Yo no sé mañana

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Yo no sé si tú, no sé si yo
Seguiremos siendo como hoy

Depois daquele encontro desajeitado que tiveram, Maite se sentia dividida em sua relação com William. Demonstravam estar bem, quando podiam se ver, eram sempre muito intensos, mas o fato do namorado em dia de semana sair do trabalho e ir direto para casa ou estar sempre gravando até mais tarde a incomodava. Notara que aos finais de semana os encontros eram sempre marcados em um horário mais tarde que o de costume e quando ele chegava, exalava algum cheiro diferente, talvez um perfume mais doce que o de normal masculino, ou era apenas cheiro de flores. Mas se eram realmente flores, por que nunca chegavam a ela? Será que ela estaria colocando coisas demais na cabeça? 

Já haviam brigado, já haviam se acertado e agora ela decidira que não perguntaria mais nada, apenas se machucavam quando Maite não conseguia guardar a língua afiada na boca. Deixaria acontecer o que tivesse que acontecer, para ver onde chegariam. Ainda se sentia traída em relação a Christian, era difícil para ela imaginar passar por algo parecido ou igual. 

Poderia ser? Mas ele não seria tão bom ator a ponto de agir naturalmente a seu lado sabendo que a estava traindo... 

Tudo isso para pensar às 8 da manhã de um sábado lhe dava leves pontadas na cabeça...

No sé si después de amanecer
Vamos a sentir la misma sed
Para qué pensar y suponer
No preguntes cosas que no sé
Yo no sé

Estava deitada ainda em sua cama, obrigatoriamente saindo de suas "paranoias" que pensava de William quando o telefone tocou a seu lado lhe dando um susto. Era ele. Bufou passando o dedo pela tela do telefone para aceitar a ligação.

- Hola. - Falou com a voz ríspida.

- Hola mi cielo... - William esperou um retorno, mas apenas escutou a respiração de Maite do outro lado da linha. - Alguém acordou um pouco irritada?

- Nunca! - Proferiu arrependendo-se da forma como atendeu. Não poderia deixar que ele percebesse algo. Se alguém ali falaria de livre e espontânea vontade o que estava acontecendo, seria ele! - Para que tenho a honra desta ligação?

- Eu amo sua voz, ainda mais quando ela é tão irônica quanto posso imaginar sua cara... - Ele riu a imaginando revirando os olhos. E sim, ela havia revirado os olhos. Ele conseguia lhe tirar a paciência... - Quero lhe convidar para vir aqui em casa hoje.

- No fim da tarde? De noite? Apenas na madrugada como tem sido há algum tempo? - Maite se sentou na cama, pôs o celular no modo viva voz e cruzou os braços.

- Hey mi cielo, que pasá? - Perguntou um pouco mais preocupado. - Se você quiser, neste instante. Mai, não tem motivos para você estar desse jeito. Confia em mim, eu nunca faria nada para te decepcionar. 

- Eu espero. E hoje você não tem nenhum compromisso mais interessante? - Deu ênfase.

- Meu compromisso mais interessante é ter você e sua filha aqui. Eu consegui convencer Christopher a te ver depois de todo esse tempo e quero que dê tudo certo com a NOSSA família. - William respondeu também em ênfase. O problema de Maite era o ciúmes que ela estava sentindo desses dias que ele estava mais distante. Ela não poderia saber porquê. Ele estava fazendo de tudo para aquilo continuar em segredo. Faltava pouco para ela saber. - E então... Vem?

- Vou pensar no seu caso. - Maite falou.

- Te espero desde já. - Ele lhe enviou um beijo e desligou o telefone correndo para se arrumar. Hoje seria diferente. Ele não deixaria que ela pudesse se chatear com algo. Se dedicaria apenas a ela. 

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