Hoy que te vás

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[...] Ya no podría despertar
Sabendo que no estás
No me interesa la verdad
Ni quiero preguntar [...]

Era apenas mais uma de suas incontáveis separações, era apenas mais uma vez em que o "Happy End" não terminava como ela planejava, deveria estar acostumada não?

Esfregou cada parte do corpo com força para ver se retirava de sí aquela sensação estranha, mas ali continuava um fantasma assombrando-a e dizendo que não adiantaria, ele seria seu melhor amigo dali e diante. Saiu do banho enrolada em uma toalha grossa e foi atrás do que vestir, não tinha vontade de nada, muito menos de se arrumar. Escolheu apenas seu moletom favorito preto, colocou suas peças íntimas da mesma cor e após se vestir, separou o par de chinelos que havia ganhado de um fã brasileiro; se tornara o seu favorito para estar dentro de casa. Os cabelos pretos escorriam pelos ombros e então não se deu o trabalho de pentea-los.

"Graças a Deus não preciso pentear o cabelo, se dependesse de uma escova, agora eu andaria como bruxa." - Pensou em seu íntimo olhando a figura pelo espelho. As olheiras eram profundas e a expressão serena dava lugar a uma mais triste e fechada.

Saiu do quarto em passos lentos e entrou no quarto da filha que dormia tranquilamente em sua cama vencida pelo cansaço, Luna a havia chamado umas 3 vezes pela madrugada.

A menina também parecia estar sentindo que algo não estava bem ali, tinham saído as pressas do hotel depois de uma briga para ela estranha e para piorar não via seu pai desde então. Foi recebida pelo Tio Will no aeroporto e por fim acabou a noite comendo pizza sob o olhar triste e frio da mãe. Maite tentou de tudo para trazer o sono de novo à menina durante aquela noite, desde seu desenho favorito em baixo som, até mesmo deixar com que a pequena deitasse em seus seios desnudos apesar de já não mais mamar. Ali tirava pequenos cochilos e acordava novamente, somente caindo em sono profundo quando o sol começou a nascer um pouco mais das 5 da manhã. Bendito fosse aquele sono!

[...] Ya no podría despertar
Sabiendo que no estás
No me interesa la verdad
Ni quiero preguntar [...]

Já Maite apenas descansou os olhos até às 7 da manhã quando preferiu se levantar e começar o novo dia.

Preparou um mingau de aveia para quando a filha acordasse e se sentiu saciada com apenas um copo de leite de soja. Não tinha fome, não tinha vontade de nada. Estar naquele apartamento silencioso e cheio da presença de Cristian a incomodava, mesmo que não quisesse já que aquele canto era o Seu canto. Após engravidar havia combinado com Cristian que o melhor era ele estar na casa dela até que tivessem um tempo para comprar um apartamento novo para a família. Isso já estava sendo até combinado, antes de Stambuk destruir todos os sonhos da mulher.

"Nenhuma notícia dele. Estúpido!" – Pensou quando olhou o celular em cima da mesa central junto a foto do casal e Luna com um pouco mais que 9 meses em uma curta viagem ao Chile. O pegou e desbloqueou a tela observando as 10 ligações perdidas de Jessica, um texto enorme de pedido de desculpas da mesma por não ter ido à noite passada ver a amiga, 5 ligações perdidas dos irmãos de Maite, uma mensagem de voz da mãe da mesma avisando que pela tarde chegaria por lá e também um "Bom dia" com carinhas felizes de William, mas Cristian não se importara nem um pouco com ela ou pelo menos com a filha.

Com brutalidade jogou o celular em cima do sofá e pegou o quadro em sua mão, arremessando-o no chão. O vidro tinha apenas rachado para a sorte de Maite que não precisaria ir atrás de um aspirador de pó barulhento para tirar os cacos do chão, já que Luna vivia descalça pela casa. O pegou do chão e o deixou de cabeça para baixo no mesmo lugar da mesinha.

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