Basta!

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Mais um dia largada no sofá, Maite suspirou e fechou os olhos. Mal dormia, mal comia, a única coisa que a movia era Luna, não podia se entregar à depressão que queria consumi-la, tinha uma criança que dependia totalmente dela. Inspirou profundamente e soltou o ar devagar. Seu celular largado e esquecido ao seu lado vibrou a assustando. Maite piscou e o pegou. Era uma mensagem. De William. Fechou os olhos. Queria e precisava mantê-lo longe, mas não conseguia, ele era insistente e, no fundo, ela gostava de tê-lo por perto. Desbloqueou o celular e leu a mensagem.

"Estou com saudade e preocupado com você. Gostaria de ver você e a Luna hoje. Posso ir aí?"

Maite mordeu o lábio. Luna estava no quarto brincando, podia ouvi-la conversando com as bonecas. Como poderia dizer não a ele? William estava sendo um ótimo amigo, estava lhe dando apoio, carinho e não a estava pressionando, além de que se dava super bem com a sua pequena. Ela precisava de um amigo, de uma opinião masculina. Começou a digitar uma resposta.

"Oi Will! Claro que pode! Vai ser ótimo se vier aqui hoje, a Luna também vai ficar feliz em te ver".

Foi o que ela respondeu, tentando não ser nem muito animada nem muito rude. Mordeu o lábio outra vez e soltou o ar que segurava nos pulmões. Outra mensagem dele chegou.

"Em meia hora chego aí!"

Maite sorriu e se levantou para dar uma olhada em Luna. Ela ainda estava concentrada em sua brincadeira e Maite se demorou um pouco ali, sem que a menina percebesse sua presença, admirando a coisa mais preciosa que tinha na vida. Saiu e foi à cozinha preparar algo para beber para quando William chegasse. Ouviu o celular tocando na sala outra vez e se arrastou até lá para pegá-lo. Koko. Engoliu seco e respirou fundo várias vezes antes de abrir a mensagem.

"Oi Mai. Estou voltando para casa. Precisamos nos ver, conversar. Estou com saudade da nossa filha. Te amo, meu amor. Avisa a Luna que estou chegando. Acho que em uma hora, mais ou menos, chego aí"

Uma semana... Uma semana foi o tempo que Cristian demorou em enviar um sinal de fumaça. E ainda tinha a cara de pau de dizer que a amava! E a chamando de "meu amor"! Seu sangue ferveu, mas se obrigou a respirar fundo várias vezes e se acalmar, não podia se precipitar dar chilique e assustar a Luna, a menina não tinha culpa de nada do que estava acontecendo com seus pais. Precisava manter o foco.

Maite andara distraindo a menina a semana inteira, já que a pequena implorava pelo pai por todo o dia. Alguns eventos que tinha em seu calendário pediu a sua manager Palomo para que cancelasse, assim poderia se dedicar a quem mais precisava dela. Fora ao shopping levar a menina em seu brinquedo preferido: uma enorme piscina de bolinhas que ocupava praticamente todo o 3° andar do local, fora na praça perto de sua casa para deixa-la correr a vontade como sempre, buscar o amigo e irmão mais velho de Luna, Sancho, um bulldog inglês adorável e até mesmo medidas mais severas Maite tomou: o temido Mc Donalds! Luna não possuía idade para aqueles lanches, mas ela assistia tantos comerciais e pedia tanto. Maite sempre a fazia mudar de ideia, mas até o lanche gorduroso e cheio de conservantes entrou na roda. Tudo para ver sua pequena Luna bem, mas parecia que o maior problema só se resolveria quando Ele aparecesse. E assim foi... Respirou fundo outra vez e foi até o quarto da filha.

- Luna? – Maite adentrou no quarto da menina a chamando. – Sabe quem vem te ver hoje? - A menina que brincava com duas bonecas apenas observou a mãe calada. – Seu papá!

- Meu PAPPÁÁÁÁ?! – Em uma semana, essa era a primeira vez que Luna gritava de alegria. A menina não podia acreditar e no mesmo momento foi correndo para a sala.

- Hey! Calma, mocinha. Ele ainda está vindo. E enquanto ele não chega, que tal comer uma sopinha bem gostosa e ficar bem linda para seu pai? – A criança assentiu e Maite foi arruma-la.

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