassem ao extremo. Talvez fosse por isto que Maite era tão apaixonada pela amiga e madrinha de sua filha.

- Não pode ser!!!! – Sorriu de seu próprio desespero. – Vou me preparar para mais uma crise de choro. – Comentou ainda brincando.

- Queremos te ver bem e sorrindo, mas se você precisa desse momento então chore mesmo. Eu não posso ficar para jantar com vocês hoje, mas venho outro dia com certeza. – Maite agradeceu com o olhar e recebeu um beijo terno em sua testa. Por William ele ficava ali junto a elas por toda a noite, mas não podia, não no momento de fragilidade de Maite, já que depois que toda aquela agonia passasse poderiam dizer que ele se aproveitou.

Mãe e filha levaram William à porta acenando para o mesmo e então focaram na pizza que iriam comer. Luna gritou por sua preferida, presunto com queijo e Maite optou por uma de brócolis e queijo. Ela era vegetariana, graças a Cristian que trouxera esse habito a vida dela, mas não iria impor isso tão cedo a filha, então mantinham dietas alimentares diferentes.

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