Cp. 50

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Quando voltei para mesa, não fiquei nem um pouco surpresa de ver que a gente tinha companhia. A Sofia estava sentada no colo do Gael, que terminava de tomar uma cerveja, e o Jason tinha tomado conta da cadeira onde eu estava sentada. Eles estavam rindo de alguma coisa que a Diana tinha dito, e me deu um aperto no peito.

Esta é a família que eu sempre quis. Essas são as pessoas com quem eu posso contar, que me amam nos melhores e piores momentos e não me pedem nada em troca. E tudo o que eu vou fazer é enganá-las, me sinto péssima em não poder contar nada do que houve no banheiro para eles, mas é melhor assim.

O Jason cruzou o olhar com o meu, e dei um sorriso forçado. Tinha tantas perguntas passando naquelas profundezas verdes. Queria tanto poder responder pelo menos uma delas. Parei do lado dele e sorri de verdade quando ele passou a mão nos meus quadris.

- O que está acontecendo? - perguntei.

- A gente estava na casa do Gael, quando a Sofia mandou uma mensagem. Como a gente estava perto pensei em passar aqui para te levar para casa e não precisar de um táxi.

Isso foi fofo. E ridiculamente gato. Como ele é lindo! Aquele cabelo estava todo bagunçado, como sempre, e ele vestia uma camiseta preta justa de manga comprida. Tenho certeza que é o logo de alguma banda que eu nunca ouvi falar estampada na camiseta, mas ficou bem nele. Quase tão bem quanto aquela calça jeans preta justíssima que o Jason ama e enfia a bainha nos coturnos desamarrados.

Gosto de tudo nele, dos anéis de prata que usa em quase todos os dedos àqueles chifrinhos de que tem na ponta das duas orelhas. O Jason tem pinta de rock star e sei, por experiência própria que o talento dele vai muito além de cantar e tocar. Lambi os lábios, e ele apertou com mais força aqueles dedos na pele macia dos meus quadris.

- Bom, foi muito gentil da sua parte.

Não queria pensar no Noah, nem no Ricky. Só queria ir para qualquer lugar ficar a sós com o Jason e deixar ele me fazer esquecer de tudo. Podia dormir com esse lindo cantando no meu ouvido e fingir que tudo ia dar certo. O Gael deu risada e levantou a sobrancelha. Aqueles piercings fazem ele parecer tão malvado e sinistro. E eu sei direitinho porque a Sofia é louquinha por ele.

- Você está bêbada? - Jason perguntou e olhou nos meus olhos, só desviei o olhar e dei um sorriso - Gostei disso. - ele falou e passou a mão na minha coxa de leve.

- Não tem de quê. - falou Diana - Se dependesse dela, jamais iria beber.

- A gente é que vai se dar bem por vocês estarem bem bebinhas, prontas para o abate. Falei para o Jason no caminho que a noite que a Sofia sai para beber é uma das minhas preferidas da semana. A Sofia sempre volta querendo brincar.

Minha amiga deu um suspiro ofendido e socou o braço do Gael que passou a mão fingido ter doido. O pessoal deu risada, e não pude deixar de sorrir quando ela ficou toda vermelha. Brincar com o Jason, bêbada ou sóbria, parecia muito mais divertido do que ficar aqui no bar. Tentei cruzar o olhar com o dele para dar a entender que, quando quisesse ir, eu ia com ele. A Diana pediu mais uma rodada e, quando a gente terminou de beber, já estava mais do que na hora de ir para casa.

- Nós te levamos Diana, sua avó mora do lado da Sofia não é? - Sofia respondeu por ela, já que estava quase caindo de tão bêbada. Ela se arrastou agarrada entre mim e o Jason, e ele teve que colocar ela no banco de trás do carro. Nos deu uma olhada bem séria e avisou que, se a gente vomitasse no carro, que é como um filho para ele, a gente ia ter que limpar, por mais bêbada que estivesse.

A Diana achou hilário e morreu de rir, até ficar sem ar. O Jason assoviou baixinho e buzinou quando a gente passou pela caminhonete gigante do Gael. Vi que fez um gesto obsceno para ele, mas não parou de fazer o que estava fazendo com a Sofia. Tinha grudado ela na porta do motorista com os braços em volta do pescoço dele e as pernas em volta da cintura.

O Homem da Boate. Onde histórias criam vida. Descubra agora